Sporting-SC Braga, 1-1 Em noite de balde de água fria, Gyokeres fez a sua parte: as notas dos jogadores do Sporting
Sporting gastou muitas energias no primeiro tempo, e não teve meio-campo para mandar na segunda parte. Mesmo o astro sueco fez um jogo de mais a menos, enquanto que houve pouco Trincão e Quaresma não marcou, como devia, no golo de Patrão.
A FIGURA
A FIGURA: GYOKERES (7)
O ‘panzer' sueco entrou em jogo com a corda toda e logo aos três minutos teve uma excelente ação pela esquerda, que finalizou com uma bomba indefensável. O lance seria anulado por um fora-de-jogo de três centímetros (que a lei-Wenger venha depressa!), mas ficou dado o mote para o que se seguiu. E o que se seguiu foi uma mano-a-mano de grande nível com Hornicek, que levou quase sempre a melhor, com defesas dificílimas. Falhou, porém, ao mandar colocar na barreira, com a bola a 23,6 metros, apenas quatro jogadores quando seriam necessários cinco. Gyokeres viu o espaço e marcou um golo de belo efeito. Na segunda parte, com os leões cada vez mais recolhidos, o sueco foi demasiadas vezes deixado à sua sorte, quando já evidenciava o desgaste da luta.
Rui Silva (5) – Noite ingrata para o guarda-redes do Sporting, que esteve muito pouco em jogo ao longo dos 90 minutos, e viu-se batido, sem culpas próprias, à beira do final. Durante a partida fez uma boa defesa a remate de Zalazar (42) e apanhou um susto num lance embrulhado, resolvido por Inácio e Diomande (65).
Quaresma (4) – Manchou uma exibição que vinha a ser positiva, feita de atenção defensiva, várias saídas com bola que quebraram linhas adversárias, e passes verticais de qualidade, com a má colocação no lance do golo do empate do SC Braga. A bola, cruzada da direita, caiu nas costas de Diomande e era Quaresma quem devia ter fechado, em vez de ficar a ver Patrão bater inapelavelmente Rui Silva.
Diomande (6) – Teve uma noite de grande exigência física, ao dar-se ao corpo-a-corpo com o marroquino El Ouazzani, que compensa com entrega o que lhe falta em técnica, e saiu-se bem. Valeu a sua atenção, ajudado por Inácio, aos 65 minutos, para limpar uma confusão à entrada da pequena área, de forma pouco académica, mas eficiente.
Gonçalo Inácio (5) - Não teve um jogo descansado. Sem adversário direto para marcar, revelou dificuldade em ocupar o espaço deixado pelas subidas de Matheus Reis, e chegou mesmo a ter um momento que podia ter sido comprometedor, aos 26 minutos. Melhorou individualmente a partir do momento em que Sporting passou a estar menos afoito, e juntou mais as linhas, baixando o bloco.
Quenda (6) – Foi um ala, numa lógica de três centrais, sempre ativo, mostrando atenção a defender e assertividade a atacar. A jogar, de pé trocado, à direita, o jovem que o Chelsea já garantiu teve um remate explosivo aos 58 minutos, que Hornicek defendeu, e já com o empate no marcador foi o mais inconformado dos leões, assinando ainda uma jogada galvanizadora, pela direita, aos 90+1.
Hjulmand (5) – Tem nota cinco, porque jogou a primeira parte para seis e a segunda para quatro. E porquê? Porque terá começado na sua quebra física a necessidade que o Sporting sentiu de baixar linhas no segundo tempo, deixando nas brumas da memória a agressividade e pressão reveladas na primeira parte. Sempre a jogar no limite do amarelo, o dinamarquês acabou sancionado, aos 85 minutos.
Debast (5) – Sem Morita, Rui Borges insistiu na colocação do belga ao lado de Hjulmand (por vezes demasiado encostado à esquerda, até), e não pode ser criticado pela decisão. Debast, sem inventar, procurou pelo menos não comprometer e ainda teve um momento alto, numa bola parada que rematou à malha lateral da baliza do SC Braga (63).
Matheus Reis (6) - Sem a capacidade atacante de Maxi Araujo, não deixou de fazer um bom jogo, sendo suporte fiável para as inciativas de Gyokeres da direita para a esquerda. Sempre preocupado defensivamente, ficou na retina uma boa ação ofensiva aos 62 minutos.
Trincão (5) - A jogar contra a sua antiga equipa, o ‘salvador da Pátria’ no duelo com a Dinamarca demorou a acordar. Com Quenda a ocupar-lhe o espaço à direita, viu-se forçado a buscar terrenos centrais e só na parte final da partida foi a gazua de que o Sporting precisava. Foi egoísta aos 74 minutos quando não soltou a bola para Gyokeres; fez uma belíssima assistência a Maxi, aos 74, e teve uma jogada individual brilhante (81), em que Hornicek disse «não» ao 2-0.
Catamo (5) – Com as mesmas dificuldades posicionais de Trincão, quiçá mais, até, porque muitas vezes Gyokeres caiu na esquerda, mostrou-se tímido a soltar-se para outros terrenos, esquecendo-se, por vezes, da marcação a Zalazar.
Maxi Araújo (5) – Entrou aos 73 minutos para o lugar de Matheus Reis, refrescando a ala, e aos 77 minutos, isolado pela meia-esquerda da grande área minhota, rematou cruzado para enorme intervenção de Hornicek.
Felicíssimo (5) - Durante os 23 minutos em que esteve em campo, integrou-se no recolhimento coletivo, fez uma falta sobre Zalazar que resultou num livre em posição frontal, e teve um disparo (90+2), intercetado para canto.
Harder (–) - Sofreu a falta de Moutinho que valeu ao campeão europeu o segundo cartão amarelo, e a segunda expulsão da carreira.