Destaques do Benfica: a única boa notícia é que as águias ganharam um guarda-redes
Trubin festeja depois de uma das muitas grandes defesas (foto IMAGO)

Destaques do Benfica: a única boa notícia é que as águias ganharam um guarda-redes

NACIONAL03.10.202323:29

Trubin foi soberbo na baliza; centrais em muito bom plano; médios sem rotação; Di María assustou... ao longe

Melhor em campo: Trubin (nota 8)

Se o Benfica terminou o jogo com a hipótese académica de empatar, muito se deve ao ucraniano, autor de algumas defesas que na gíria são consideradas de impossíveis, pelo grau de probabilidade reduzido de sucesso. São estas paradas que diferenciam os gigantes das balizas dos outros guarda-redes e foi isso que Trubin mostrou na noite de Milão. Excelente a defesa lateral ao remate de Barella (43’) e uma segunda parte estrondosa, impedindo que o génio de Lautaro encontrasse a expressão máxima, com duas intervenções monumentais. Ainda tentou o golo, mas isso já seria pedir o céu.

Bah (5) — A melhor oportunidade do Benfica nasceu de um lançamento lateral longo dele, colocando Aursnes de frente para Sommer. Um problema no pé esquerdo que o vem atormentando desde que foi para a seleção dinamarquesa obrigou-o a sair demasiado cedo.

Otamendi (7) — São nestes jogos em que o argentino mais exibe a capacidade o melhor que tem: leitura de jogo, cálculo acertado dos tempos de corte e uma liderança natural. Teve uma única falha , ao deixar passar a bola por baixo do pé, mas compensou  a mesma jogada impedindo, quase em cima da linha de golo, o golo do compatriota Lautaro. 

Morato (7) — Exibição muito consistente do brasileiro que substituiu António Silva. Um dos melhores da equipa na primeira parte, foi um socorrista em permanente ação, não vencendo todos os duelos, mas saindo de San Siro com balanço positivo. Fez o que pôde e não foi pouco.

Bernat (4) — Usa nas costas o número 14, os milhões de euros que o Benfica pagou pelo concorrente, Jurásek. Rotação baixa, risco zero, apenas lateralização de jogo. Pouco para uma posição que parece órfã de uma referência após a saída de Grimaldo.

Di María (5)  — Levou uns valentes encontrões de Bastoni e Dimarco logo nos primeiros minutos, o que parece ter condicionado o jogo e os níveis de atrevimento do argentino, cujo único perigo foi um canto à barra, embora ficando a sensação de que Sommer tinha o lance controlado. 

Kokçu (4) — Preso de movimentos e com alguns passes falhados em zonas proibidas, originando transições perigosas do Inter. Longe dos bons sinais que tem vindo a mostrar, uma vez que nem a habitual chegada à área foi um recurso utilizado. Pareceu, no fundo, um jogador cansado, a querer e não poder. O golo do Inter é um bom exemplo: chegou tarde no momento da recuperação. 

João Neves (5) — Também sentiu muitas dificuldades para impor o seu jogo. Os médios do Inter apresentaram níveis de intensidade superiores às do jovem médio português, que ainda assim tentou compensar com a habitual atitude competitiva. Tal como Kokçu, não conseguiu tomar conta daquela zona e disso se ressentiram os centrais. 

Aursnes (6) — Teve a melhor oportunidade do Benfica nos pés, aos 13’, recebendo um lançamento lateral longo de Alexander Bah. Rematou forte ao primeiro poste para excelente defesa de Sommer. Andou entre a meia esquerda e a zona central sempre à procura de um espaço entre linhas para fazer a diferença. Fez alguma, mas não a habitual. 

Rafa (5) — Teoricamente foi um avançado mas a necessidade de recuar no terreno para procurar espaços e tirar referências aos centrais fê-lo afastar-se demasiado da baliza.

Neres (5) — Não pareceu muito confortável a jogar como avançado, dando-se à marcação. 

Tomás Araújo (5)  — Mesmo sendo um peixe fora da água, bateu-se como pôde. Mas está longe de ser uma solução para lateral.

Musa (4) — Não entrou no ritmo.

Chiquinho (4) — Não trouxe clarividência nem energia. 

Arthur Cabral (4) — Ainda fez mira, mas o remate foi torto. 

Jurásek (-) — O mérito de tentar colocar a bola na área.