João Almeida em grande no Angliru

Vuelta: João Almeida venceu Vingegaard no terrível Angliru

Poderoso desempenho do português na terrível subida asturiana, que colocou nos seus lugares todos os candidatos nesta Volta a Espanha. Bateu ao sprint Jonas Vingegaard, que sofreu para manter a roda de Almeida

João Almeida venceu a 13.ª etapa da Volta a Espanha, que terminou no temível Angliru, batendo ao sprint Jonas Vingegaard. O português fez uma subida extraordinária, liderando sempre o grupo de candidatos à geral, que foi restringindo até à expressão mínima: apenas um rival, o dinamarquês, camisola vermelha.

Almeida recupera quatro segundos para Vingegaard, pelas bonificações na meta, reduzindo para 46 a desvantagem para o primeiro classificado desta Vuelta, e reforça a segunda posição da geral.

A UAE Emirates, esteve, enfim, reunida em torno do seu líder, começando por endurecer o andamento no pelotão durante a penúltima subida da etapa, Alto del Cordal (1.ª categoria), prova de que João Almeida estaria com boas sensações. No entanto, corredores importantes da equipa na montanha, como os espanhóis Juan Ayuso e Marc Soler, que foram protagonistas na etapa da véspera, que o primeiro venceu após um desgastante apoio do compatriota, naturalmente não tiveram disponibilidade física para dar um contributo duradouro, ficando para trás ainda antes da passagem pelo cume do Cordal.

A continuidade do trabalho na UAE ficou, então, a cargo do australiano Jay Vine e do austríaco Felix Grosschartner, que mantiveram o ritmo do pelotão, cada vez mais reduzido, nos primeiros quilómetros do Angliru, onde os últimos resistentes da fuga do dia, Jeferson Cepeda, Bob Jungels e Nicolas Vinokorov, tiveram de parar devido a novas ações de manifestantes pró-Palestina. Também o português Ivo Oliveira, que integrara a fuga, contribuiu para o esforço coletivo em prol do seu compatriota Almeida.

A sete quilómetros da meta, pouco antes de se deparem as inclinações mais íngremes, superiores a 20%, que caracterizam o Angliru, o grupo principal estava reduzido a cerca de 15 corredores, já sem o colombiano Egan Bernal (Ineos Grenadiers), que partiu para a etapa na 12.ª posição da geral.

O turno final do trabalho na UAE esteve a cargo de Grosschartner, anteriormente nesta Vuelta bastante discreto, mas a fazer uma triagem finíssima no grupo dos melhores, ao ponto de deixar em dificuldades o próprio João Almeida em acompanhá-lo.

Almeida passou para a liderança a partir dos derradeiros seis quilómetros, sem alterações de velocidade bruscas, impondo o seu ritmo. Apenas Jonas Vingegaard e Sepp Kuss (Visma) e Jai Hindley (Red Bull) aguentavam a sua roda.

Mas o forte ritmo de João Almeida não demorou a restringir a concorrência a apenas... Jonas Vingegaard. E o dinamarquês, camisola vermelha, parecia desconfortável na roda do português. A 3 quilómetros da meta, na perseguição ao duo, outro, constituído por Kuss e Hindley, mas a perder tempo, definitivamente fora da discussão pela vitória na etapa.

Mas o forte ritmo do português de 27 anos não demorou a restringir a concorrência a apenas... Jonas Vingegaard. E o dinamarquês, vencedor do Tour em 2022 e 23, parecia desconfortável na roda do português. A três quilómetros da meta, na perseguição ao duo, outro, constituído por Kuss e Hindley, mas a perder tempo, definitivamente fora da discussão pela vitória na etapa. 

Restava ainda o setor mais duro desta subida gigante asturiana - entre os km 2,5 e 1,5, a uma inclinação superior a 20% -, mas João Almeida não cedeu, pelo contrário, manteve Vingegaard em sentido, agarrado com unhas e dentes à roda traseira da sua bicicleta. Até ao fim.

No sábado realiza-se a 14.ª etapa da Volta a Espanha de 2025, entre Avilés e o Alto de La Farrapona, na extensão de 135,9 quilómetros, com duas contagens de montanha de primeira categoria, a última a coincidir com a meta.