Francesco Acerbi. Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

Acerbi assume choque com Spaletti e recusa convocatória para seleção italiana

Jogador do Inter diz que não se sente «parte do projeto»

O defesa do Inter, Francesco Acerbi, explicou a razão pela qual recusou a convocatória do selecionador italiano, Luciano Spalletti, para os jogos de qualificação para o Mundial contra a Noruega e a Moldávia. O jogador de 37 anos foi incluído na lista para os jogos de Itália de 6 e 9 de junho, mas domingo tornou-se público que rejeitou a chamada.

Acerbi insiste que a sua decisão de não se juntar à seleção italiana não é consequência direta da derrota do Inter por 0-5 frente ao Paris Saint-Germain na final da Liga dos Campeões no sábado, mas sim devido a divergências com o selecionador Luciano Spalletti.

Sem dar nomes, Acerbi insinuou que existe falta de respeito por parte daqueles que «lideram o grupo», perante as especulações de que Spalletti inicialmente não o queria incluir na convocatória da seleção.

«Após profunda reflexão, informei hoje o selecionador que não aceitarei a convocatória para a seleção nacional. Não é uma decisão tomada de ânimo leve, pois vestir a camisola da Azzurra sempre foi uma honra e um motivo de orgulho para mim», escreveu Acerbi numa longa publicação no Instagram.

«No entanto, à luz dos acontecimentos recentes, as condições para continuar esta jornada não existem. Não procuro desculpas ou favores, exijo respeito. E se esse respeito não existe por parte de quem deve liderar o grupo, prefiro afastar-me», explicou ainda.

«Não sou alguém que force a entrada numa convocatória. Sempre dei tudo de mim, mas não ficarei onde não sou verdadeiramente desejado, e é claro que não faço parte do projeto do selecionador. Esta é a minha decisão e, como disse esta manhã ao selecionador, não é definitiva, nem motivada por raiva ou depressão após a derrota na final da Liga dos Campeões. É uma necessidade de dar um passo atrás. Desejo o melhor à seleção e continuarei a apoiar os meus colegas com a mesma dedicação que sempre demonstrei em campo», declarou ainda Acerbi.

Mais cedo, em conferência de imprensa, foi o próprio Spalletti a dar conta da recusa:

«Não é nenhum problema físico, ele repensou o que se passava à sua volta. Eu tinha-o convocado pelo que ele demonstrou neste período. É verdade que no final do campeonato chegamos todos com falta de ar, não foi fácil fazer estas convocatórias, mas temos de juntar tantas coisas... Mesmo que eu tenha chamado 23, há 30 jogadores que fazem parte da seleção nacional. Calafiori e Buongiorno não estão aqui, também estávamos a monitorizar Leoni, mas ele não está no seu melhor. Tive pena de não ter convocado Mandragora, Cristante e Mancini, que estão a jogar muito bem. Mas temos isso em mente, porque se nos faltarem alguns peões, substituí-los-emos. Decidimos fazer um grupo bastante pequeno para que os 7-8 jogadores que não chegaram aos 23 não fossem esquecidos. Caso contrário, eu convocaria sempre 33... Mas, pelo que vimos, é bom fazer com que certos jogadores percebam que estamos a contar com eles. Depois é preciso ter em conta as reacções destes dias.»

Sugestão de vídeo: