Dona de um currículo invejável, que inclui, por exemplo, duas presenças na final-four da Liga dos Campeões, Viktoriya Borshchenko acredita que o nível da equipa das águias permite sonhar
Já ganhou uma Taça EHF e jogou a final da Champions. Quão longe estamos de ver uma equipa portuguesa a jogar a Liga dos Campeões ou a lutar pelas competições europeias?
Fiquei muito triste por termos perdido na época passada com a equipa turca [Konyaalti, nos oitavos da Taça Europeia, prova que as turcas conquistaram]. Perdemos por um golo, mas merecíamos ter ganhado. E era importante para esta equipa ter conquistado a prova. Era uma oportunidade para sentiren o que é estar numa final, a lutar pela medalha de ouro. Isso teria permitido dar um ou dois passos para um novo nível. Este ano, a próxima eliminatória é contra uma equipa grega [AESH Pylea], não gosto de olhar muito para a frente, prefiro ir passo a passo, mas temos de dar cabo delas [risos] e seguir para os quartos de final, para continuar a lutar.
Viktoriya Borshchenko é dona de um currículo impressionante no andebol internacional. A jogadora ucraniana mudou-se para as águias em abril de 2022 e apaixonou-se pelo clube
Sente que o tem nível Benfica para estar perto de chegar a uma final europeia?
Acredito mesmo que sim. Como disse, há muito boas jogadoras em Portugal. Mas são equipas que têm três jogadoras muito boas e as outras menos boas. Exceto o Madeira SAD que tem uma grande equipa, e que nos obriga a jogar a um nível diferente. Só que só temos dois jogos com elas por ano. Lutamos muito, mostramos bom nível, mas são apenas dois jogos por ano a esse nível. Se houvesse mais equipas a um nível mais elevado, as nossas jogadoras podiam mostrar mais. Porque ainda têm de mostrar mais e só o poderão fazer se tivermos jogos de outro nível.
Viktoriya Borshchenko, jogadora da equipa de andebol do Benfica, tem a família na Ucrânia, seu país natal. Voltou lá pela terceira vez desde o início da guerra, mas não vai conseguir ver a família, que está na cidade de Kherson, onde a tensão continua a ser muito grande