'Special one' partilhou momento com o funcionário antes do final do primeiro tempo do jogo do Fenerbahçe com o Anderlecht #DAZNEuropa

«Mourinho não teve c... para me mandar embora do Real Madrid»

Royston Drenthe, jogador do Real Madrid entre 2007 e 2010, lembrou a saída do clube 'merengue' e falou, ainda, de Pepe e Cristiano Ronaldo

Royston Drenthe. Um nome conhecido para uns, esquecido por muitos. Na primeira década dos anos 2000, o neerlandês chegou a ser apontado como uma das grandes promessas do futebol europeu, valendo-lhe, inclusiva, uma transferência para o Real Madrid, em 2007.

Contudo, problemas dentro e fora de campo impediram o antigo jogador de atingir o potencial que lhe apontavam. Atualmente com 37 anos, Drenthe concedeu uma entrevista ao podcast The Wild Project e lembrou a passagem e a saída dos merengues, com José Mourinho e Fábio Coentrão à mistura.

Drenthe esteve no Real Madrid entre 2007 e 2010 (Imago)

«Decidi que queria ir para Madrid porque, apesar de quase toda a minha família ser adepta do Barça por causa do Ronaldinho, o Ronaldo ainda jogava no Real Madrid e, apesar de já estar gordo, ainda era um rei. Eu queria ser um jogador como o Beckham, o Ronaldo ou o Zidane. Nos Países Baixos, chamam-me lenda só porque joguei no Real Madrid», começou por dizer.

«Na pré-época em Los Angeles [em 2007], eu e o Marcelo estávamos a jogar juntos. O Marcelo lesionou-se e eu tive de jogar toda a pré-época. Tudo correu bem. Não sei porque é que foram contratar o Coentrão. O Mourinho disse-me: 'Se treinares assim, não tens de te preocupar'. Estava tudo a correr bem», referiu.

No entanto, tudo mudou: «Nos últimos três dias de estágio, o Valdano chegou e disse-me que era melhor eu sair. Não foi o treinador, foi o Valdano. O treinador não teve c... para me dizer. Disse-me que não tinha nada a ver com o assunto. Esse período acabou de forma triste, mas tenho boas recordações porque aprendi muito.»

Drenthe e José Mourinho (Imago)

«Tenho boas recordações, quando volto ao Bernabéu apercebo-me do quanto cresci e do quanto me ensinou estar em Madrid, porque eu era uma criança», afirmou.

«Às vezes ficava tão bêbedo que era difícil aguentar»

Conhecido por gostar de se divertir, Drenthe contou como fazia para entrar em discotecas na capital espanhola e falou de... Pepe e Cristiano Ronaldo.

«Nunca saí antes de um jogo, saía dois ou três dias antes, mas escondia-me e saía pela porta das traseiras, porque se as pessoas me vissem faziam barulho. Não tinha a capacidade de pensar 'estas semanas são muito importantes, não posso sair para festejar' e se o Guti me convidasse, não podia recusar. Houve alturas em que fui treinar à margem, logo a seguir a uma festa, mas não era muito difícil porque, se era depois de um jogo, os que tinham jogado tinham uma sessão mais leve do que os que não tinham jogado, íamos para o jacuzzi ou fazíamos um treino mais leve e aguentávamos.»

«É verdade que às vezes ficava tão bêbedo que era difícil aguentar. Por vezes, parecia um zombie e tinha de me esconder do treinador para que ele não se apercebesse. Noutras ocasiões, também ficávamos acordados até altas horas da madrugada a jogar. Os mais viciados em Call of Duty eram o Pepe e o Marcelo. Eles até dormiam juntos porque ficavam acordados até tarde a jogar, os outros dormiam separados», recordou, listando, ainda, os mais festivaleiros do plantel merengue: «Higuaín era um animal da festa. Perguntava-me sempre se eu ia sair. O Guti também vinha. O Cristiano, por exemplo, era diferente, nunca vinha.»

Drenthe e Cristiano Ronaldo (Imago)