«Este clube precisa de um treinador no seu máximo, eu já não posso ser isso»
Jurgen Klopp, treinador do Liverpool, líder da Premier League (Foto: PA Images/IMAGO)

«Este clube precisa de um treinador no seu máximo, eu já não posso ser isso»

INTERNACIONAL26.01.202415:15

Jurgen Klopp explicou aos jornalistas decisão de deixar o Liverpool e referiu que nada o fará mudar de ideias

Jurgen Klopp explicou aos jornalistas a decisão revelada na manhã desta sexta-feira de deixar o Liverpool no final da época. Numa conferência de imprensa que se alastrou para lá da meia hora, aproveitou para esclarecer várias dúvidas, entre elas a dissolução da equipa técnica - Pep Lindjers e Vítor Matos, por exemplo, vão continuar as suas carreiras. Recusou, para já, grandes balanços.

«Não pensei, aconteceu. Depois comecei a analisar melhor e sei que este clube precisa de um treinador no seu máximo, mas eu já não posso ser isso e tenho de o dizer às pessoas. Ando nisto há 24 anos, quando se teve uma carreira como eu é quase impossível começar onde comecei e chegar aqui. Dei sempre tudo, mas os meus recursos não são ilimitados, por isso prefiro dar tudo esta temporada e depois parar.»

«Fui falando com as pessoas e agora toda a gente sabe», disse ainda, falando de novo em sentir bastante cansaço devido ao ritmo intenso do futebol.

Como se sente: «O alívio dos últimos dias foi ter decidido sozinho, hoje é misto. Mas não estou tão emotivo como vou estar no futuro. Hoje posso responder a 500 perguntas, se quiserem.»

Há algo que o faria mudar de ideia? «Não, nem pensar, nada. Pensei muito nisto devido à nossa relação aqui no clube, tive de ser eu a tomar a decisão, porque mais ninguém tomaria. Pensei bem, ganhemos tudo ou não ganhemos nada, é uma decisão independente dos resultados. Era fácil vir aqui dizer que o clube poderia ter investido mais dinheiro em algumas alturas, mas não se trata disso. Se quiserem culpar alguém por não ter vencido a Liga dos Campeões três vezes, pode culpar-me a mim e a mais ninguém. Estamos a reconstruir o estádio, o centro de treinos é incrível, todas as condições foram dadas.»

Como deu a notícia aos jogadores: «As duas coisas mais importantes seriam falar com os donos, e depois os adeptos e os jogadores. Já nos conhecemos há tanto tempo… estou aqui de corpo e alma ate ao fim. Os jogadores têm seguramente muitas perguntas, temos forte ligação, ainda não puseram muitas. O acordo que temos é para a época.»

Memórias e vida normal

O treinador voltou à falta de energia: «Quando renovei em 2022 estava convencido de que iria até 2026. Que o meu fluxo de energia era infindável e afinal não é. E tive de agir. Não quero fazer balanços, não quero falar em arrependimentos, e até creio que as melhores memórias estão para vir.»

Do que tem saudades numa vida normal? Não sei como é a vida normal, por isso não sei.»

Terá palavra a dizer na escolha do sucessor? «Não, por que deveria? Parece que eu faço o trabalho todo, mas não… não posso. Temos uma estrutura forte nos bastidores, é uma das razões para eu poder sair. Espero ajudar o melhor possível.»

O CEO do Liverpool, Billy Hogan, falou sobre a procura de um sucessor:  «Faremos o processo em privado com os proprietários. Neste clube preferimos operar apenas com informação quando sabemos. Não vamos entrar no jogo dos nomes.»

(atualizado às 15.44 horas)