Trubin e Sudakov - Foto: IMAGO
Trubin e Sudakov - Foto: IMAGO

Trubin teve dúvidas de que o Benfica tivesse dinheiro para Sudakov

Guarda-redes explica que valores pedidos pelo Shakhtar eram muito elevados; Liga portuguesa, Mundial e não só, as revelações do guarda-redes

Anatoliy Trubin, guarda-redes ucraniano do Benfica, revelou que nem sempre acreditou que a transferência de Sudakov para o Benfica fosse possível. O elevado valor que o Shakhtar pedia pelo passe do médio motivava dúvidas no jogador de 24 anos.

«O Benfica parecia uma opção quase impossível. Porque se o Shakhtar não aceitava [proposta de] €40 milhões, então provavelmente esperava uma verba ainda maior. E, para o Benfica, ao que me parecia, não era prioritário fazer contratações por valores tão elevados. Com o tempo, algo mudou – não sei, talvez a retórica do Shakhtar. E estou muito contente que tudo tenha corrido bem.», afirmou Trubin, em declarações ao portal ucraniano Futebol 24.

O guarda-redes acredita, todavia, que a mudança de Sudakov (contratado por 27 milhões) para Lisboa representa um passo em frente na carreira do compatriota e mostra-se satisfeito por ter no plantel das águias alguém que lhe é próximo: «Para ele penso que é um passo em frente. Além disso, será mais fácil para ele adaptar-se aqui, o que é ótimo. Também estou muito feliz, porque não veio apenas um jogador ucraniano para a equipa, ele é também um amigo.»

O internacional ucraniano da baliza do Benfica, que leva 26 jogos na presente temporada pelas águias, abordou igualmente a diferença entre as ligas portuguesa e ucraniana: «Sudakov resumiu isso de forma muito precisa: em comparação com o campeonato ucraniano, aqui quase todas as equipas têm um, dois ou três jogadores de altíssimo nível que criam perigo constante. Por isso, cada jogo em Portugal exige o máximo de ti. Não te podes dar ao luxo de não estar a 100 por cento. Infelizmente, na Ucrânia, por vezes, mesmo sem uma preparação ideal e com algumas falhas, ainda consegues jogar e vencer. Aqui, isso não acontece. É preciso estar sempre a 100 por cento, e talvez essa seja a principal diferença.»

Trubin foi igualmente convidado a estabelecer comparação entre a preparação dos guarda-redes na seleção e no Benfica. «A principal diferença é que, quando chegas à seleção, quase não há tempo. A última concentração, para ser sincero, foi talvez a mais curta desde que estou na equipa nacional. Penso que durou cerca de uma semana. Praticamente não tens oportunidade de treinar e preparar-te em pleno. É mais um trabalho de manutenção da forma física. No clube é diferente. Mesmo que o jogo seja daí a três dias, trabalhas todos os dias, preparas-te diariamente, há um processo de treino estável. Na seleção, chegas depois de um jogo, recuperas e, na manhã seguinte, já podes ter o treino de adaptação ao relvado. Portanto, na equipa nacional, o foco está mais em manter a condição física e, claro, em adaptarmo-nos ao adversário, analisando-o, mas para isso temos um período muito, muito curto», observou.

Por fim, as ambições da seleção ucraniana, dirigida por Rebrov, que tem por objetivo a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026. A Ucrânia vai discutir com a Suécia o acesso ao Mundial-2026. «Infelizmente, parece que não conseguimos fazer nada de forma tranquila e antecipada. O Mundial é, claro, um objetivo muito importante e grandioso. A última vez que lá estivemos foi em 2006, creio eu, por isso seria, sem dúvida, algo muito, muito bom para nós. E não apenas qualificarmo-nos, mas também apresentarmo-nos bem e tentar passar a fase de grupos. A primeira tarefa é chegar ao Mundial. Penso que este é um objetivo e um sonho não só para os jogadores, mas também para todos os adeptos, para todos os ucranianos. Quando a seleção joga, toda a gente vê futebol, mesmo aqueles que normalmente não o acompanham de perto», concluiu Trubin.