Estreias e rendimento de todos os treinadores do Sporting desde 2001

NACIONAL22.11.202410:45

Chegou o dia de João Pereira, que arranca na Taça contra equipa de escalão inferior, como Marcel Keizer ou Carlos Carvalhal

24 dias depois do Sporting comunicar à CMVM que o Manchester United manifestara intenção de pagar a cláusula de rescisão de Ruben Amorim para levar o treinador, João Pereira estreia-se no banco do leão.

As negociações prolongaram-se por uns dias, depois de fechado o acordo foi ainda decidido que Amorim faria mais três jogos pelo Sporting, em seguida entrou a pausa para os compromissos das seleções e só esta sexta-feira, três semanas e meia depois, o sucessor irá, então, para o banco — sem poder dar indicações para o relvado nem falar em conferência de imprensa, porque oficialmente o treinador principal é Tiago Teixeira, uma vez que João Pereira não tem o curso de quarto nível que o habilitaria a trabalhar como treinador principal nos escalões profissionais.

Seja como for, é a primeira oportunidade de ver o novo Sporting, que os adeptos esperam que não seja muito diferente do antigo, sobretudo o dos últimos meses — absolutamente dominador. A herança que Amorim deixou a João Pereira é pesada, mas por outro lado o antigo lateral-direito recebe uma equipa afinada, não precisando de experimentalismos para conseguir resultados.

OUTRO 4-1?

João Pereira é o 22.º treinador do Sporting desde o início de 2001 (Manuel Fernandes substituiu a 22 de janeiro o interino Fernando Mendes, que assumira o lugar provisoriamente depois da saída de Augusto Inácio, campeão no verão anterior), à média de quase um por ano. A longevidade de Ruben Amorim (quatro anos e meio) é quase caso de estudo, e permitiu ao agora treinador do Manchester United tornar-se no segundo com mais jogos no banco do leão, apenas atrás de Joseph Szabo.

Mais de metade (13 em 21) das estreias de treinadores do Sporting desde 2001 saldaram-se por vitórias, incluindo as cinco mais recentes. O último técnico que não conseguiu ganhar o primeiro jogo foi Marco Silva, com empate frente à Académica em 2014. E quem começou na Taça com adversário de escalão inferior (Carlos Carvalhal, contra os Pescadores, faz esta sexta-feira precisamente 15 anos; Marcel Keizer, faz domingo 6 anos, contra o Lusitano de Vildemoinhos), como João Pereira fará hoje contra o Amarante, obteve o mesmo resultado: 4-1.

Os números, porém, mostram que um bom arranque nem sempre vale um reinado de sucesso — nem uma época com bom aproveitamento vale títulos ou a continuidade, que o digam Fernando Santos e Leonardo Jardim, estatisticamente dois dos melhores treinadores do século, apenas atrás de Amorim (não contando com o curto período, de três jogos, de Tiago Fernandes)

Ou seja, aconteça o que acontecer com o novo leão de João Pereira frente ao Amarante, nunca será sinal do que virá a seguir. Até porque é expectável, depois da presença de vários internacionais nas suas seleções e com a proximidade do jogo com o Arsenal para a Champions (na terça-feira), que o leão desta noite seja bem diferente do que será, na verdade, o leão do futuro.