João Rafael Koehler: «Estão com muita sede ao pote e querem destruir tudo»
João Rafael Koehler em entrevista a A BOLA. Foto GRAFISLAB

ENTREVISTA A BOLA João Rafael Koehler: «Estão com muita sede ao pote e querem destruir tudo»

FUTEBOL20.03.202414:00

Grande entrevista ao homem forte das finanças na candidatura de Pinto da Costa para um 16.º mandato à frente dos destinos do FC Porto

A polémica com o vereador do PS da Maia: «É mais um apoiante de Villas-Boas», acusa. Candidato a vice-presidente garante que projeto da formação de AVB é inviável perto do Olival.

— Falemos da polémica da Academia do FC Porto e da acusação feita por Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS na Maia, de que o João e Pedro Pinho estavam envolvidos no projeto. Vai perdoar-me a indiscrição, mas tem o mesmo advogado de Pedro Pinho? O seu comunicado era uma cópia perfeita do de Pedro Pinho.

— Um comunicado era assinado por mim e outro por ele.

— Era a única diferença…

— É uma diferença grande.

— Voltando ao tema. A expressão do vereador foi que estava «metido nisto». Que comentário lhe merece?

— É uma expressão absolutamente vaga, que não faz qualquer sentido, entretanto falei com o Francisco Vieira de Carvalho, que se penitenciou. De todo modo, o mal está feito. Gostava que esse grau de escrutínio que estão agora a fazer fosse o mesmo para a outra candidatura. Não é fácil encontrar uma área daquelas, na área metropolitana do Porto, a sete minutos do Estádio do Dragão. Vai valorizar muito o clube. Entendo que numa estratégia de terra queimada, de rebentar com tudo, inclusivamente prejudicando o FC Porto, a outra candidatura esteja muito incomodada com isso. Mas gostava que toda a comunicação social, nomeadamente A BOLA, escrutinasse aquilo que foi apresentado pela outra candidatura. Ou seja, não fazem parte da direção, ainda não é presidente, já terá comprado ou permitido comprar uns terrenos, em Vila Nova de Gaia, correto? Dizendo que depois vai entregar o contrato ou repassar o contrato ao vendedor FC Porto. Que eu saiba, um presidente não pode fazer negócios com o clube. Isto é uma coisa que não faz sentido, em primeiro lugar. Não sabemos o preço. A única coisa que sei é que aqueles terrenos não permitem construir nada. É um grau de impreparação, de imaturidade muito grande. E eu entendo, porque ele não tem experiência a fazer negócios. Podia ter, mas não tem. É um tiro no pé medonho.

— Falou há pouco de escrutínio, mas concordará que não havendo projeto em papel é difícil de escrutinar o que quer que seja..

— Acha que num terreno que fica em Gaia, que é reserva ecológica nacional na sua esmagadora maioria, pode-se construir? Não há escrutínio. Não é possível fazer um escrutínio para uma pessoa construir uma Academia em Gaia, mas não apresenta um projeto? Conhecemos o projeto do FC Porto,  é integrado, e podemos questioná-lo. O grau de cuidado, de zelo e de escrutínio que têm para terrenos que estão absolutamente viabilizados e que permitem a Academia, não tem qualquer grau de escrutínio relativamente à outra candidatura que diz que vai fazer uma Academia em Gaia. Onde? Em terrenos que não permitem construir. E os sócios estão a ser feitos de tontos. Depois vêm dizer que vai ser um centro de alto rendimento. Não vai ser um centro de alto rendimento porque não é permitido construir em reserva ecológica nacional num país como Portugal.

— Vai avançar para tribunal contra o vereador, mesmo depois da conversa?

— Claro, é mais um apoiante de Villas-Boas que entendeu que para promover a candidatura do André devia prejudicar o clube. E este é um sintoma. Agora, queria que os sócios todos percebessem todas as agressões verbais, as ameaças que vão invadir a privacidade... Acha aceitável que haja sites, páginas na internet que dizem «agora vamos investigar este senhor?» Sócios para sócios. É absolutamente inaceitável um conjunto de indivíduos, a maior parte deles não são portistas, a maior parte deles pagos pela outra candidatura ou patrocinados pela outra candidatura para criticarem as pessoas que fazem parte da candidatura do senhor Pinto da Costa. Há uma expressão portuguesa: estão com muita sede ao pote e querem destruir tudo para levarem a sua avante. E isto, realmente, o enxame de críticas, de agressões verbais, de mentiras, é de tal ordem que é já muito difícil a convivência. Dividem o clube. Partem o clube ao meio. Nunca assisti em nenhum clube português a uma campanha tão má e tão fraca como esta, são lobos que vestem a pele de cordeiro. A verdade é que a minha aspiração enquanto sócio, independentemente do resultado das eleições, é sempre que tenha um presidente que nos represente a todos, que seja capaz de unir todos. E destas candidaturas só há uma que é capaz de fazer isso, que é a do senhor Pinto da Costa. Portanto, estou absolutamente tranquilo com a minha posição.

— O que poderá pesar mais: a frescura da candidatura de Villas-Boas ou os 42 anos de liderança de um presidente que ganhou 68 títulos no futebol?

— Se nos esquecemos do passado, não somos nada, porque só conseguimos projetar o que vai acontecer olhando para o que está para trás. Gostava que a candidatura do presidente Pinto da Costa fosse a mais votada, contamos que isso aconteça, não tanto baseado naquilo que fez para trás, embora ache que isso merece ser reconhecido, mas em face do programa de candidatura e do currículo das pessoas que são candidatas, em que, com o devido respeito, estamos muito melhor servidos do que os outros e muito mais focados em apresentar boas soluções do que em criticar os outros.