Varandas e Rui Costa: como está o duelo de presidentes em relação a títulos
Rui Costa e Frederico Varandas têm mantido uma sã convivência (Foto Miguel Nunes)

DÉRBI DOS DÉRBIS Varandas e Rui Costa: como está o duelo de presidentes em relação a títulos

NACIONAL08.05.202521:00

Se o Sporting vencer o campeonato, atual dono do poder fica com tantos no currículo como João Rocha; se for o Benfica, líder encarnado alcança Fernando Martins

Os dois eternos rivais apresentam-se neste dérbi dos dérbis que pode decidir o próximo campeão nacional, com Frederico Varandas a liderar em termos de troféus sobre Rui Costa, pois sob a sua liderança o futebol profissional dos leões já conquistou duas Ligas (2020/2021 e 2023/2024), uma Taça de Portugal (2018/2019), três Taças da Liga (2018/2019, 2020/2021 e 2021/2022) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (2021).

O palmarés do presidente na cadeira do poder na Luz é menos rico, pois cinge-se a uma Liga (2022/2023), uma Taça da Liga (a desta época) e uma Supertaça Cândido de Oliveira, em 2023.

No entanto, é preciso levar em linha de conta que Varandas está há mais tempo no cargo, pois foi eleito a 8 de setembro de 2018, enquanto Rui Costa, após abandonar os relvados, esteve muitos anos como diretor-desportivo, vice-presidente e administrador da SAD e assumiu a presidência dos encarnados a 9 de julho de 2021, após Luís Filipe Vieira ter, em primeira instância, suspendido funções e depois ter resignado ao cargo na sequência da Operação Cartão Vermelho. Portanto, há uma diferença de três temporadas futebolísticas entre os líderes dos dois clubes.

Varandas foi eleito em setembro de 2018
A notícia da subida de Rui Costa à presidência do Benfica

Centrando a análise, para já, em Frederico Varandas, o antigo diretor clínico do clube de Alvalade arrancou em termos de troféus em Alvalade com a conquista da Taça da Liga de 2018/19, com o neerlandês Marcel Keizer no comando, ao vencer nas grandes penalidades o FC Porto. Isto foi em janeiro e no final da temporada aplicou o mesmo método perante o mesmo opositor na final da Taça de Portugal.

Seguiu-se um período de seca de títulos. Keizer foi substituído por Leonel Pontes e por Jorge Silas, até ao momento em que Varandas, em março de 2020, e o então diretor desportivo, Hugo Viana, resolveram ir a Braga e contratar por €10 M um treinador que tinha pouco mais de uma dezena de jogos no principal escalão do futebol nacional: Ruben Amorim. O mundo fechou-se pouco depois por conta da pandemia de Covid-19 e os horizontes de Varandas abriram-se aos títulos. Na época seguinte (2020/21), Taça da Liga para o Sporting e, muito mais do que isso, a Liga que fugia há 19 anos. No início de 2021/22 Supertaça no currículo diante do SC Braga e mais uma Taça da Liga, perante o Benfica (2-1).

2022/23 não trouxe títulos ao Sporting de Varandas, mas 2023/24 significou mais um campeonato nacional para os leões. Portanto, o atual dono da cadeira do poder em Alvalade tem dois campeonatos nacionais e se vencer o de 2024/25 fica com três, igualando o mítico presidente João Rocha, que conquistou os mesmos mas em 13 anos e 26 dias de mandato, enquanto Varandas vai a caminho do sétimo ano à frente dos leões.

Frederico Varandas já está no top-5 de presidentes com mais campeonatos conquistados, estando, de momento, ex aequo com Góis Mota (década de 50) e Brás Medeiros (décadas de 60 e 70) e pode dar um salto para o segundo posto, ainda ficando atrás dos cinco conquistados por António Ribeiro Ferreira nos anos dourados para o leão dos Cinco Violinos, embora este último tenha participado em mais um, em 1952/53, numa época concluída por Góis Mota.

Os cinco presidentes do Sporting com mais campeonatos:

Comparativamente só na Liga, é preciso ter em atenção que o Sporting tem 20 no palmarés, enquanto o Benfica já vai em 38.

Partindo deste pressuposto para aquilo que cada presidente encarnado ganhou na principal prova do futebol nacional, é preciso dizer-se que Rui Costa ainda está longe dos dois primeiros classificados na hierarquia encarnada: Borges Coutinho e Luís Filipe Vieira, ambos com sete campeonatos. Mas o homem que dava o nome ao antigo pavilhão esteve oito anos e quatro dias no cargo, enquanto o antecessor de Rui Costa esteve longuíssimos 17 anos e 257 dias à frente do clube.

Os cinco presidentes do Benfica com mais campeonatos:

O top-5 encarnado é fechado com os irmãos Adolfo e Maurício Vieira de Brito, ambos com três, os mesmos que João Santos.

Portanto, se Rui Costa conseguir o seu segundo campeonato nacional, ainda ficará com um largo caminho para percorrer mas igualará, por exemplo, Fernando Martins, o homem responsável pelo fecho do Terceiro Anel do antigo Estádio da Luz.

Os confrontos diretos

Os confrontos diretos entre os dois oponentes com Varandas e Rui Costa nas cadeiras do poder arrancaram em 2021/22 e com uma vitória leonina em pleno Estádio da Luz, por 3-1, fruto dos golos de Sarabia (8'), Paulinho (62') e Matheus Nunes (68') para os leões, com Pizzi a reduzir na compensação (90+6'). Seguiu-se a final da Taça da Liga, com vitória leonina por 2-1 e no dérbi final dessa época triunfo do Benfica, por 2-0.

Em 2022/23 foram só dois os jogos entre os eternos rivais e ambos para a Liga e com o mesmo resultado (2-2).

A temporada seguinte foi rica em termos de confrontos entre os dois, com o primeiro a saldar-se com triunfo de Rui Costa, por 2-1, com reviravolta épica na compensação, através dos golos de João Neves (90+4') e Tengsted (90+8'), após Gyokeres ter colocado os leões em vantagem. Para a Taça de Portugal, triunfo dos leões em Alvalade, por 2-1, com tentos de Pedro Gonçalves (9'), Gyokeres (54') e Aursnes (68'). Na segunda mão das meias-finais, empate a dois. Na semana seguinte, novo dérbi mas para o campeonato. Geny Catamo inaugurou o marcador no primeiro minuto, Bah empatou (45+3') e o moçambicano desfez a igualdade (90+2'), num encontro que fez com que os leões dessem um salto de gigante rumo à conquista da Liga.

Já esta temporada, na estreia de Rui Borges no comando dos leões, vitória leonina com golo de Geny Catamo (28'). Na final da Taça da Liga, empate a uma bola, com remates certeiros de Schjeldrup e Gyokeres. No desempate nas grandes penalidades, Trubin defendeu uma de Trincão e o troféu seguiu para a Luz. Contas feitas, vantagem para Frederico Varandas, com cinco vitórias, dois empates e duas derrotas. Sábado se verá como ficarão as contas.

Recorde aqui os dois últimos dérbis