André André é amigo do internacional português e com ele partilhou o balneário dos dragões durante duas temporadas. Em declarações exclusivas a A BOLA, o atual jogador do Leixões fala da possibilidade de juntar-se o útil ao agradável. Também ao nosso jornal, José Peseiro, que orientou Rúben Neves nos azuis e brancos, desdobra-se em elogios ao antigo pupilo e abre o leque estratégico que um eventual regresso a casa ofereceria aos portistas
Filho de André, uma lenda do FC Porto, AndréAndré tem também sangue azul. Foi nos dragões que terminou a formação, voltando à Invicta para jogar na equipa principal entre 2015 e 2018.
Em duas dessas temporadas partilhou o balneário com Rúben Neves e fez um amigo para a vida. O possível regresso do (também) médio agradaria muito a AndréAndré.
«Dou-me muito bem com ele, quando vem a Portugal estamos sempre juntos, mas ainda não falámos sobre esse assunto. O que posso dizer com toda a convicção é que o Rúben tem o sonho, mas também o objetivo de carreira de voltar ao FC Porto. A questão será apenas perceber quando é que isso pode acontecer», conta a A BOLA.
Sublinhando que o internacional português pode «é um dos melhores e o FC Porto quer ter sempre os melhores», o atual jogador do Leixões fala do ADN e das conquistas.
«Acho que o FC Porto está com falta de referências e um regresso do Rúben era das melhores coisas que poderia acontecer. Um dos grandes sonhos que ele tem é o de conquistar títulos pelo FC Porto, algo que, infelizmente, naquela altura não conseguimos, e isso também reforça o sentimento de um regresso. Não o estou a ver a terminar a carreira sem poder dizer que ganhou títulos no FC Porto», afirma.
Passadeira azul feita à medida
Um eventual regresso de Rúben Neves ao FC Porto está a deixar o universo azul e branco a sonhar. Tal como A BOLA deu conta em primeira mão na passada terça-feira, o processo de resgate do médio não será fácil, uma vez que o jogador ter contrato com o Al Hilal até 2026 e aufere valores absolutamente proibitivos para a SAD portista, mas a verdade é que o assunto está em cima da mesa e vai continuar a ser trabalhado para que a possibilidade ganhe (ainda) mais forma.
Contratação de Rúben Neves é um sonho de verão dos dragões. Médio tem contrato com o Al Hilal até 2026, mas chamamento azul e branco pode tocar-lhe forte no coração. Operação complexa, mas não impossível
Os obstáculos prometem dar luta, mas são vistos como ultrapassáveis. Afinal, quando se juntam vontades comuns… tudo fica mais fácil de solucionar. A janela de oportunidade está claramente aberta, reforçamos, e a SAD liderada por André Villas-Boas tem a esperança de fazer regressar um jogador à Porto. Além de continuar a ser uma enorme referência do clube, seria um verdadeiro reforço no plano desportivo.
E para percebermos de que forma é que Rúben Neves encaixaria no FC Porto do futuro, estivemos à conversa com José Peseiro. O atual treinador dos egípcios do Zamalek orientou o internacional português na época 2015/2016 – período em que o médio conseguiu os melhores registos nos dragões (38 jogos, dois golos e uma assistência) – e recorda o que já nessa altura era bem visível. Além disso, e pensando no esquema tático de três centrais adotado por Martín Anselmi, que privilegia uma linha de três centrais que contempla um médio de origem nessas funções (Eustáquio tem sido o eleito), Peseiro entende que Neves também poderá encaixar nesse binómio.
«Como jogador, tem grande capacidade de comando e controlo dos tempos de jogo. Sendo um médio de origem, também poderá jogar como central pelo meio, uma posição que exige essas qualidades em posse, tal como se exige a um médio centro», analisa a A BOLA.
José Peseiro orientou Rúben Neves nos dragões na época 2015/2016 (Foto: Vítor Garcez/A BOLA)
Mas não é só dentro de campo que Peseiro encontra coisas boas no antigo pupilo: «Além de ser um jogador de muita qualidade, com uma capacidade de entender o jogo e de executar, tem enormes qualidades humanas, muita personalidade e bom caráter.»
A finalizar, o experiente treinador fala do portismo de Rúben Neves e do reforço desse sentimento que um eventual regresso do jogador traria ao balneário azul e branco. «Cada vez é mais difícil no futebol atual ter referências, como se identificavam noutros anos. Essas referências podem transmitir a génese e a cultura de um clube. O Rúben possui qualidades para ser essa referência», concluiu José Peseiro.
O dossiê ainda está entreaberto, mas uma conjugação de fatores poderá escancarar as páginas de um regresso ansiado… por todos. A passadeira azul parece estar a ser feita à medida.