Por Torres e Travessas: breve história das sedes de A BOLA e um compromisso inegociável
A BOLA num festejo dos Santos Populares da Travessa da Queimada. FOTO ALEXANDRE PONA

EDITORIAL Por Torres e Travessas: breve história das sedes de A BOLA e um compromisso inegociável

OPINIÃO20.02.202409:00

A BOLA está nas Torres de Lisboa, 74 anos depois da ida para o n.º 23 da Travessa da Queimada. É a sétima sede/redação da história do título e o foco continua a ser o futuro

O jornal que tem entre mãos é o primeiro, desde 21 de agosto de 1950, que não foi idealizado e produzido no mítico número 23 da Travessa da Queimada, em Lisboa, Bairro Alto.

Após 17.717 publicações, o número que hoje folheia resultou do trabalho de uma redação acabadinha de mudar-se para o Edifício E das Torres de Lisboa, piso 7, na Rua Tomás da Fonseca, em São Domingos de Benfica.

Tão importantes como o jornal que pode colocar debaixo do braço — citando livremente o diretor Luís Pedro Ferreira, em editorial recente — são os conteúdos que desde a madrugada da última segunda-feira pôde consultar, ou foram ter consigo, através do site abola.pt e das nossas redes sociais. Também eles são nados e criados na nova sede e redação de A BOLA.

É muito por eles, e pela noção de que o futuro é digital, que se operam todas estas mudanças na octogenária história deste título. Muito em breve, mal se proceda aos acabamentos nos novos estúdios, a equipa de vídeo e de A BOLA TV juntar-se-nos-á nas Torres de Lisboa.

Miguel Mendes, Nuno Raposo, Hugo do Carmo, Paulo Jorge Santos e Hugo Vasconcelos - a equipa que fechou, no domingo, o último número de A BOLA no n.º 23 da Travessa da Queimada

Foram praticamente 74 anos de labuta ininterrupta para lá daquela porta 23, sempre no sentido de levar aos portugueses e às comunidades a melhor, mais credível e mais relevante informação desportiva que as sucessivas gerações de jornalistas e funcionários conseguiram criar.

Sempre prontos, em cada momento da História, a celebrar o futuro, cabe a quem hoje faz A BOLA nunca esquecer o legado que nos foi passado. É uma noção que todos temos presente, intensificada numa semana de mudanças iniciada dias depois de sabermos da partida de mais um grande nome do jornalismo de A BOLA, de Portugal e do Mundo, António Florêncio.

Estamos certos de que o António gostaria de conhecer as nossas novas instalações, ele que sempre esteve um ou dois passos à frente do tempo e soube ajudar a fazer de A BOLA um nome respeitado junto das maiores instâncias do futebol e do desporto mundiais. Não foi por acaso que algumas galas da FIFA, durante as quais foram atribuídas Bolas de Ouro, se realizaram no País, nos idos da década de 90 do século passado.

Nesta que é a sétima sede/redação da vida do jornal, a tecnologia e a modernidade marcam o ritmo, como tem de ser.

Outras exigências dos respetivos tempos ter-nos-ão feito mudar da original Rua do Loreto para a Luz Soriano (ainda em 1945), daqui para a Rua dos Mouros (1946), depois de novo para a Rua do Loreto (1947), ter uma breve passagem pela Rua da Madalena (1950) e finalmente aportar à já saudosa Travessa da Queimada. Sempre acantonados no coração de Lisboa, entre o Bairro Alto e a Baixa.

Também no Porto a vida avança, e a delegação de A BOLA tem desde janeiro um novo espaço para continuar a cobertura do desporto a Norte e ajudar na continuidade territorial que faz de A BOLA uma instituição verdadeiramente nacional e representativa.

No que respeita à sede, saímos agora dessa área típica e com tantas histórias de jornais e boémia (que tantas vezes foram caminhando juntas...).

Numa zona mais recente da cidade de Lisboa, num espaço funcional, aberto e de contacto permanente entre toda a equipa, continuamos determinados a honrar o passado e a abraçar o futuro.