Maurizio Sarri, novo treinador da Lazio
Maurizio Sarri, novo treinador da Lazio
Foto: IMAGO

Sarri: «Regressar à Lazio pode não ter sido a decisão mais racional...»

INTERNACIONAL15.06.202519:09

Italiano voltou ao comando técnico do seu ex-clube, que deixou no início de 2024, elogiou Nuno Tavares e comentou o sucesso mais difícil da carreira... com a Juventus, de Ronaldo

Após um ano de pausa na sua carreira, Maurizio Sarri escolheu regressar à Lazio. O técnico de 66 anos assumiu o comando da equipa após a saída de Marco Baroni, sob cuja liderança os romanos ficaram fora das competições europeias na última hora.

Em março de 2024, Sarri demitiu-se da Lazio, enquanto lidava com problemas familiares e sentia ter chegado a um impasse com o plantel da altura. Agora, ele explica o motivo do seu regresso ao Olímpico, falando ainda sobre Nuno Tavares e outros jogadores do plantel, para além de dar um conselho ao novo selecionador italiano, Gennaro Gattuso.

«Voltar à Lazio é como voltar a casa, os adeptos aqui gostam de mim», começou, em declarações ao Tuttomercatoweb. «Esta pode não ter sido a decisão mais racional, tendo já terminado o campeonato em segundo lugar aqui, mas emocionalmente foi muito fácil. O último ano foi terrível para mim – perdi vários familiares próximos e, durante meses, o futebol ficou em segundo plano. Agora quero voltar ao trabalho», continuou Sarri.

Recentemente, surgiram informações de que a Fiorentina também o teria contactado: «Houve algum contacto, mas eu já tinha assinado com a Lazio», confirmou o treinador. «Guardarei sempre no coração o apoio que os adeptos da Fiorentina me deram neste momento difícil – foram excecionais e realmente comoventes, até espalharam a minha foto pela cidade», explicou, elogiando Nuno Tavares, até certo ponto.

«Eu disse que após 50 jogos como médio defensivo, Nicolò Rovella se tornaria um jogador de topo, embora precise de melhorar a forma como distribui o jogo. Mattéo Guendouzi é um animal – por vezes, é preciso mantê-lo na coleira, porque não consegue parar aos 100%. Nuno Tavares é o único da defesa que não conheço pessoalmente, mas é precisamente com ele que vou começar. É talentoso, mas anárquico, por isso, se o colocarmos na posição certa, pode ser notável», afirmou o técnico, comentando a escolha de Gattuso.

Sarri já tinha assinado com a Lazio quando o cargo na seleção ficou vago após a demissão de Luciano Spalletti, pelo que foi questionado sobre o que poderia ser feito para melhorar a Itália. «Obviamente, algo não está a funcionar, porque há dois anos éramos segundos no ranking de clubes da UEFA e agora somos terceiros, apesar de a seleção nacional ter sérios problemas. Há uma discrepância entre a qualidade dos clubes e o desempenho da Itália – embora isso também aconteça noutros países. Tenho uma relação especial com o Gattuso e só lhe diria isto: que seja Gattuso – mesmo como selecionador de Itália, sem comprometer a sua visão de futebol», justificou, abordando o momento de sucesso mais difícil da carreira, com Cristiano Ronaldo.

«A Juventus foi a equipa mais difícil de treinar, porque os jogadores eram assimétricos. Ganhámos o Scudetto (2019/20) graças a jogadores mais frescos como Rodrigo Bentancur. Apesar de a Lazio ter estado na luta durante muito tempo, sempre soubemos que a batalha seria entre nós e o Inter, porque não tinham um plantel que aguentasse jogos de três em três dias», atirou, analisando, por fim, a final da Champions e a transformação no PSG.

«O PSG deu uma lição ao mundo do futebol ao libertar-se das grandes estrelas, reduzir os salários e mostrar coragem ao apostar em jogadores muito jovens – e assim conquistou um troféu que Lionel Messi e Neymar não conseguiram trazer ao clube», finalizou.

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