«Se fosse Roger Schmidt, ainda não arriscaria Trubin na Champions»
Trubin, guarda-redes do Benfica

Benfica «Se fosse Roger Schmidt, ainda não arriscaria Trubin na Champions»

NACIONAL18.09.202315:57

Volodymyr Tsytkin, antigo guarda-redes ucraniano, avalia positivamente a estreia do compatriota na baliza do Benfica em Vizela, mas alerta para «duas fraquezas» no jogo do guardião.

Volodymyr Tsytkin, antigo guarda-redes ucraniano e atual treinador do Khust, seguiu a par e passo a estreia de Anatoliy Trubin pelo Benfica, em Vizela, mas alerta para «fraquezas» que devem ser corrigidas para que o jogador possa afirmar-se na Luz.

«Vejo duas fraquezas. A primeira é a técnica do guarda-redes, a forma como recebe a bola, a segunda, e mais importante, é a saída dos postes. No jogo frente ao Vizela, Trubin teve momentos em que conseguiu ser mais agressivo e intercetar a bola. Mas foi uma sorte o facto os adversários terem atirado duas vezes por cima, no próximo jogo poderá não ter tanta sorte. Em Portugal, como noutros campeonatos, muitas equipas atacam pelas laterais e se o guarda-redes não souber sair é um grande problema», explica Volodymyr Tsytkin, em entrevista à publicação 'Footboom'.

Volodymyr Tsytkin, Foto FC KHUST

Precisa de trabalhar muito os seus pontos fracos. Se não aprender a sair dos postes permanecerá a um nível mediano»

«Mas ficarei muito feliz se Trubin conquistar o lugar na equipa do Benfica e se encontrar a estabilidade, mas para fazer isso precisa de trabalhar muito os seus pontos fracos. Se não aprender a sair dos postes permanecerá a um nível mediano», explica.

O antigo técnico de guardiões do Zenit e dos sub-19 da Ucrânia dá nota positiva ao jogo de estreia: «Se a equipa vence, a estreia pode ser considerada um sucesso, embora Trubin não tivesse muito trabalho. Esteve longe de brilhar, mas foi competente. Acredito que o treinador do Benfica fez bem ao colocá-lo a jogar, é muito importante para um guarda-redes e creio que o Benfica comprou Trubin não para mantê-lo no banco, mas para promovê-lo e revendê-lo por muito dinheiro.» 

Se a equipa vence, a estreia pode ser considerada um sucesso, embora Trubin não tivesse muito trabalho. Esteve longe de brilhar, mas foi competente. Acredito que o treinador do Benfica fez bem ao colocá-lo a jogar, é muito importante para um guarda-redes

Tsytkin, 57 anos, não dá a titularidade de Trubin como garantida: «Não é um facto, acredito que Trubin ainda não é guarda-redes para uma equipa grande, tem muitas fraquezas. É claro que será muito mais fácil para ele progredir no Benfica do que no Shakhtar, mas por outro lado haverá em Portugal maior exigência em relação a ele.»

Esta quarta-feira joga-se o Benfica-Salzburgo, para o Grupo D da Liga dos Campeões. «Acho que Trubin não jogará. Se eu fosse Roger Schmidt, ainda não arriscaria colocá-lo em campo numa competição como a Champions. Na Liga dos Campeões deve jogar o guarda-redes com mais tempo de equipa, Trubin ainda está a adaptar-se, deve começar devagar e tem de aprender português para comandar a defesa», justifica.

Na Liga dos Campeões deve jogar o guarda-redes com mais tempo de equipa, Trubin ainda está a adaptar-se, deve começar devagar e tem de aprender português para comandar a defesa»

Sem se deter, o antigo guardião ucraniano reforça ideia. «No Shakhtar foi perdoado por muitos erros e teve a oportunidade de jogar, mas isso não acontecerá no Benfica. A equipa tem grandes objetivos, campeonato e chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões, portanto Trubin estará constantemente sob análise e não será fácil. Ele precisa de concentrar-se em corrigir as suas fraquezas, se não sair bem dos postes e receber bem a bola, mais cedo ou mais tarde isso levará a golos sofridos», observa.

O treinador do Khust considera que «Trubin joga muito bem com os pés». «É o seu ponto forte. Nem sequer é um aspeto da escola do Shakhtar, mas antes uma tendência que muitos clubes modernos seguem neste momento. Nesse sentido, Trubin não terá problemas.», explica, analisando o golo sofrido de penálti.

«Basicamente, Trubin tem bastante confiança nos penáltis, mas neste caso parece-me ter caído demasiado cedo, facilitando a vida ao marcador. Tudo depende de quem está a bater, se bater com confiança o guarda-redes quase não tem hipóteses», explicou Tsytkin.

Apesar dos alertas, Volodymyr Tsytkin lembra experiência de Trubin na Champions aos 22 anos: «Anatoliy disputou muitas partidas na Liga dos Campeões, ganhou consistentemente tempo de jogo, embora em termos de qualidade nem tenha havido estabilidade. Mas não tenho a certeza de que exista um guarda-redes tão novo com tantos jogos na Liga dos Campeões.»