6 fevereiro 2025, 13:34
Sporting: Biel segue para o Dragão, mas precisa de um documento para jogar
Leões aguardam certificado da AIMA para que o extremo brasileiro possa jogar
Treinador do Sporting fez a antevisão do clássico abordando vários assuntos: a estreia de Anselmi no Dragão, a dúvida que prevalece sobre a disponibilidade de Gyokeres e Morita e ainda as chegadas de Rui Silva e Biel
- É o seu segundo clássico à frente do Sporting, este com características diferentes, o adversário já mudou o sistema e estreia-se no Dragão. O que espera deste jogo?
- É um jogo difícil, é um clássico, um jogo que toda a gente passa a época está à espera. Em termos de estratégia fica mais fácil para eles do que para nós no sentido de conhecimento, porque o mister Anselmi chegou agora, está a criar uma identidade, e para nós fica mais difícil sentir quais as mudanças, de que forma é que as faz. Dá para perceber algumas coisas, naquilo que é a análise do seu passado, mas estamos focados no que podemos fazer no jogo, independentemente daquilo que será a estrutura do FC Porto, que vai variando ao longo do jogo, num estrutura a quatro, uma estrutura de três no seu processo ofensivo e defensivo. Por isso, é muito mais preocupação aquilo que nós temos de fazer, porque também nós temos, como digo, e tenho dito sempre, com tantos jogos, não há muito tempo naquilo que é treino, em termos de intensidade, para ganharmos alguns hábitos e então temos que nos focar muito em nós e naquilo que é são os comportamentos, dentro daquilo que a equipa tem feito e tem conseguido e manter essa consistência, acima de tudo. Agora, somos uma equipa motivada, apesar de que sabemos que é sempre um clássico, é diferente, fora de portas, e são sempre jogos diferentes.
- Considera que uma vitória do Sporting no Dragão retira o FC Porto da corrida pelo título?
- Uma vitória amanhã mantém-nos distantes das equipas que vêm atrás de nós. Mais do que o que implica para o FC Porto em termos de classificativos, é muito mais do que nos pode dar a nós. É esse o nosso foco, é esse o nosso objetivo, fazermos a nossa parte, se a fizermos bem feita, quais serão as consequências disso? É deixar o FC Porto com uma margem maior e mantermos aquela que temos para o segundo classificado. É isso que implica o jogo, estou muito mais preocupado nesse sentido, do que propriamente se o FC Porto fica com mais distância ou menos. Somos primeiros, vai custar muito continuar a ser primeiros, cada vez mais, temos essa noção. Amanhã, como disse, é um jogo diferente, com características diferentes, independentemente da distância. São jogos em que ambas as equipas e todos os jogadores estão super motivados para fazer um grande jogo. Por isso, mais do que estarmos aqui preocupados com a distância, com aquilo que implica para cada equipa, é focarmo-nos do que a vitória nos dá a nós: mantém-nos no primeiro posto, mantém as distâncias para os adversários, e é isso que é o nosso foco.
- Em relação aos jogadores que tem disponíveis para este jogo estão incluídos Gyokjeres e Morita? E Geny Catamo, qual a gravidade da lesão?
- O Geny está a recuperar muito bem, mas está fora deste jogo. É uma lesão mais traumática. Em relação ao Morita e ao Viktor, mantenho a dúvida, porque é isso que tem acontecido e é isso que vai acontecer amanhã. É um processo diário, já disse, e para ser honesto, parece que estou a dizer sempre o mesmo, mas é o que é verdade. É um processo muito diário, de sentimento, de perceber como é que estão, como é que se sentem, dentro daquilo que conseguimos controlar, por isso, mantém-se a dúvida para amanhã, tanto do Morita como do Viktor, mas independentemente de quem esteja, estaremos super motivados com a equipa que levarmos.
- O Sporting parte como favorito para este jogo?
- Para que lado cai o favoritismo? Se olharem para a classificação podem dizer que o Sporting é favorito, mas eu não olho dessa forma. É um jogo, como digo, diferente, independente de tudo o que é classificação, são jogos que são super motivantes para toda a gente, principalmente para quem está inserido nele. O FC Porto, mesmo a ter alguma distância para o Sporting em termos classificativos, acho que não vamos dar uma dose extra de motivação para o Sporting. Por isso, temos de estar preparados acima de tudo para aquilo que será a inteligência, para aquilo que será o ambiente, e mantermo-nos focados no que é o nosso caminho, o nosso trabalho e aquilo que controlamos. Se formos muito competentes nesse sentido, é isso que queremos, queremos ganhar, favoritismo é repartido porque são jogos diferentes, duas grandes equipas, tenho a certeza de que será um bom jogo.
- É a estreia de Martín Anselmi no Dragão, pode-se dizer que é um pouco similar ao que foi a sua estreia no Sporting?
- Sim, acho que sim. Quando há uma mudança há sempre uma mudança na atitude da equipa, dos jogadores. Acredito que também possa ser pelo motivo de ser o primeiro jogo de Anselmi em casa, no Dragão, porque já fez dois jogos. O primeiro impacto, se calhar, já sentiu realmente no primeiro jogo. Eu vou mais, se calhar, por parte da classificação, estão mais atrasados, pode levar a que sintam uma motivação extra para fazer tudo para ganhar, para encurtar distâncias, perante os seus adeptos, no seu estádio. É um jogo muito exigente, por aquilo que será também o ambiente, temos que nos focar muito naquilo que temos de fazer. Temos de estar motivados também por tudo aquilo que temos feito e a equipa tem tido a capacidade de fazer. Sinta a equipa bem e é esse o espírito, mantermo-nos iguais a nós próprios, mesmo perante um jogo de maior exigência.
- Na época passada Gyokeres não foi titular no Dragão, mas saiu do banco para fazer dois golos. Amanhã pode ser uma arma secreta?
- Admito que tanto posso levá-lo como posso não levá-lo. É muito dia a a dia, essa decisão vai ser feita em cima da convocatória. Feliz pelo que o Harder tem conseguido fazer na ausência do Viktor, todos sabem da importância do Viktor na nossa equipa, no Sporting, no próprio futebol português. Estou feliz pela capacidade de o Harder tem dado resposta a essa ausência. Queria ter o Viktor, como o Morita. Se for para 30, é para 30, se for para 80 ou 90 [minutos], é sinal que se calhar está a 100% em termos físicos., mas acima de tudo, quero tê-lo.
- Sente que leva alguma vantagem na preparação do jogo por conhecer melhor o futebol português e o adversário do que Martín Anselmi?
- Honestamente não. Em termos estratégicos, para nós, torna-se até mais difícil, porque o treinador que entrou no FC Porto mudou o seu sistema, pelo menos nestes dois jogos, está à procura também das suas dinâmicas e leva-nos a ficar mais dúbio em alguns momentos do jogo, em alguns comportamentos padrão do adversário, por isso, torna-se mais difícil para nós naquilo que é análise e que é estratégia para o adversário. O meu foco está muito mais naquilo que nós, Sporting, podemos ser e fazer perante aquilo que o FC Porto poderá apresentar. Acho que nesse sentido estratégico tem um pouco mais à frente do FC Porto, nesse sentido, porque já sabe minimamente como joga o Sporting, nós, deste lado, ficamos sempre um pouco na dúvida. É preparar ao máximo a equipa para aquilo que será comportamentos de base para sermos fortes.
- Há quem diga que Gyokeres, limitado fisicamente, deve jogar de início e depois deve sair, há quem diga o contrário. Qual o seu entendimento sobre a questão?
- É difícil porque é entrarmos na lógica de que os comentadores são todos treinadores, que os amigos do bar são todos treinadores [risos], porque é que o Viktor jogou 90 minutos e não devia ter jogado, porque tem de jogar na Champions... É a ideia de cada um. Por isso é que levei muito tempo na cabeça e tive de andar a tirar os cursos todos de treinador [risos]. É normal, não ligo muito a isso. Foco-me muito na estrutura do Sporting, que é muito boa. Os jogadores, mesmo aleijados, querem entrar em campo. Não é só o Viktor, são todos. Cada vez mais os jogadores percebem a responsabilidade de serem honestos porque depende sempre muito daquilo que o jogador sente naquele momento. Optamos sempre por aquilo que é a melhor solução. Todas as nossas decisões são discutíveis. Uns faziam de uma forma, outros de outra... fazemos sempre o que julgamos ser o melhor para o atleta. O Viktor jogou 88 minutos porque em diálogo achámos que ele era capaz de jogar 80 minutos. De fora, queriam que ele jogasse a Champions, mas depois não queriam que jogasse o campeonato, mas se não jogasse para o campeonato diziam: 'tinha que meter o Viktor!'. O futebol é bonito por causa disto.
- O FC Porto tem cometido muitos erros defensivos, o Sporting pode tirar partido disso?
- O Sporting, por norma, tenta ser sempre uma equipa pressionante e quando não somos é porque o adversário também está bem e tem qualidade. Não podemos olhar apenas para o último jogo do FC Porto e dos erros individuais porque estamos a falar de jogadores que jogam num grande clube e que têm qualidade. Vão errar como todos os outros. Também digo isso dos meus. Aliás, os meus vão errar e quero que errem muito porque é sinal que não se escondem do jogo. Faz parte do processo de crescimento o falhar. Faz parte o erro. Não vou focar-me nisso, nos erros individuais, mas sim na forma como podemos pressionar o FC Porto. Todos os jogadores já cometeram erros individuais, seja no FC Porto ou no Sporting.
- Já disse várias vezes que ia ser cada vez mais difícil manter a liderança, pode explicar porquê?
- Digo isso porque o jogador tem de sentir que vamos em primeiro lugar. Custou muito sermos primeiros. Os outros perderam pontos, ok, mas nós fomos mais competentes porque não perdemos tantos. Custou-nos muito estar em primeiro lugar e digo que custa ainda mais manter. Se entrarmos em relaxamento porque somos primeiros, rapidamente vamos perder esse lugar. Temos de estar focados em todos os momentos, independentemente de estarmos ou não em primeiro, porque toda a gente quer a nossa posição, todos querem este lugar, então temos de mantê-lo. Toda a gente quer ganhar ao Sporting, a motivação é diferente, mas é normal em qualquer campeonato ou em qualquer jogo, por isso é que digo que vai ser cada vez mais difícil. Temos apanhado equipas com blocos baixíssimos, por mais que queiramos jogar bonito e bem, a verdade é que vai tornar-se cada vez mais difícil marcar golos.
- O Sporting não ganha no Dragão há 10 anos... Considera que as saídas de Galeno e Nico González deixam o FC Porto mais fraco? Biel está disponível?
- Em relação ao passado, não olho para isso sequer. Olho para o meu momento, para o momento com o Rui Borges, não se não ganhávamos há 10 anos. É o FC Porto, não deixa de ser uma grande equipa, independentemente de quem entre ou saia. Eram dois jogadores importantes, é certo, mas abre espaço para outros. Às vezes dizemos que o azar de uns é a sorte de outros, e é isso, não olho muito para as saídas. O Biel está para jogo. Estava a jogar no Brasil e com minutos. Está disponível para jogo. Falta perceber só a parte burocrática.
6 fevereiro 2025, 13:34
Leões aguardam certificado da AIMA para que o extremo brasileiro possa jogar
- Este é o quarto clássico da época, o Sporting pode ganhar pela terceira vez. Já se falou nas alterações de equipas técnicas e até de sistemas de jogo, o que é que pediu aos seus jogadores que não quer que se repita?
- Nos últimos jogos ganhámos, então gostei de tudo. O que tenho pedido, é o que tenho enaltecido, é a capacidade de tentar focar, identificar perante o adversário, têm tido um compromisso enorme de tentar apanhar tudo o que dizemos e cumprir com treino e no jogo. Temos ganho, tem corrido bem, mas pode deixar de correr bem, por isso, é só manter o que eles têm mantido enquanto equipa. Também vai ser necessária a grande qualidade que têm, porque se jogam no Sporting, têm muita qualidade. É manter essa alegria, foco e ambição, por isso é que se calhar estamos em primeiro. O nível de jogo ainda não está como nós queremos, temos noção disso, mas temos sido competentes, com alguma qualidade em todos os momentos do jogo, e a equipa que estiver mais equilibrada em todos os momentos do jogo vai ganhar mais vezes, por isso, é que temos ganho mais vezes, por isso temos de manter essa ambição e coragem de querermos vencer.
- Em relação ao mercado há quem diga que o clube contratou pouco, devia ter contratado mais, falhou alguns que foram dados como prioritários, outros dizem que as contratações foram cirúrgicas. Ficou satisfeito com a abordagem ao mercado?
- O Sporting ficou mais forte, quando acrescentamos alguma coisa é no sentido sempre de sermos melhores e mais fortes. Ficaremos mais fortes quando tivermos toda a gente disponível para ir a jogo. A nossa preocupação é nesse sentido, de ter toda a gente disponível e a cem por cento, o que ainda não conseguimos, essa é a nossa preocupação. Dentro do mercado, o Rui [Silva] e o Biel, é sempre no sentimento para acrescentar e sermos mais fortes.