Paulo Victor, defesa do Santa Clara, foi expulso no jogo com o Benfica - Miguel Lemos/Kapta+

Análise de Pedro Henriques à arbitragem do Benfica-Santa Clara

Expulsão de Paulo Victor resulta das instruções dadas aos árbitros esta época e com reforço semanal

8' Matheus Pereira, com a perna esquerda, pontapeou a perna, gémeo direito, de Franjo Ivanovic à entrada da grande área. Seria livre direto, mas sem cartão amarelo, pois o jogador encarnado estava de costas para a baliza e em movimento contrário.

20' Cartão amarelo bem mostrado a Gabriel Silva. Ao saltar, e no movimento descendente, acertou com o cotovelo direito em cheio no rosto de Otamendi. Uma entrada e abordagem negligente, passível de sanção disciplinar.

34' O árbitro mostra cartão amarelo a Paulo Victor: ao levantar a perna esquerda para tentar intersetar a bola, acaba por chegar tarde face ao cabeceamento de Tomas Araújo, acertando com a ponta da bota (biqueira) na cabeça e cara do central encarnado. O VAR chama o árbitro ao monitor para rever as imagens e, após essa revisão, anuncia publicamente o retirar do cartão amarelo para dar cartão vermelho por entender ter havido uma falta grosseira. É aqui que entram as instruções que foram dadas esta época e reforçadas nos programas semanais: pés altos, sola à frente, acertar na cara e corpo do adversário, o que possa ser entendido como ações que põem em risco a integridade e a segurança do adversário, devem ser penalizadas em termos disciplinares “por cima”, ou seja, com vermelho. Acrescentar ainda que também as consequências dessas entradas passam a fazer parte do critério para análise, sobretudo quando ficam marcas e feridas que são visíveis. Na dinâmica da jogada, fico com a ideia de negligencia na abordagem e que o cartão amarelo seria a decisão certa. Mas à luz das instruções dadas e da uniformidade que se pretende neste tipo de abordagens - e das imagens posteriormente mostradas pelo VAR e pela consequência da bota na cabeça de Tomás Araújo, que fez uma ferida com sangue - tem de se validar a decisão de mostrar cartão vermelho.

Intervalo Após ter apitado para o final do primeiro tempo, e quando se dirigia para a os balneários, mas ainda no relvado, o árbitro foi interpolado por Vasco Matos treinador do Santa Clara, que muito provavelmente terá sido advertido por protestos e palavras. De realçar que mesmo no final do primeiro tempo ou após o terminar do jogo, se o árbitro ainda estiver no relvado, até ao momento em que entra no túnel, pode mostrar 'fisicamente' cartões, seja a jogadores seja a elementos oficiais.  

53' Sem penálti. Na ocasião há uma disputa de bola na área do Santa Clara entre Ivanovic e MT. O avançado encarnado acaba por cair, mas as repetições são claras: há um contacto lateral normal na conquista do espaço, perna esquerda do jogador insular com o corpo do avançado croata que até já estava em queda e projetar-se para o solo.  

58' Cartão amarelo mostrado a Gianluca Prestianni surge porque os jogadores quando, por palavras e sobretudo por gestos, pedem ao árbitro para mostrar cartão amarelo para um adversário, devem ser eles os advertidos por essa atitude e comportamento antidesportivo.

59' No golo do Benfica, não há qualquer infração à lei do fora de jogo. No momento em que Otamendi cabeceia, Pavlidis, que vai fazer a recarga e marcar o golo, após defesa do guarda redes Gabriel Batista, está a ser colocado em jogo (35 cm) por Frederico Venâncio. Além disso, também Otamendi, quando saltou na vertical para cabecear a bola, não carregou ou empurrou o adversário que o estava a marcar, o meio campista Serginho. Tudo legal.

75' Não há penálti de Otamendi. Na ocasião, várias reclamações no sentido de que o central tinha tocado a bola com o braço, mas com as repetições fica claro que o toque no esférico foi apenas com o peito e ombro. 

90' Foram dados 4 minutos de recuperação de tempo perdido com base nas três paragens para substituições, um golo e um amarelo. Depois, por ter havido um golo já nos 'descontos', o árbitro deu mais um minuto e dez segundos para além dos quatro dados inicialmente. Tudo certo relativamente ao tempo dado.