Quarta Registada: Rúben Amorim comprometido

Frederico Varandas agradeceu, mas não o terá feito só pelos lindos olhos de Amorim, tê-lo-á feito também para que sinta que tem de continuar comprometido

«Mas também me lembro de em 2018 quase nenhum treinador querer vir treinar o Sporting. Hoje temos um dos melhores treinadores do mundo. Temo-lo hoje, temo-lo há quatro anos e temo-lo para o ano. E não é pela vertente financeira nem pela falta de interesse de outros clubes que ele permanece aqui, ano após ano. Permanece aqui porque o Sporting é um clube que lhe dá proteção, estabilidade, condições para ter sucesso e sobretudo ser feliz. Obrigado, mister Amorim. O mérito é teu.»

Compromisso. Assim, sem meias palavras, publicamente e na primeira vez que falou após a conquista do título, Frederico Varandas garantiu a continuidade de Rúben Amorim, o treinador obreiro do título nacional,  que antes do clássico com o FC Porto tinha ido a Inglaterra falar com o West Ham. O local e o momento não podiam ser mais simbólicos e ter mais atenção mediática. O presidente do Sporting agradeceu tudo o que o treinador fez pelo clube, com ênfase no mais recente campeonato nacional, mas ao mesmo tempo comprometeu o treinador com o emblema de Alvalade para o futuro próximo. É que Rúben Amorim pode já ter deixado para trás as intenções de saída, pode até ter deixado já a SAD descansada nesse sentido, mas falar do assunto sem tabus é preciso, para não deixar dúvidas numa altura em que ainda se adivinha que algum tubarão que fique órfão de treinador volte a tentar aquele que, sem dúvida, tem a maior parte de responsabilidade no sucesso da equipa - e que no último verão teve também o empenho da administração para lhe oferecer, apenas, as duas mais caras contratações da história do Sporting e que valeram ao treinador parte do caminho rumo ao sucesso. Varandas agradeceu, mas não o terá feito apenas pelos lindos olhos de Amorim, tê-lo-á feito também para que o treinador sinta que tem de continuar comprometido.

«O Sporting é um clube vendedor para ser cada vez mais competitivo na Europa. (…) Mas tem recursos e quer segurar Gyokeres.»

Ambição. A declaração de Francisco Salgado Zenha tem realismo, na parte de os leões serem um clube vendedor - como o é qualquer clube em Portugal -, mas tem também ambição, na parte de querer segurar o goleador sueco. Porque ficar com ele exige esforço, provavelmente uma renovação, mas com isso, e com Amorim, os leões apresentam-se à nova temporada com o selo que valeu a conquista do campeonato. E mostra que enquanto o dragão tentar desenlear-se da teia de confusão e a águia lambe as feridas de uma época falhada e conturbada, o leão consegue não apenas impor a sua força em campo mas passar também imagem de solidez, até nas finanças. Compromisso, ambição e solidez, assim ao mesmo tempo, era coisa que não se via há muitos anos em Alvalade.

SELO DE GOLO

A Pep Guardiola e ao seu Manchester City já pouco falta fazer mas faltava ainda conseguir o que ninguém tinham conseguido na Premier League: ganhar quatro campeonatos seguidos, ser tetra!