A rivalidade com o Benfica e a exigência de Farioli: Prpic abre o livro
Em entrevista ao jornal croata de maior circulação no país, o 24sata, o defesa-central croata Dominik Prpic partilhou as suas impressões sobre o FC Porto, a adaptação à cidade e a exigência de jogar por um grande europeu.
Prpic falou sobre a responsabilidade de envergar a camisola azul e branca, comparando-a com a do Hajduk Split, o clube onde iniciou a sua carreira. Sobre a maior rivalidade em Portugal, não hesita na resposta: «É com o Benfica.»
Farioli exige que joguemos como uma verdadeira equipa, criando um espírito de união. Ele está sempre atento e, quando percebe que baixamos o ritmo, faz questão de nos motivar de imediato
«Costuma-se dizer que a camisola do Hajduk é pesada, e eu diria que a do FC Porto é muito semelhante. Apesar de ainda não ter sentido grande pressão, já que não tivemos nenhuma derrota no campeonato, só na Liga Europa, sei que a exigência aqui é altíssima. Pelo que ouvi dos jogadores mais experientes, em temporadas passadas, quando os resultados não apareciam, a pressão era enorme. Mas, até agora, tudo tem sido excelente», afirmou o croata, destacando a mentalidade apaixonada dos adeptos portistas.
No FC Porto, sinto que a paixão [dos adeptos] é igualmente intensa e isso faz toda a diferença no nosso desempenho
Prpic reconhece a rivalidade com o Benfica como um dos grandes marcos do futebol português, traçando um paralelo com a rivalidade entre o Hajduk e o Dínamo Zagreb: «Sim, o Benfica é o nosso maior rival, tal como o Dínamo [Zagreb] é o do Hajduk. Na Croácia, os nossos adeptos são muito numerosos e barulhentos, mesmo fora de casa. Aqui, no FC Porto, sinto que a paixão é igualmente intensa e isso faz toda a diferença no nosso desempenho.»
A liderança na Liga e o impacto de Farioli
Com o FC Porto a liderar a tabela do campeonato, Prpic destacou o bom início de temporada da equipa: «Tivemos um arranque excelente, com dez vitórias e um empate frente ao Benfica. Somos uma equipa jovem, mas com muita personalidade e qualidade individual. O nosso treinador, Francesco Farioli, exige que joguemos como uma verdadeira equipa, criando um espírito de união. Ele está sempre atento e, quando percebe que baixamos o ritmo, faz questão de nos motivar de imediato.»
Tivemos um arranque excelente, com dez vitórias e um empate frente ao Benfica. Somos uma equipa jovem, mas com muita personalidade e qualidade individual
Sobre o italiano, Prpic foi categórico: «Só tenho elogios para o treinador. Ele deu-me uma oportunidade, vejo que me valoriza muito e acredita em mim, e estou muito grato por isso. Tenho de continuar a trabalhar e esperar pela minha oportunidade... Foi assim que me foi apresentado quando assinei o meu contrato. O primeiro ano é um ano de adaptação ao clube, à liga, à mentalidade... Eu estava ciente de que seria utilizado gradualmente e teria oportunidades; cabe-me a mim treinar e aproveitar ao máximo os minutos que tiver.»
O croata revelou também como foi o processo da transferência para o clube português: «Estava com o Hajduk, num estágio na Eslovénia, quando os responsáveis do FC Porto me apresentaram um plano que me agradou muito. Aceitei a proposta imediatamente. Tudo aconteceu muito rápido e estou muito feliz por jogar num gigante europeu. Aproveito cada momento.»
A memória de Ivic
Prpic mencionou ainda a importância que o FC Porto dá à sua história e identidade. «O nosso treinador organizou uma visita ao museu do clube para que nós, os que não crescemos na academia, conhecêssemos a rica história do FC Porto. Foi aí que me perguntaram sobre Tomislav Ivic. Claro que sabia quem ele era e da marca profunda que deixou tanto no Hajduk como aqui no Porto», revela, entusiasmado.
O nosso treinador organizou uma visita ao museu do clube para que nós, os que não crescemos na academia, conhecêssemos a rica história do FC Porto. Foi aí que me perguntaram sobre Tomislav Ivic
Sobre a adaptação à vida em Portugal, o jogador revelou que se inscreveu num curso de português assim que chegou: «Ninguém me obrigou, mas achei importante aprender a língua. Já consigo comunicar no campo, pedir comida num restaurante e orientar-me na rua. Acho que aprender a língua é uma forma de demonstrar respeito pelo lugar onde estamos.»
A cláusula e a concorrência
Com um contrato de cinco anos e uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros, Prpic reconhece a confiança que o FC Porto depositou nele. «Fiquei surpreendido quando soube da cláusula, mas isso reflete o plano que o FC Porto tem para mim. Até agora, tudo corre bem e tenho uma relação muito boa com o treinador», disse.
Temos jogadores com muita experiência, como Jakub Kiwior e Jan Bednarek, mas ambos têm sido muito justos comigo
Sobre a forte concorrência na posição de defesa-central, o croata mostrou-se confiante: «Temos jogadores com muita experiência, como Jakub Kiwior e Jan Bednarek, mas ambos têm sido muito justos comigo. Acredito que, com trabalho, poderei conquistar o meu espaço.»