O jogo com o Dortmund terminara — 0-3 em Alvalade na primeira mão do play-off da Uefa Champions League —, os jogadores, incluindo Viktor Gyokeres, já tinham agradecido o apoio aos adeptos, mas já com o relvado praticamente vazio havia alguém ainda a correr em longas retas de área a área em velocidade de sprint. Era ele mesmo, Gyokeres a acelerar depois de um jogo que fez parte do programa de gestão da condição física. Sim, foi um jogo de categoria Champions, elevado grau de dificuldade, mas que no entanto foi usado no programa de recuperação física de Gyokeres. O problema de fadiga muscular do avançado de 26 anos, com incidência nos adutores da coxa esquerda, exige um rigoroso plano de gestão e recuperação e a entrada do camisola 9 aos 58' da partida com o Dortmund aconteceu não tanto pelo que o jogo pedia naquele momento mais porém porque neste regresso do sueco aos jogos, após paragem completa de dois encontros, se apontou para uma utilização superior aos 30 minutos, mais alta do que os 20 que aconteceram no clássico com o FC Porto (1-1 no campeonato na sexta-feira) em que entrou aos 70'. O problema físico do goleador tem dado muito que falar, os leões, porém, continuam e vão continuar em silêncio. Fonte oficial dos verdes e brancos contactada por A BOLA explica que o Sporting «não faz comentários sobre o boletim clínico dos jogadores, a menos que se trate de uma situação grave ou de longa duração». «É política do clube e uma questão de ética médica», acrescenta a mesma fonte. E por isso tem sido o treinador Rui Borges a dar a cara nas conferências de imprensa, onde tem sido bombardeado com perguntas sobre a condição física não apenas do sueco mas sobretudo do sueco. «Não vou estar aqui a especificar a lesão do Viktor. O Viktor já está disponível para jogo, ponto final. Se tivesse lesão, não jogava. Eu percebo, e é normal, o Viktor é um jogador que cria impacto. Agora, estão preocupados com o Viktor e em especificar a lesão... há coisas que a mim não fazem muito sentido. Ele parou, está a vir aos poucos, e temos de ter algum cuidado», disse no final do encontro com os alemães. «Não é problema físico, tem a ver com falta de ar, com os pulmões. Teve alguma perda de treino, teve alguma perda de condição física e tem de a ganhar. E como ele outros. Mas o défice físico não se sente só no Viktor, sente-se de forma geral», apontou ainda Rui Borges depois do encontro com o Dortmund. E foi isso que Gyokeres fez no jogo de terça-feira. Está a acelerar para ganhar esse ritmo, sempre naturalmente com todos os cuidados para evitar recaídas e poder continuar a ganhar minutos e com isso o pulmão que perdeu nos últimos tempos. Afinal, contas feitas, depois de 90' com o Benfica na final da Taça da Liga no dia 11 de janeiro, Gyokeres falhou dois (Bolonha e Farense) dos seis jogos do Sporting e só num foi titular (89' com o Nacional). Nos outros três foi suplente utilizado: jogou 36' com o RB Leipzig e marcou um golo e nos dois últimos jogos dos leões voltou às opções para sair do banco e jogar 20 minutos com o FC Porto e pouco mais de 30 com o Dortmund. Será então natural a continuidade desta rotina, com trabalho específico em Alcochete e entrada gradual nos jogos, aumentando os minutos até poder ser opção inicial para o treinador, que conta com o goleador para a fase final e decisiva do campeonato e também para a Taça de Portugal, prova também na mira do leão.
.jpg)
