Dois recordes à vista no CAN mais português de sempre!
O Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2023, adiado para janeiro de 2024 e organizado pela Costa do Marfim, prepara-se para ser o mais português de sempre. São quatro os selecionadores portugueses nesta fase de qualificação: Rui Vitória (Egito), José Peseiro (Nigéria), Pedro Gonçalves (Angola) e Paulo Duarte (Togo). E são cinco as seleções lusófonas: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. No fundo, oito seleções, já que Angola é uma seleção lusófona treinada por um português.
Neste momento, o Egito de Rui Vitória é o único com presença garantida. Com pé e meio estão a Nigéria de José Peseiro, Angola de Pedro Gonçalves, Guiné Bissau e Cabo Verde. Com muito boas hipóteses está também Moçambique. Já Paulo Duarte muito dificilmente garantirá o apuramento, e a fazê-lo será à custa de Cabo Verde, enquanto São Tomé e Príncipe está já eliminado.
Ou seja, existem boas perspetivas de o CAN ter seis seleções marcadas pela língua portuguesa. As de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique (por si só já um recorde a presença de quatro seleções dos PALOP), mas também as do Egito de Rui Vitória e Nigéria de José Peseiro. Há um outro recorde em muito boas condições de ser batido: 3 selecionadores de nacionalidade portuguesa numa fase final: Rui Vitória, José Peseiro e Pedro Gonçalves. O recorde era dois: Manuel José (Angola) e Paulo Duarte (Burkina Faso) em 2010. Mas vamos a contas.
Angola a um pequeníssimo passo do CAN
Ao vencer este sábado, 2-1, nos Camarões, casa emprestada da República Centro Africana, os Palancas Negras colocaram-se em excelente posição para garantirem o apuramento para o CAN. Angola partiu da 3.ª posição para este jogo da quinta e penúltima jornada do Grupo E, com dois pontos de atraso para o adversário deste sábado, pelo que sobe ao segundo lugar. Apurando-se os dois primeiros, Angola recebe na última ronda, na Huíla, o mais frágil dos adversários do grupo: Madagáscar. Super favorito à vitória, mas até poderia ter um acidente impensável caso o favorito Gana cumpra a obrigação de vencer em casa a República Centro Africana.
Guiné Bissau e Nigéria de Peseiro quase… quase
A Guiné Bissau e a Nigéria de José Peseiro são os fortíssimos candidatos ao apuramento no Grupo A. Os djurtos venceram S. Tomé e Príncipe, seleção que ainda não tem argumentos para as grandes decisões, este domingo a Nigéria joga na Libéria, casa emprestada da Serra Leoa. Basta o empate para a equipa de José Peseiro se apurar e, ao mesmo tempo, garantir a presença de Guiné Bissau. Se perder, o que é pouco provável, fica tudo adiado para a última ronda. E aí o favoritismo mantém-se, já que a Nigéria recebe S. Tomé e Príncipe e a Guiné Bissau joga em casa com a Serra Leoa. Ou seja, só mesmo um desastre épico evitará o apuramento da Guiné Bissau e da Nigéria de José PeseIro.
Cabo Verde quase apurado, Togo de Paulo Duarte quase eliminado
No Grupo B são excelentes as perspetivas de Cabo Verde. Recebe na Cidade da Praia, este domingo, o líder e já apurado Burkina Faso. Com cinco pontos de avanço para o 3.º lugar, se os Tubarões azuis vencerem, garantem o apuramento para o CAN da Costa do Marfim. Mas podem até empatar ou perder caso Essuatini (antiga Suazilândia) e Togo de Paulo Duarte empatem no outro jogo da ronda cinco. E a haver vencedor, que seja Essuatini, que joga a última ronda no Burkina Faso e com quem Cabo Verde tem vantagem no confronto direto. Para o Togo de Paulo Duarte, o caminho é estreito: tem de vencer este domingo o Essuatini e em casa, na última ronda, Cabo Verde. E esperar que o Burkina ajude ao vencer ou empatar com Cabo Verde.
Rui Vitória já apurado
Candidato crónico a vencer o CAN, o Egito já garantiu o apuramento. De resto, Rui Vitória foi o primeiro dos quatro selecionadores portugueses a carimbar a presença na fase final, na Costa do Marfim. Os faraós são recordistas com sete vitórias, mas já não vencem desde 2010, no CAN organizado por Angola.
Otimismo por Moçambique
Finalmente Moçambique, no Grupo K. Os mambas têm um jogo importante este domingo no Ruanda. Estão em 2.º lugar, com mais um ponto do que o Ruanda, pelo que uma vitória até garante já o apuramento desde que o Senegal, que tem dominado o grupo com quatro vitórias em quatro jogos, vença o Benim. Caso Moçambique vença e aconteça o milagre do Benim vencer o Senegal, aí bastará um empate em Maputo frente a Benim na última ronda.
Mesmo que as coisas não correm bem aos Mambas, as perspetivas continuam a ser otimistas. Moçambique terá de vencer em Maputo o Benim – e é favorito - e esperar que o Senegal cumpra a obrigação de vencer em casa o Ruanda.