A NBA está a mudar

A NBA está a mudar

OPINIÃO22.05.202413:21

Das dez equipas mais caras, só uma está em prova, assim como o 13.º dos 17 mais bem pagos

«Uma destas jovens estrelas vai tornar-se campeão da NBA esta época: Jayson Tatum (Celtics), Tyrese Haliburton (Pacers), Anthony Edwards (Timberwolves) ou Luka Doncic (Mavericks)». Esta tem sido a base da campanha desde que ficaram conhecidos os finalistas de cada conferência. A NBA e os seus protagonistas estão, definitivamente, a mudar e ainda não há ninguém para assumir a sucessão e construir ainda algo mais difícil: uma dinastia.

Depois de, pela primeira vez em 20 temporadas, a segunda ronda do play-off não ter contado com as presenças de LeBron James (Lakers), Stephen Curry (Warriors) ou Kevin Durant (Suns), cujas equipas foram eliminadas, no caso dos Warriors nem passaram do play-in, agora que se começa a decidir quem vai discutir o 78.º título da Liga acontece uma situação, no mínimo, igualmente curiosa: das dez equipas mais caras do campeonato, todas com plantéis acima dos 166 milhões de dólares (153 milhões de euros) — Golden State está no topo com €193 milhões e os únicos sobreviventes são os Celtics (€171 milhões), do português Neemias Queta.

Principais favoritos no Este, ocupam a quinta posição do ranking salarial. Vão defrontar os Pacers, 25.º, que tem uma folha de pagamentos de apenas €137 milhões. Já os Mavs e T-Wolves são, respetivamente, 11.º (€153 milhões) e 13.º (€153 milhões) da lista.

Mas outras curiosidades há que mostram que o equilíbrio da NBA está a mudar e nem me refiro ao facto de, um pouco à imagem do que acontece com os clubes, dos 17 jogadores mais bem pagos em 2023/24 o único que ainda não entrou de férias foi o poste francês dos Timberwolves Rudy Gobert, 13.º do rol com um salário de €37,7 milhões. O primeiro é Curry, cujo vencimento atinge os €47,77 milhões.

Uma coisa é certa, seja quem for que venha a conquistar o título, será diferente pela sexta temporada consecutiva. Há cinco épocas que o campeão não só não consegue ter sucesso na defesa do ceptro, como na época seguinte nem passa à final de conferência. Estranho.

Melhor. A última ocasião em que uma das quatro formações ainda em prova conquistaram o título, e tendo em conta que Pacers e Timberwolves nunca o conseguiram, os de Minneapolis nem sequer chegaram aos Finals desde que entraram para a Liga em 1989/90, foi quando os Mavericks bateram os Heat por 4-2, em 2011/12.

Quem imaginaria tal coisa depois dos Warriors terem arrebatado quatro títulos (2015, 2017, 2018 e 2022) em seis Finals (2016 e 2019) realizados em oito anos ou após LeBron James ter disputado oito finais da Liga consecutivas entre 2011 e 2018? Desde então nenhum clube ou superestrela jogou dois Finals seguidos.

Por tudo isso e face à sucessão de campeões sem se repetirem é com bastante curiosidade que se aguarda como irão reagir, em termos de audiências, os adeptos da Liga e aqueles que ocasionalmente mostram interesse em seguir o que se passa na discussão do título sem ser por pertencerem a um clube mas devido à atração das superestrelas.

E isto tendo em conta que os Celtics, clube mais vezes campeão (17), a par dos Lakers, tem uma legião de fãs espalhados pelo mundo.