Treinador de Tsitsipas diz-se «chocado»: «Sem joelho, estou melhor do que ele»
Goran Ivanisevic, que em abril passou a ser o treinador de Stefanos Tsitsipas, teceu-lhe agora duras críticas, afirmando nunca ter visto um tenista tão mal preparado fisicamente como o grego.
Ivanisevic, de 53 anos, comentou o desempenho do seu pupilo após a eliminação na primeira ronda de Wimbledon, por desistência, notando que no último ano, nos quatro torneios do Grand Slam, apenas atingiu a segunda ronda em Roland Garros.
«As coisas são simples e complexas ao mesmo tempo. Já falei com o Stefanos muitas vezes. Se ele resolver os problemas que tem fora do ténis, então terá possibilidades de voltar ao lugar que lhe pertence, porque ele é demasiado bom para estar fora do top-10», disse Ivanisevic sobre o antigo n.º 3 do ranking ATP, que ocupa atualmente o 26.º lugar.
«Ele só diz 'eu quero, eu quero', e eu não vejo qualquer progresso. Fiquei chocado, porque nunca tinha visto um jogador tão mal preparado na minha vida. Mesmo sem joelhos, estou três vezes em melhor forma do que ele. E isso diz muito», acrescentou o croata, campeão de Wimbledon em 2001 e antigo treinador de Novak Djokovic — durante seis anos, até 2024.
«Perdeu a agressividade e isso tem de ser recuperado com trabalho. Eu não sou o Harry Potter. Não tenho uma varinha mágica para mudar tudo da noite para o dia. Mas se ele estiver disposto a trabalhar, os resultados vão aparecer, seja comigo ou sem mim», acredita.
Apesar da dureza das palavras do treinador, que falava para uma cadeia de televisão dos balcãs, Tsitsipas garantiu entender e aceitar as críticas do treinador.
«O Goran é honesto, não adoça as coisas. Precisava de alguém assim, que já tenha estado no topo e compreenda o que é esta pressão. Talvez devesse tê-lo contratado há três ou quatro anos. Perdi tempo a insistir nos mesmos métodos, sem evoluir. Foi um erro meu», disse.
Tsitsipas admite que vive o momento mais delicado da carreira e revela que vai repensar o futuro, deixando no ar a possibildiade de se afastar. «É a situação mais difícil que já vivi. Nos próximos meses vou ter de decidir se quero mesmo continuar a fazer isto. Se não estiver em condições, não faz sentido competir, porque se a saúde falhar, tudo o resto deixa de ter valor», nota.