Viktor e a última caçada em Alvalade
Tenho de voltar ao tema. Só falta um jogo para ver Viktor Gyokeres a jogar no Sporting, já no sábado, na final da Taça de Portugal, frente ao Benfica.
Apesar dos esforços da mais alta fonte de informação sobre o mercado do Sporting em tentar manter o mistério - o roupeiro Paulinho, que na época passada disse que o sueco e Ruben Amorim ficavam, e ficaram mesmo – a flash-interview do ‘Vítor’, como lhe chamam em Alvalade, não podia ter sido mais clara.
Nervoso, quase sem piscar os olhos, cara vermelha de esforço, arriscou abrir as declarações em português, algo que vai continuar a precisar com a namorada Inês (sábado ‘oficializada’ nas fotos do relvado) e até disse que sem câmaras fala melhor. Não duvido. Se for tão dedicado a estudar como é a marcar golos - tem 53 golos em 51 jogos, e não vamos esquecer 13 assistências -, para ele é uma palhinha aprender qualquer língua. Inglês já sabe bem, por aí não precisa de se preocupar.
Depois, sempre com as rodinhas do cérebro a rodar, via-se tão bem, disse o que podia quando questionado sobre se era a despedida das suas exibições de Alvalade. «Ainda estou aqui», disse. Isso era verdade, mesmo literalmente, já o «ninguém sabe o futuro» e o «vamos ver», foram de circustância. Se alguém sabe o seu futuro é mesmo ele.
Com mais um prémio de Homem do Jogo na mão, penteou mil vezes o fio de cabelo que teimava em sair do sítio apesar do gel extra-forte. Ainda sem piscar os olhos, deixou mais uma despedida sem querer: «Obrigado por tudo, foi uma época incrível.Foi um prazer fazer isto juntos.»
É muito possível que o faça, mas se não marcar ao Benfica (com que estado de espírito chegarão ao jogo?) no Jamor, o seu último golo pelo Sporting (ou pelo menos em Alvalade) vai ser um símbolo de tudo o que demonstrou ao longo destas épocas e se lhe elogiou: o não desistir, a raça, o insistir até rematar em esforço, em queda, mas ainda assim certeiro.
Não admira que acabe os jogos e ainda apareça nas entrevistas rápidas de cara vermelha, olhar fixo, máscara guardada, como quem vem da caça.
Sugestão de vídeo:
Artigos Relacionados: