Lamine Yamal, jogador do Barcelona
Lamine Yamal, jogador do Barcelona - Foto: IMAGO

Marrocos: Ex-Sporting considera que «Yamal errou na escolha da seleção»

Mustapha Hadji diz que jogador do Barcelona é mais querido no país africano

Lamine Yamal, avançado do Barcelona, teve de escolher entre as seleções de Espanha e Marrocos. O jovem talento, filho de pai marroquino mas nascido em Espanha, decidiu vestir a camisola da equipa espanhola. Contudo, esta decisão não foi bem recebida em Marrocos, uma vez que o país perdeu uma das estrelas emergentes do futebol mundial. A ferida, aparentemente, ainda não cicatrizou.

Mustapha Hadji, ex-jogador do Sporting (1996/97) e lenda do futebol marroquino com 63 jogos e 13 golos pela seleção, e posteriormente treinador adjunto, comentou a decisão de Lamine ao Al Arabiya Sports:

Mustapha Hadji pelo Sporting em agosto de 2017  - Foto: ASF

«Embora jogue por Espanha, o carinho que os espanhóis sentirão por ele nunca será o mesmo que o dos marroquinos. É uma pena que não tenha escolhido Marrocos, porque se o tivesse feito, teria sido diferente.

Hadji, hoje com 54 anos, jogou época e meia no Sporting e fez 52 jogos, antes de sair para o Deportivo. «É triste, porque, como li recentemente num jornal espanhol, alguns jornalistas diziam: ‘Temos o Pedri, gostamos do Pedri. Gostamos também do Yamal, mas não o tanto quanto o Pedri’. Isso significa que ele cometeu um erro. Gostaria que ele tivesse optado por Marrocos», disse.

«Ele será sempre marroquino, mesmo que jogue por Espanha», acrescentou, ele que tem também nacionalidade francesa.

Marrocos esforçou-se para convencer Lamine, mas ele já tinha tomado uma decisão firme. Numa entrevista recente, o próprio futebolista abordou o tema: «Sim, passou-me pela cabeça que poderia jogar por Marrocos. Eles tinham acabado de chegar às meias-finais do Campeonato do Mundo, mas na hora da verdade nunca hesitei. Com todo o meu respeito e carinho por Marrocos, sempre quis jogar num Campeonato da Europa, jogar aqui, na Europa. O futebol europeu é mais visto e está mais próximo do palco internacional. Como jogador do Barça, queria ganhar um Campeonato da Europa, o que, graças a Deus, já consegui, e agora quero jogar também num Mundial com hipóteses de o vencer. Terei sempre carinho por Marrocos. Este também é o meu país. A verdade é que não seria estranho nem mau jogar por eles, mas a Espanha estava a jogar no Euro. Cresci em Espanha e também a sinto como o meu país.»

Dentro de alguns dias, Marrocos inicia a sua caminhada na Taça das Nações Africanas. Depois de ter chegado às meias-finais do último Campeonato do Mundo, eliminando precisamente a Espanha, a equipa africana espera estar entre os candidatos ao troféu também no próximo Mundial nos EUA.