Adepto ferrenho perdeu tudo nos incêndios e a família pede ajuda ao Benfica
«A casa não ardeu logo, ardeu o telhado primeiro. Depois, passado uma hora e meia, a casa explodiu de dentro para fora.» É de forma emocionada que Pedro conta, ao Notícias de Coimbra, a forma como o incêndio de Oliveira do Hospital o deixou sem quase nada.
A casa em Vila Pouca da Beira, o abrigo para os animais e as poupanças que tinha guardadas ficaram reduzidos a escombros e cinzas, esta sexta-feira. «Sobrou-me um casaco que tinha dentro do carro. Os carros escaparam porque estavam na garagem de um vizinho emigrado na Suíça. Os tratores salvei-os. O resto está ali. O resto reconstrói-se», disse à mesma fonte.
Os 15 cães e 200 ovelhas também foram salvos, com a ajuda de amigos. Agora já pensa na reconstrução. «Se tiver de trabalhar 24 horas por dia, trabalho. Este é o desafio da minha vida.»
Também ao Notícias de Coimbra, a tia de Pedro fez um apelo especial: «Ele é benfiquista de corpo e alma, tinha tudo decorado com as cores do clube, lençóis, edredons, cortinados, tapetes. Perdeu 45 anos de trabalho, as economias, a casa e tudo o que tinha. Peço ao Benfica que ajude o Pedro, leiloando uma camisola, para que ele possa reconstruir a casa que tanto amava.»
Mesmo sem a camisola para leiloar, rapidamente se ergueu onda de solidariedade em volta do pastor, que «deixou um bom emprego para seguir o legado de pastor e cuidar dos seus pais», conta o primo Diogo Filipe Figueiredo, que lançou uma página de gofundme para ajudar à reconstrução.
António Raminhos, humorista e também ele benfiquista ferrenho, ajudou a divulgar a causa, que ultrapassou as expectativas iniciais. A princípio, o objetivo era chegar aos 15 mil euros para uma ajuda inicial. Atingido rapidamente, o valor foi atualizado para 80 mil euros. Às 17h50 deste sábado, a iniciativa já tinha recolhido 61755 euros, a partir de 4200 donativos.