O grande mérito de Varandas
Não tenho muitas dúvidas que daqui a quatro ou cinco anos estará num dos clubes mais poderosos da Europa
Frederico Varandas, presidente do Sporting, na apresentação de João Pereira, em novembro
O Sporting celebrou domingo uma dobradinha histórica, ao conquistar a Taça de Portugal, uma semana depois de ter erguido o troféu de campeão nacional. Independentemente das circunstâncias em que venceu no Jamor (crença e sorte, erros adversários e erros de arbitragem), há muito mérito de toda a estrutura, particularmente de Frederico Varandas.
E qual o maior mérito do presidente? Para mim, sem dúvida nenhuma, ter reconhecido o erro na aposta do substituto de Ruben Amorim e não ter deixado que a agonia se prolongasse.
Seguramente que não foi fácil. João Pereira há muito que estava identificado como sucessor de Amorim, o próprio Frederico Varandas o assumiu. Esperava-se que fosse só no final da época, mas a saída prematura do técnico para o Manchester United precipitou a decisão. Os elogios de Varandas, a convicção de que João Pereira era o homem certo, a relação pessoal entre os dois, a perceção de que fosse quem fosse teria sempre problemas por vir a seguir a Amorim eram bons motivos para insistir no ex-treinador da equipa B.
Mas seriam desculpas. Varandas percebeu que João Pereira, talvez pela juventude, pela inexperiência, talvez apenas pelas circunstâncias, não era a solução. E em vez de esperar que pudesse vir a sê-la no futuro, arrancou o penso ao fim de mês e meio. Sem isso, provavelmente o Sporting não teria festejado a dobradinha no Jamor.