Miguel Pereira domina prémios da Liga 3: «Já passei por tudo»
Após rubricar 11 golos em 32 partidas para conduzir o Felgueiras até à Liga 2, Miguel Pereira surpreendeu e optou por continuar na Liga 3, ao serviço do Lusitânia de Lourosa. A aposta era arriscada, mas revelou-se acertada a título individual e coletivo: o avançado marcou 8 golos e pintou a Liga 3 de amarelo e preto.
Um mês depois de celebrar a segunda subida consecutiva da carreira e a conquista da prova pela primeira vez, o avançado foi eleito pelos 20 clubes participantes como o melhor jogador da edição 2024/25 da Liga 3. Após receber o prémio em cerimónia realizada na Cidade do Futebol, Miguel Pereira não escondeu a satisfação: «Nao podia ter acabado da melhor forma. É o culminar de uma grande época quer individual quer coletivamente, é muito especial. É o meu quarto ano na Liga 3. Já desci, este ano fui campeão, já passei por tudo o que tinha para passar.»
«Fiz uma grande época no Felgueiras no ano passado, mas senti que estava a ser criado um grande projeto em Lourosa. Fizeram-me logo sentir em casa. Foi isso que me fez continuar na Liga 3. Não estou nada arrependido de ter aqui ficado, acho que valeu a pena», garantiu, antes de confirmar que segue com o Lusitânia para os campeonatos profissionais.
Após ter iniciado a época de forma intermitente averbando cinco derrotas nas primeiras oito jornadas, o Lourosa embalou e perdeu apenas dois jogos entre novembro e maio. Para Miguel Pereira, dois segredos explicam a série impressionante dos leões de Lourosa: «O Jota [lateral-esquerdo] cantava todas as quintas-feiras. A única vez que não cantou levámos 4 [derrota por 0-4 contra o Varzim]. Na fase de subida o presidente [Hugo Mendes] começou a ir sempre para o banco de suplentes, levava a mesma boina, o mesmo casaco e os mesmos boxers.»
Miguel Pereira frisou que sentia preparado para regressar aos escalões profissionais no último verão, mas que foi seduzio pelo projeto e o perfil do Lourosa: «É a moldura humana, o bairrismo. Este ano fiquei estupefacto, quando íamos jogar fora tínhamos quase mais adeptos do que a casa. Os adeptos são uma parte muito importante do clube.»
Conhecido como um dos jogadores mais brincalhões da Liga 3, no momento de festejar a subida, Miguel Pereira foi provocado e libertou o Pedro Gonçalves interior: «Os meus colegas estavam todos a brincar, por causa do que tinha acontecido com o Pote no Sporting, e começaram a dizer que não tinha coragem. E eu disse 'ai de vocês que me deem o microfone, vão ver se não digo'. Saiu bem.»
Lourosa domina em toda a linha
Nas restantes distinções, o guarda-redes do Sporting Diego Callai arrecadou a de melhor guarda-redes da prova, após sofrer nove golos em 12 jogos disputados na fase de subida. Já Cláudio Araújo foi distinguido com o prémio revelação, fruto dos 13 golos marcados ao serviço do Varzim na primeira época como sénior. «Sigo com a mesma humildade de sempre, não esqueço que não comecei a jogar a titular. Tenho os meus objetivos bem traçados. Quero chegar à Liga» frisou o criativo de 22 anos.
O guardião do Amarante Didi recebeu o prémio fair play, enquanto o avançado Tiago Leite recebeu o prémio de melhor marcador da prova, após ter rubricado 17 golos em 32 partidas.
À semelhança dos prémios individuais, o onze do ano da Liga 3 também foi decidido pelos capitães das 20 equipas que participaram na última edição da prova. O Lusitânia de Lourosa dominou em larga escala com a presença de quatro elementos: os defesas centrais Dylan Collard e Bruno Faria, o médio Henrique Martins e o avançado Miguel Pereira.