Uma prenda para os adeptos e uma dinâmica semelhante com jogadores diferentes: tudo o que disse Rui Borges
Rui Borges, treinador do Sporting, ficou claramente satisfeito com a conquista dos três pontos num palco que conhece muito bem, revelando que fez alterações na equipa que acabaram por resultar, pois a dinâmica manteve-se, apenas mudaram os intervenientes. Técnico admitiu que o golo dos conquistadores colocou a equipa em sobressalto, mas que soube dar a volta e partir para um triunfo confortável.
Falou da prenda de natal antecipada, considera que chegou e pode explicar a dedicatória ao Fresneda?
- A vitória é dedicada ao Ivan [Fresneda] que passou por um mau momento, nos últimos dias, mas quis ficar e ajudar a equipa. Obviamente é dedicada a ele. Em relação ao jogo, não é prenda, são três pontos, mas dedicar aos adeptos que estiveram sempre connosco. Uma primeira parte em que saímos a vencer ao intervalo com toda a justiça, com um segundo golo em que é um bom momento de futebol. Na segunda parte, por culpa própria colocámos o Vitória no jogo e este estádio não é fácil, pois os adeptos empurram a equipa. Depois fizemos o 3-1 e fechamos o jogo com mais um golo. O Telmo Arcanjo entrou muito bem, com alguns cruzamentos, mas os nossos centrais estiveram bem. Um grupo que dá tudo e li que era um Sporting diminuído, porém foi assim que foi bicampeão e hoje demonstrou mais uma vez que é capaz.
Apresentou algumas dinâmicas diferentes, especialmente com a colocação de Ioannidis e Luís Suárez em simultâneo. O que pretendia?
- As dinâmicas são as mesmas, não fugiram muito. Os jogadores, sim, dão coisas diferentes. Em termos defensivos ajustámos algumas coisas, penso que é a isso que se refere. Mas estivemos com muita qualidade no momento defensivo e também ofensivamente, não permitimos grandes ocasiões e fizemos uma primeira parte muito boa. A equipa demonstrou a qualidade que vem mostrando ao longo do campeonato. Mesmo com baixas e importantes, o grupo deu uma resposta de que acreditam todos no processo e no trabalho realizado.
Um ano depois regressa a Guimarães. Imaginava que podia voltar como campeão nacional?
- É um ano especial, pois há um ano não sabia que ia ser treinador do Sporting. Era muito feliz aqui no Vitória, já disse que é um clube especial. Agora continuo feliz, chegando a atingir o sonho de qualquer treinador, vim lá de trás e sou campeão nacional. Quero continuar na história do Sporting, ganhar títulos e continuar a ser feliz.
Considera que o resultado é pesado para o V. Guimarães? E como lê este clima que se vive no futebol português?
- Não me vou alongar muito sobre a segunda pergunta. Devia-se valorizar muito mais os jogadores, os treinadores e também a classe dos árbitros. Vocês também podem ajudar nisso, se somos valorizados lá fora, também temos de o ser cá dentro. Todos os ativos do futebol devem fazer mais para valorizar o jogo. Uma partida complicada, frente a um adversário que vinha a crescer na sua qualidade coletiva, um bom trabalho do Luís Pinto e sabíamos que ia ser difícil, pois num lance de bola parada ou qualquer distração podia puxar pelos adeptos da casa. A equipa demonstrou carácter e saiu com a vitória.
Trincão encostado à linha, Ioannidis por esse lado numa mudança no estilo de jogo e também podia explicar os movimentos interiores do Ioannidis e do Maxi Araújo na ligação entre a defesa e o ataque?
- O Trincão hoje jogou numa posição diferente do habitual, procurámos dar maior alternância, não só para este jogo, mas para todos os momentos. Os jogadores sabem que podem ocupar outras zonas, desde que não descaracterizem a equipa. A ligação entre o Trincão e o Ioannidis é muito boa, até nos treinos, e ficou à vista. Os jogadores foram diferentes, mas as dinâmicas mantiveram-se, são importantes e depois a qualidade individual vai sobressair naturalmente, de forma a fazer a diferença.