Neura, futuro e títulos: tudo o que disse Rúben Amorim

Treinador do Sporting recomendou Banza aos clubes interessados em Gyokeres; justificou retirada de St. Juste do aquecimento e lamentou ausência de Diomande, que não tem sido opção na seleção da Costa do Marfim, no CAN

- Há 50 anos que o Sporting não vencia para o campeonato por 8-0. O que é que esta resposta da equipa lhe diz? 

- Era uma vitória, ou melhor, um jogo de que estávamos a precisar, relembrar que só vale três pontos. Recordes… uma vitória é uma vitória. O importante é que  a equipa, mesmo com o resultado dilatado, procurou sempre o golo. Jogámos melhor frente ao SC Braga, mas há que realçar que não sofremos golos, e não é sofrer por não sofrer, foi não deixar o Casa Pia criar. 

- Em vários golos enquanto a equipa festejava, o Nuno Santos pegou na bola e foi para o meio-campo. O que significa esta atitude? 

- É uma mentalidade de clube grande, de querer sempre mais. Apesar de ter sido uma semana difícil, o facto do silêncio, da neura, cada título que não conseguimos alcançar é um falhanço. É a forma de querer retribuir o apoio que recebemos após a derrota na Taça da Liga, é um reafirmar que queremos muito ganhar títulos. 

- O que tem gostado mais de ver na equipa, em casa, onde tem mostrado grande forma?

- O facto de construirmos o resultado e depois controlarmos o jogo de forma diferente, gosto agora da forma mais direta de como queremos sempre mais golos, depois a consistência que é, em casa temos de ser fortes, a clara superioridade, não termos dividido os jogos, em casa controlamos os jogos e isso é um bom sinal, controlamos com bola, coisa que no passado não acontecia, são sinais bons. 

- Ao intervalo tirou Pedro Gonçalves e colocou Daniel Bragança, porquê? 

- O Pote está a recuperar do pé, bateu uma bola parada e depois não conseguiu mais, foi opção técnica e demos lugar a outros. 

- A mensagem a passar ao intervalo tornou-se mais difícil a vencer por 5-0?

- Não foi mais difícil, os jogadores estão mais relaxados, falámos apenas taticamente, de não desligar para não tornar o jogo aborrecido, foi uma mensagem que tem de ser diferente.   

- O Sporting mostrou estofo de campeão, deu demonstração de força depois da derrota com o SC Braga? 

- Se chegarmos a Famalicão e não ganharmos os três pontos, esta vitória com o Casa Pia não vale de nada. Estamos a melhora muito, não sei se é estofo, é uma equipa consciente das dificuldades e que tem três competições ainda para vencer. 

- Disse que se não ganhasse nada saía do Sporting. Se ganhar, fica? 

- Em relação ao futuro não digo mais nada, dá sempre confusão. Já fui muito direto sobre o assunto e não comento mais.  

- Gyokeres já o melhor marcador da Liga, o que diria aos clubes que estão interessados no avançado? 

- Diria que o Banza [SC Braga] tem menos jogos e quase tantos golos marcados como o Gyokeres, e que podiam olhar para ele, é mais barato.  

- O Sporting a manter esta toada vai arrasar o registo atacante desde que chegou ao clube, o que mudou no treinador? 

- Vou mudando, também me sinto melhor treinador agora, mudam as características dos jogadores, o tempo de treino e olhar para o onze de outra forma. O Feddal dava-nos experiência, mais o Neto, que ainda cá está, mas eram jogadores não tão rápidos, não podíamos jogar tão subidos, fomos evoluindo todos, treinador e jogadores. Agora temos um ataque à profundidade, mais dois extremos nos corredores. Marcamos mais e devíamos ter sofrido menos.  

- St. Juste acabou por ficar ausente da ficha de jogo, porquê. Foi noticiado um possível empréstimo ao PSV. 

- St. Juste sentiu o problema no pé, saiu do aquecimento, para salvaguardar outro tipo de problema. Essas questões são com o Viana [Hugo], mas por empréstimo é que não vai mesmo. 

- Hoje recebeu uma má notícia: Diomande vai continuar no CAN, embora não tenha vindo a ser opção. 

- Diria aos clubes que estão interessados no Osmane [Diomande] que ele não consegue ser titular na seleção e precisa de mais tempo para maturar. Preferíamos tê-lo aqui, está parado, os treinos são mais leves, porque há mais jogos. 

- Como se gere as expectativas de adeptos e jogadores depois desta goleada? 

- Eles crescem em termos futebolísticos e na maturidade, sabem que isto só vale três pontos. Temos o SC Braga que agora ganhou capital de confiança, temos de fazer o nosso trabalho, sabemos das dificuldades que é vencer fora, temos sentido isso, vamos ter que ir a Famalicão e manter o primeiro lugar.