Artur Jorge: «Ninguém me dá lições de 'braguismo'»
Artur Jorge. Foto: CARLOS BARROSO/LUSA

Artur Jorge: «Ninguém me dá lições de 'braguismo'»

NACIONAL03.02.202418:37

Treinador do SC Braga responde aos assobios dos adeptos no empate com o Chaves e falou sobre eficácia

Artur Jorge fez este sábado a antevisão do jogo frente ao Moreirense, domingo, às 20.30 horas, no Estádio Municipal de Braga. «É um jogo que não será diferente dos outros. É um adversário que está a fazer uma época bastante boa, acima das suas expectativas, e espera-nos um jogo difícil. Voltamos a jogar em casa, mas conhecemos o trajeto do adversário e teremos dificuldades. Vamos tentar ser mais eficazes na nossa exibição para vencer, pois é esse o único objetivo», afirmou. 

Pouco depois de ter vencido a Taça da Liga, o SC Braga empatou com o Chaves, resultado que provocou críticas e assobios dos adeptos. Artur Jorge responde com firmeza: «Somos, em Braga e em Portugal, peritos no julgamento em cima do momento sem termos a racionalidade de avaliar o que é feito. Se me desagrada e fico desiludido? Claro que sim. Em relação a mim, não há ninguém que me dê lições de ‘braguismo’. A ambição faz-se através do trabalho e do desempenho, mas estamos sujeitos ao julgamento.»

E como explica essa tensão entre equipa e os adeptos? «Pode ser a exigência, a expectativa, o maldizer por maldizer. Temos é que ter os nossos adeptos, que eles façam a diferença pela positiva, façam parte das nossas conquistas, precisamos deles para suportar a equipa. A equipa está desejosa de venha o próximo jogo. Queremos competir rapidamente», indicou.  

A chave do sucesso é a consistência, defende o treinador dos arsenalistas. «A consistência é a chave do sucesso. A verdade é que nós tivemos uma conquista este ano, tivemos jogos aquém em termos de resultados, podíamos ter mais pontos do que os que temos, tivemos algumas quebras. Há razões variadas... É importante termos a capacidade de trabalhar no campo e do ponto de vista mental, controlar as expectativas. É uma questão de dimensão, que nos obriga a que seja assim. Temos 30 e muitos jogos e temos de ser coerentes na avaliação, justos e, a partir daí, tirar conclusões», desafiou.

Perguntou-se a Artur Jorge se serão as expectativas elevadas a dinamitar, de alguma forma, o rendimento da equipa: «Não. Digo apenas que teremos de ter ambição e lutar por objetivos altos, em cada um dos jogos olhar com o objetivo de ganhar. Vencemos um título, não nos deram nada por acaso, e a distância para os três primeiros vai obrigar a um tremendo esforço, queremos aproximar-nos, mas também temos de olhar para quem está atrás, temos equipas próximas de nós. Temos de ter a humildade de olhar para cima, mas também de quem temos atrás de nós. É um trabalho que se faz ao longo do ano, avaliar o desempenho quando as coisas terminarem e ver o ponto de situação.»

O técnico fez um paralelismo entre a leitura que foi feita do jogo com o Chaves em comparação com a meia-final ganha ao Sporting na Taça da Liga: «Num jogo, a questão da eficácia faz toda a diferença. Na meia-final com o Sporting [na Taça da Liga], num jogo em que o adversário criou muitas oportunidades, mas os remates aos ferros [à baliza do Braga] foram de fora da área e teve outras ocasiões, mas duvido que tenham tido tão claras como as que tivemos com o Chaves e a exibição do Sporting foi ultra valorizada, não podemos ter dois pesos e duas medidas. É difícil dissociar a eficácia do resultado. A equipa está desejosa pelo próximo jogo.»