Amorim explica nova perda de pontos e porque foi expulso do banco

O treinador do Sporting, Rúben Amorim, concordou que a luta, pela Liga, pelo acesso ao terceiro lugar e à Champions em 2023/24 ficou muito mais difícil, após o empate 1-1 dos leões na noite deste domingo, diante do Arouca, em jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa, relativo à 28.ª jornada da Liga do qual o técnico foi expulso aos 90+8’ pelo árbitro, Vítor Ferreira.

«Faltou-nos alguma velocidade no início. Mas com o Arouca sempre muito baixo nos seus blocos, ainda assim fomos criando oportunidades, com cruzamentos rasteiros… e ninguém para encostar. Eles [Arouca] tinham uma linha de sete ou oito lá atrás, e depois, mesmo com o Seba [Coates] mais adiantado, não nos saíram bem as coisas. Tivemos oportunidades, um penálti falhado [Pedro Gonçalves, 35’], um golo oferecido a uma equipa que praticamente não criou oportunidades, resume-se assim o jogo», foi a leitura que fez dos 90’, recusando ter-se visto duas versões díspares dos leões na exibição, uma em cada uma das partes.

«Faltou-nos alguma energia no início. O Hector [Bellerín] por dentro, no início, não funcionou, o Arouca tapou bem espaços na primeira parte, mas depois veio o cansaço e pressionámos mais. O Arouca não teve muitas oportunidades: tivemos sempre o controlo do jogo. Faltou alguma inspiração o jogo todo e alguma velocidade no início», foi a pragmática síntese de Rúben Amorim deixada após o encontro na sala de imprensa de Alvalade, aos jornalistas.

«O acesso à Champions [pela classificação na Liga, terceiro lugar, pelo menos] fica mais difícil. São menos dois pontos do que poderíamos ter. Como toda a época, foi difícil e estamos numa situação difícil, neste momento», admitiu Rúben Amorim, anuindo que poderá haver reflexos psicológicos a afetar a preparação para o jogo de quinta-feira, em Alvalade, da segunda mão dos quartos de final da Liga Europa, diante da Juventus (0-1 na primeira mão, em Turim).

«Vai ser mais difícil porque ganhando, o treino de segunda-feira era mais alegre e o espírito era melhor. Mas a preparação vai ser a mesma. Teremos o dia para deixar passar o que, para nós, não é um empate, é uma derrota! O espírito não vai ser o mesmo: teremos de ir buscar mais forças. Faz parte da nossa profissão, já tivemos momentos destes nesta época, teremos de voltar a ultrapassá-los», resumiu a propósito, resignado, ciente de que os leões também podem chegar à Champions vencendo a presente edição da Liga Europa.

«É diferente. Liga Europa continua a ser muito difícil. Estamos em desvantagem nesta altura dos ‘quartos’, e mesmo que passemos ainda ficarão a faltar as meias-finais e a final, três jogos. É preparar um jogo de cada vez» foi a receita que deu.

O técnico desmistificou ainda as razões de Nuno Santos ter sido substituído… e o ser de forma recorrente.

«São opiniões. A razão é simples: não estávamos a conseguir chegar à linha de fundo e cruzar. Como não tem pé direito, estava a sentir dificuldades. É capaz de ser dos mais utilizados da equipa. Nem sempre faço o que os outros pensam, só o que considero melhor para a equipa: o objetivo é ganhar todos os jogos. É normal que não concordem com decisões, mas vou sempre pela minha cabeça. Sei de antemão que quando não se ganha, todas as decisões são erradas», disse Rúben Amorim, que não se despediu sem justificar a sua expulsão

«A expulsão foi só para defende o Pote [Pedro Gonçalves]. Estava um ‘bate-boca’ dele sozinho com o banco todo do Arouca! Fui, simplesmente, defender o meu jogador, e certamente estará isso no relatório do árbitro. Ninguém gostou das paragens de jogo, é normal, fui só defender o meu jogador, tinha todo o banco do Arouca a falar para o Pote, nada teve a ver com a perda de tempo do adversário. Próxima época? Retiraremos todas as conclusões e está tudo em aberto», concluiu Rúben Amorim.