Sporting-Benfica: «O dérbi deixa algo diferente no ar»
Tendo em conta que o Sporting esteve afastado do principal escalão de basquetebol mais de 24 anos, regressando apenas em 2019/20, é natural que não existam muitos jogadores recentes que tenham vivido a experiência de, na carreira, ter atuado no clube e no Benfica. Formações que hoje, às 15 h no Pavilhão João Rocha, defrontar-se-ão no expectante embate da 8.ª jornada da Liga Betclic entre o 1.º (6 v-1 d) e 2.º classificados (5 v-2 d).
Primeiro dérbi da temporada após na última ronda o conjunto de Pedro Nuno Monteiro ter perdido a invencibilidade ante a Oliveirense (90-85), enquanto os bicampeões somam três vitórias seguidas na prova, depois de dois desaires: um em casa contra a Oliveirense (73-74) e frente ao FC Porto (79-62) na Dragão Arena .
Como é natural, existem ainda menos basquetebolistas que se tenham sagrado campeões nacionais em ambos clubes nas duas últimas décadas, já que os leões arrebataram um único título em 2020/21 — na temporada de regresso não houve vencedor devido à pandemia — e as águias os dois seguintes. Mas há! E até são dois: Cláudio Fonseca (2012/13, 2013/14, 2014/15, 2016/17, 2020/21) e o americano James Ellisor (2020/21 e 2022/23). A BOLA conversou com o primeiro para saber sobre as diferenças que sentiu nessas passagens e o que espera do encontro desta tarde.
É muito diferente jogar no Benfica e no Sporting? «Sim, penso que existem bastantes diferenças, ainda que sejam dois clubes bastante competitivos e grandes em Portugal», começou por referir o mais de uma centena de vezes internacional luso «A importância de ganhar títulos e competir pelo 1.º lugar é idêntica, mas sim, existem algumas diferenças entre um e outro», acrescentou Cláudio, de 34 anos.
E quais são? «O que senti mais no Sporting foi que, como esteve muitos anos sem basquetebol, o regresso foi um momento bastante importante, tanto para o clube como na modalidade. Ao mesmo tempo não tínhamos a pressão de um clube que havia acabado de entrar para a Liga, mas ela existia. Não sei se me faço entender… Era um clube grande que acabara de voltar e queria competir para estar nos primeiros lugares, mas íamos ver como as coisas corriam. Só que, começou logo a ir muito bem logo de início. Toda agente ficou ilusionada e isso tornou o ambiente diferente», conta o poste que vestiu de verde e branco em 2019/20 e 2020/21. «E ganhámos muito nessas duas épocas, o que foi impecável para nós e excelente para o clube poder regressar com bons resultados», salienta.
«O primeiro ano até foi engraçado mesmo que tenha acabado a época, devido à pandemia, quando íamos em 1.º lugar. Existiam muitos jogadores que nunca haviam tido a experiência do que era estar num clube grande e muitos tiveram de se adaptar ao clube, à situação e a um novo treinador [Luís Magalhães]».
Mas quando, em 2012/13, se mudou dos espanhóis do Plasencia para o Benfica, naquela que foi a primeira passagem na Luz [2012/13-2015/16], entrou num clube habituado a ser campeão. «Sim, sim… senti isso logo de início. Havia aquela malta mais velha que tinha muita sabedoria e disseram-me: ‘Estás habituado a jogar isto, mas aqui jogamos para ser campeões’. Em Espanha já havia estado no Valência, mas nessa altura a equipa não tinha as ambições de hoje em dia, em que luta por tudo. Por isso foi uma boa experiência chegar ao Benfica onde o objetivo era mesmo ganhar tudo», declara o jogador que veio das escolas de formação do Algés.