COI mantém sanções a Rússia e Bielorrússia e reforça solidariedade com a Ucrânia

Olimpismo COI mantém sanções a Rússia e Bielorrússia e reforça solidariedade com a Ucrânia

OLIMPISMO22.02.202316:58

O Comité Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI), presidido pelo antigo esgrimista alemão Thomas Bach, informou esta quarta-feira, em nota divulgada, que irá manter as sanções em vigor desde fevereiro de 2022 à Rússia e à Bielorrússia – países responsáveis pela invasão da Ucrânia -, após um grupo de 30 nações ocidentais, incluindo os EUA e Portugal, na segunda-feira, em declaração conjunta dos responsáveis políticos do Desporto e Cultura, ter reiterado a opinião negativa e a ameaça de boicote à presença nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 caso o organismo, como deu conta em janeiro, venha a permitir, de alguma forma, atletas destas duas nações no evento.

Assim, na nota divulgada, o COI volta a apontar o dedo a Rússia e Bielorrússia como «únicos responsáveis por esta guerra, sem sentido» e reitera a proibição de estes dois países serem palco ou organizarem quaisquer provas internacionais, além de proibir a exibição das respetivas bandeiras, os hinos ou outros símbolos destas duas nações.

«As sanções adotadas em fevereiro de 2022 e reforçadas em dezembro de 2022 […] permanecem firmemente em vigor», sublinha o COI, ao qual, recorde-se, o Comité dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que aceitasse a participação de atletas de todas as nações, sob pena de violação do direito consagrado universalmente (e na Carta Olímpica) da não discriminação pela nacionalidade.

Recordando não haver «fim à vista para os combates após um ano de derramamento de sangue» e o início das hostilidades pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022, menos de uma semana após o final dos Jogos Olímpicos de inverno de Pequim-2022 - «o que é uma flagrante violação da Trégua Olímpica, então vigente, e da Carta Olímpica» - o COI reafirma «inabalável solidariedade para com os atletas ucranianos».

«Todos queremos ver uma equipa forte da Ucrânia em Paris-2024 e também nos Jogos Olímpicos de Inverno de Milão/Cortina d’Ampezzo-2026», é o argumento de Thomas Bach e do Comité Executivo, que deixou, neste dia, uma revelação aos que o acusam de inércia ou olhar para o outro lado.

«O COI triplicou o fundo de solidariedade, para que os atletas tenham todo o apoio e possam superar os enormes desafios que diariamente enfrentam para realizar o seu sonho olímpico, três mil atletas já beneficiaram desta ajuda financeira, canalizada através do Comité Olímpico da Ucrânia», num valor não discriminado, todavia, alega o Comité Executivo, que, em rodapé, lembra ainda o  apoio logístico, ao nível de viagens, alojamento, instalações de treino e equipamentos» também concedido a atletas ucranianos-

«Desde os antigos Jogos Olímpicos, a missão foi sempre a de promover a paz por meio do desporto. Continuamos comprometidos com esta missão, de unir o mundo inteiro numa competição pacífica até hoje. Os esforços de construção da paz precisam de diálogo. Uma competição com atletas que respeitam a Carta Olímpica pode servir de catalisador para o diálogo, que é sempre um primeiro passo para alcançar a paz», é o esperança reiterada por Thomas Bach e responsáveis maiores do movimento olímpico.

«Os Jogos Olímpicos não podem evitar guerras e conflitos ou combater os problemas sociais:, essa é a área da política. Mas podem servir de exemplo para um mundo onde todos respeitem as mesmas regras e uns aos outros. Os Jogos podem inspirar a resolver problemas, construindo pontes, levando a um melhor entendimento entre as pessoas. Eles podem abrir a porta para o diálogo e a construção da paz de maneiras que a exclusão e a divisão não conseguem», é o ‘recado’ de Thomas Bach e seus pares, lembrando não ser responsabilidade sua a situação gerada.

A nota não termina sem o COI reiterar «solidariedade inabalável com a Ucrânia, as sanções impostas à Rússia e à Bielorrússia e a missão unificadora e de construção da paz».