«Amorim? Não nos arrependemos, vamos dar-lhe tempo e o pior já passou»

A temporada de estreia de Ruben Amorim no Manchester United foi para esquecer. O 15.º lugar na Premier League, a pior classificação de sempre do clube, podia ter sido mascarado com a conquista europeia, mas a derrota na final da UEFA Europa League, ante o Tottenham, falhando o acesso à Champions League, deixou a ferida ainda mais aberta. Nada que tenha diminuído a confiança da direção dos red devils no português, conforme afiançou o CEO, Omar Berrada, numa entrevista à revista United We Stand.

«Sabíamos que, ao trazer o Ruben a meio da temporada, seria ainda mais difícil que a equipa conseguisse bons resultados. Foi algo que vimos como um investimento para as épocas seguintes, porque vamos dar tempo ao Ruben para conhecer a equipa, o clube e a Premier League. Ao contratá-lo a meio da época, nesta altura, junho de 2025, já tivemos todas as discussões necessárias para perceber aquilo de que o plantel precisa para, em dois ou três anos, termos uma equipa capaz de voltar a competir pela Premier League», começou por dizer o dirigente francês.

«Temos uma estratégia muito clara e sabemos como vamos lá chegar. Se o Ruben tivesse começado conosco apenas na próxima época, nada deste conhecimento e planeamento podia ter acontecido, certo? Por isso, sinto que estes sete ou oito meses que ele teve foram proveitosos e vão ajudar-nos no futuro. Ele sofreu na Premier League, a equipa também e o objetivo não era ficar em 15.º, mas, provavelmente, não percebemos o que tempo que iria demorar até a equipa se adaptar ao esquema do treinador», apontou Berrada, referindo-se à mudança de Amorim para o sistema de três atrás.

Questionado sobre um paralelismo com a chegada de Pep Guardiola ao Manchester City, em 2016, tendo uma primeira época longe do esperado, ficando em 4.º no campeonato, Berrada foi claro. «Bastantes, sim. Nesse ano, o Pep começou a introduzir os seus princípios e, com tudo aquilo que já tinha ganho, gozava de um enorme crédito. Permitiram-lhe ter essa primeira época para se adaptar, o clube apoiou-o e, depois, a equipa começou a ganhar, iniciando um ciclo vitorioso que durou até esta época», lembrou.

O United não festeja a Premier League desde 2013, ano da retirada de Sir Alex Ferguson, e o CEO acredita que em 2028, o ano em que o clube completará o 150.º aniversário, será possível voltar a fazê-lo. «Esta temporada foi de enorme sofrimento, mas, a partir de agora, será diferente. O pior já está para trás. Acredito piamente nisso. Temos três janelas de mercado de verão para construir uma equipa capaz de ganhar o campeonato. Se o conseguirmos antes, melhor», vincou.