Pedro Neto soma 17 internacionalizações pela Seleção Nacional - Foto: IMAGO

A Seleção, Diogo Jota, o sonho do Mundial e o Benfica: tudo o que disse Pedro Neto

Extremo do Chelsea foi o porta-voz da Seleção Nacional no arranque da Operação 'Mundial 2026'

Primeira vez que a Seleção Nacional se encontra depois da morte de Diogo Jota. Como está a equipa? O que espera do futuro de João Félix? Espera ganhar mais destaque no Chelsea
 
Voltar aqui e não o ter presente... são dias difíceis. Sentimos o vazio. Mas, acima de tudo, vamos usar essa força e essa raiva para honrá-lo e para conquistarmos aquilo que temos para conquistar. Sabemos que ele nos vai dar muita força para conseguirmos o nosso objetivo.

Em relação ao João Félix, toda a gente sabe a qualidade que ele tem. Eu tive o privilégio de estar com ele seis meses. Um jogador inacreditável. Por opção do mister, teve as oportunidades que teve. Quando as teve, esteve muito bem e acho que toda a gente sabe o que ele pode fazer. Espero que ele agora se consiga afirmar outra vez e jogar o seu futebol. Acho que isso é o mais importante. Se o deixarem jogar futebol, ele vai singrar outra vez. 

Quanto ao futuro no Chelsea, é fazer melhor do que fiz no ano passado e trabalhar ainda mais. 
 
Parte para este apuramento com que ambições pessoais e coletivas? 
 
Em termos coletivos, estamos focados nestes seis jogos que temos, para nos qualificarmos e demonstrarmos, também como demonstrámos na Liga das Nações, que somos os melhores. Acho que também são nestes jogos que demonstramos que somos os melhores, com seriedade e com a qualidade que temos. Individualmente, é fazer melhor do que fiz, trabalhar mais do que trabalhei e ver o que acontece, porque nunca sabemos o que pode acontecer.

2024/25 foi a melhor época da carreira? 
 
Sim, mas espero que haja ainda melhores. Até agora, acho que sim. Foi uma época muito bem conseguida. Uma época de muita aprendizagem também. Como é óbvio temos esse sonho de ganhar o Mundial, um sonho que é possível. Já disse ao Enzo Fernández que ele é o primeiro jogador a ser campeão do mundo de clubes e e de seleções. Disse-lhe que gostava também de conseguir esse feito, que é um sonho que eu tenho. E é esse o objetivo, trabalhar duro para conseguir alcançar esse objetivo. 
 
A ausência de Ronaldo do funeral de Diogo Jota foi falada no balneário? Isso prejudica o capitão? 
 
Eu não sou ninguém para julgar o nosso capitão. Ele certamente teve a sua razão e isso terá de lhe perguntar a ele. Não tenho qualquer tipo de comentário. 
 
Qual é a posição em que acha que rende mais? Satisfeito por encontrar o Benfica na Champions

Com sinceridade, prefiro jogar a extremo-direito. Foi onde comecei nas camadas jovens, quando comecei a jogar mais na frente, porque eu até comecei a jogar a médio-centro. Mas diria que onde gosto de jogar mais é do lado direito.

Já apanhámos o Benfica também no Mundial de Clubes, ainda por cima apanhei o mister Lage, que chegou a ser meu treinador. É sempre um privilégio apanhar uma equipa da dimensão do Benfica. São esses desafios que um jogador quer e estou ansioso para jogar contra eles outra vez. 

Pesadelo das lesões já ficou para trás. Como conseguiu ganhar esta consistência que apresenta agora? 
 
Com as experiências que passei, aprendi muito, conheci melhor o meu corpo, tive de estudar certas partes do corpo que eu não conhecia, fazer certos testes e, acima de tudo, ter a consistência e a rotina de trabalho, que teve de ser ainda maior. Tenho conseguido essa consistência e espero continuar assim. 
 
Como compara o Pedro antes de chegar ao Chelsea e o Pedro de agora? A melhor versão de Pedro Neto ainda está para vir? 
 
Acho que é muito diferente. Antes de chegar ao Chelsea, tive de adaptar-me outra maneira de jogar. Porque estava habituado a jogar num clube da Premier League que não tinha tanta posse de bola. No Chelsea, uma das coisas que senti que melhorei mais foi o facto de jogar em espaços reduzidos. O facto das equipas jogarem mais recuadas, o facto de haver mais posse de bola, foi uma coisa em que eu tive que levar o meu jogo para um nível mais de posse e não tanto de transição. O tempo em que estive na Seleção também me ajudou muito, porque a Seleção também tem muita posse de bola e eu jogo muitas vezes no meio-campo adversário. Também a maior chegada à área quando há cruzamentos, o preenchimento das zonas da área e de finalização foram coisas em que também evoluí. 
 
Ser favorito no grupo adiciona mais pressão? 
 
Acho que é uma boa pressão. As melhores seleções não se mostram só nos grandes momentos ou nos grandes jogos, mas também neste tipo de apuramentos. Claro que somos favoritos e gostamos de ser os favoritos. Estamos aqui para ganhar todos os jogos, para jogar à Portugal, e vamos para todos os jogos para ganhar. 
 

Vai se estrear na Champions. É um sonho cumprido e já pensa na estreia? 
 
Sem dúvida que é um sonho. Acima de tudo, é um privilégio jogar nesse tipo de competições. Vai ser a primeira oportunidade que eu vou ter de me estrear. Neste momento, estou focado em estar na Seleção, mas sem dúvida que estou ansioso de jogar também nessa competição. 

 Sente que a concorrência no Chelsea é boa para a sua evolução? 
 
É sempre bom quando um clube traz jogadores com qualidade e que possam ajudar a equipa. Mas, acima de tudo, compito contra mim próprio e contra o meu trabalho diário. Ou seja, tento fazer sempre o meu melhor cada dia que passa. Sei que se estiver ao meu nível, vou estar mais perto de ajudar e mostrar o meu futebol. Vou focar-me no meu trabalho, jogar o meu futebol e depois as decisões ficam para o mister.