O mercado, sair pelo próprio pé e um regresso: Tudo o que disse Rúben Amorim
Rúben Amorim

O mercado, sair pelo próprio pé e um regresso: Tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL28.01.202413:37

Treinador do Sporting esteve em antevisão à receção ao Casa Pia

Que Casa Pia é que o Sporting pode esperar amanhã e o que mudou na filosofia de jogo? Geny Catamo já faz parte das opções? «O Geny já vai ser convocado e está apto para o jogo. O Casa Pia mudou a sua forma de jogar, agora joga num 4x4x2 e tem dinâmicas parecidas às que o Paulo Fonseca tinha há algum tempo. Tem uma boa identidade e conseguimos reconhecer onde estão os posicionamentos dos jogadores e depois entra a qualidade deles. Têm dois avançados muito possantes e, tal como em Chaves, temos que evitar os cruzamentos. Passaram a jogar numa linha de quatro, mas poderá ser uma linha de seis. Um jogo difícil em que, infelizmente, tivemos mais tempo para trabalhar. Temos de ganhar para manter o nosso lugar.»

 Koba vai ser presente de aniversário? Já espera contar com ele na próxima semana? O que achou da prestação dele na Taça? «Em relação ao mercado já sabem a resposta. Não vi jogo nenhum da Taça da Liga sem ser o nosso. Só pensamos no Casa Pia e a única prenda que eu gostaria era a vitória. Foi uma semana longa, parece que durou um mês entre jogos, e sinto que a equipa ainda está no jogo passado. Só quando a bola começar a rolar frente ao Casa Pia é que certas coisas vão desaparecer. Nunca precisámos tanto de começar um jogo para voltar ao nosso andamento.»

 Disse que se não houver títulos, alguém vai ter que pagar. Nesse caso, sai pelo seu próprio pé? Como é que sentiu os jogadores nos últimos dias? «Sentimos muito as derrotas e há muito tempo que não sentia o grupo em silêncio. Sentiram muito a derrota. Sei que ainda estão a pensar no jogo porque eu sou o mais rápido a passar para o jogo seguinte e até a mim me custou... Imaginem aos jogadores. Acho que não vai deixar marcas porque senti a equipa muito concentrada, mas foi uma das derrotas que eu sinto que se alongou mais no tempo. Obviamente que, se não ganharmos títulos, sairei pelo meu pé, mas isso já era a nossa conversa de sempre. Não por não conseguimos ganhar, mas porque dois anos seguidos sem ganhar títulos não pode acontecer num clube grande. Não muda nada, simplesmente estamos preparados para o jogo e sabemos bem o que o Casa Pia quer fazer. Uma equipa que ultimamente ganha mais jogos fora...».

O SC Braga parece ter encontrado antídoto para o Gyokeres... Espera que, a partir de agora, todas as outras equipas copiem o que o SC Braga fez? «Obviamente há todos esses detalhes e os treinadores são bons, mas o SC Braga jogou muito recuado e tirou-nos a profundidade. Se as outras equipas vão fazer, depende de nós. Se acertarmos três vezes na barra, à frente da baliza mandarmos ao lado, o Quaresma a mandar ao lado, o Viktor a mandar ao lado e o Nuno a mandar à barra e o Pote também. Se isso acontecer nos outros jogos, encontraram o antídoto, que é a bola não entra. Eu penso que isso faz parte do jogo, mesmo com a forma de jogar do SC Braga, acho que o Viktor consegue fazer muito mais e foi isso que falei com todos e com ele. Mesmo com essa marcação toda, há pequenos pormenores que podemos melhorar, principalmente na decisão. Se olharmos para o SC Braga, quanto a mim fomos superiores. Aquilo não acontece todos os dias.»

Na sondagem da INTERCAMPUS, o Rúben Amorim reforçou a liderança em relação aos outros treinadores. Dá mais confiança ou pressão? «A última vez que ganhámos o campeonato tínhamos 3% de probabilidade e não nos traz mais pressão. Temos capacidade para vencer qualquer jogo em Portugal, isso são sondagens. No futebol podemos jogar muito bem, não deixar o adversário chegar lá, mas perder um jogo muda tudo. Se tivermos algum precalço, temos de voltar a fazer tudo. Estamos em primeiro lugar, isso não diz nada sobre o que vai acontecer até ao fim, mas a forma como jogamos, com a pontuação que temos... Jogo a jogo conseguimos chegar ao fim em primeiro lugar.»

 Este é o último jogo antes do fecho do mercado, o Sporting está preparado para perder um jogador como Gyokeres? O Rúben fez 39 anos esta semana, é um número importante para evitar o 39 do Benfica? «39 é um número como outro, a partir dos 40 já não somos considerados jovens treinadores e vou aproveitar este ano. Em relação ao mercado, não teremos hipótese de fazer nada porque não faremos nada à pressa. Os jogadores que possam substituir os nossos precisam de muito trabalho, precisam de ver vídeos, precisamos de mostrar como é bom viver em Lisboa, perceber a forma como tratamos as famílias. Se algo acontecer, teremos outros jogadores e seremos competitivos na mesma.»

 Além da provável entrada do Koba, Sporting não vai mais ao mercado? Essugo e Afonso Moreira vão ser emprestados? Equipa B mais um ano sem conseguir a promoção, considera um falhanço? «Não sei se é um falhanço. Obviamente que queremos muito ganhar todos os jogos. Seria diferente a fase de promoção e a fase de não descida, mesmo pela competição para o resto do ano. Depois temos de ver a realidade que temos, se tínhamos capacidade para estar na Segunda Liga ou se tínhamos de ir buscar jogadores. O importante é que os jogadores estejam preparados. Olhamos para o Mateus Fernandes, para a forma como joga, está preparado para a equipa principal e esse é o ponto principal da equipa B. O Afonso Moreira poderá ser emprestado, tal como o Essugo... Em princípio, não haverá muitas mexidas no nosso plantel até ao fim do mercado.»

 Fresneda é para março ou pode regressar mais cedo? Depois da eliminação da Taça da Liga, o regresso a Alvalade é ainda mais importante? «Parece-me que em Leiria jogámos em Alvalade, o estádio estava cheio de sportinguistas... não vamos sentir grande diferença. Vamos ter o nosso balneário e o aplauso reflete o ambiente de união. Temos que ganhar o jogo, temos de jogar bem, e as primeiras sensações têm de ser boas. Queremos muito jogar e se for em Alvalade ainda melhor, importante é a bola rolar. Em relação ao Fresneda, não vou dar um prazo. Já faz alguns exercícios connosco quando não há contacto, para começar a sentir outros movimentos com bola. Não sei quando vai voltar... Ainda está um bocadinho longe.»