O MISTER DE A BOLA Pouca festa da Taça
Vítor Vinha analisa a vitória, por 1-0, do FC Porto em casa do Vitória de Guimarães em jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal
Nota dominante
Apesar de utilizarem sistemas de jogo diferentes - Vitória em 1x3x4x3, e o FC Porto em 1x4x2x3x1-, ambas as equipas colocaram em campo um espírito competitivo acima da média. Muita garra e agressividade, tanto nos duelos defensivos como nos duelos ofensivos. Além disso, tendo sido este o primeiro de dois jogos de uma competição a eliminar, fez com que a partida nem sempre fosse bem jogada. Com os dois lados organizados em estruturas diferentes, os espaços estavam lá. Pareceu, no entanto, que vimaranenses e dragões se preocuparam mais em anular-se do que, propriamente, em aproveitarem as vantagens. A acérrima competitividade, as constantes quezílias e os frequentes protestos para com a equipa de arbitragem foram nota dominante e, com isso, o espectáculo ficou a perder.
Jogo de 180 minutos
O Vitória Sport Clube tem feito uma excelente campanha no Campeonato e um competente percurso na taça. Jogando em casa, empurrado pelos seus adeptos, esperava-se uma equipa com maior acutilância ofensiva, mas tal não aconteceu. Pouco ou nada incomodou a baliza de Cláudio Ramos. Notou-se que o conjunto de Álvaro Pacheco procurou um resultado que deixasse a eliminatória em aberto para segunda mão. Mérito dos portistas e demérito dos vimaranenses na hora de atacar. João Mendes, Jota Silva e Kaio César tentaram fazer algo de diferente, mas foram insuficientes.
Justiça no resultado
O triunfo da equipa de Sérgio Conceição é justo. Durante a batalha que foi o jogo, os azuis e brancos conseguiram chegar, por diversas vezes, ao último terço. Faltou melhor definição na hora de cruzar, e também na hora de escolher a melhor opção para visar a baliza adversária. Porém, o Porto foi somando alguns remates perigosos, com Varela a ir segurando o resultado. Até que, ao minuto 52, Nico cruzou para Pepê que, de cabeça, marcou o único golo da partida. Ao minuto 90+1, Wendell serviu Ivan Jaime, que rematou cruzado para a defesa da noite. Resultado final: 1-0 para o FC Porto. Justo.
Destaques individuais
Pepê é um dos destaques deste desafio e da temporada do FC Porto. O criativo marcou o golo que põe os dragões na frente da eliminatória, e teve uma série de acões de grande recorte técnico. É um jogador que faz a diferença.
Nico Gonzalez tem uma escola diferente, do estilo do Porto (formação Barcelona). Mas o jovem médio espanhol, ao longo da temporada, soube adaptar-se, ganhou o seu espaço e é hoje titular indiscutível no meio-campo. Fez assistência para golo mas, mais do que isso, recuperou imensas bolas, jogou e tentou que os outros jogassem. Destaque merecido.
Varela, embora tenha ficado a ideia de que no golo do FC Porto poderia ter feito melhor, foi umas das notas positivas da noite vitoriana. Mostrou-se seguro, com um punhado de boas defesas.