Maxi Araújo e Geny Catamo foram dois dos três jogadores do Sporting que bisaram na goleada por 6-0 ao Aves SAD. O outro a bisar foi Luis Suárez - Foto: IMAGO
Maxi Araújo e Geny Catamo foram dois dos três jogadores do Sporting que bisaram na goleada por 6-0 ao Aves SAD. O outro a bisar foi Luis Suárez - Foto: IMAGO

Sporting avassalador? Rui Borges quer ainda mais

Melhor ataque do campeonato tem 38 golos em 14 jornadas, 23 deles em Alvalade: este é o Sporting mais goleador em casa desde 1973/1974, igual ao de 1995/1996. Mas treinador quer engordar volume ofensivo

Quando a temporada começou, um desafio colocava-se ao bicampeão nacional: continuar a marcar muitos golos mas sem Viktor Gyokeres, o supergoleador que em duas temporadas marcara 97 em 102 jogos. Mas Rui Borges queria mais. O treinador do Sporting queria trabalhar a equipa para ser mais avassaladora no momento ofensivo e a demonstrar outra variabilidade no ataque. Passaram 14 jornadas no campeonato e os verdes e brancos são efetivamente o melhor ataque do campeonato com 38 golos, mais oito do que o Benfica que ontem goleou o Moreirense por 4-0 e mais 11 do que o FC Porto, que só hoje entra em campo na 14.ª ronda — recebe o Estrela da Amadora às 20h45 . É muito bom mas Rui Borges quer ainda mais!

A média de golos do Sporting na Liga esta temporada vai nos 2,71 por jogo. Um grande caudal ofensivo que se tem traduzido em golos, com especial enfoque também em casa, pois 23 desses 38 golos foram marcados no Estádio José Alvalade.

A goleada por 6-0 no sábado, com o Aves SAD, para isso muito contribuiu mas não foi a única esta época — os 4-0 ao Estrela da Amadora na jornada 12, a 30 de novembro também somou muito e, antes disso, outro 6-0 ao Arouca, a 17 de agosto na jornada 2. E estes golos todos fazem do Sporting de Rui Borges o mais goleador em casa desde 1973/1974, quando à 14.ª jornada os leões contavam com 29 tentos marcados nos sete jogos até então realizados em Alvalade — somando golos em casa e fora, eram 46. Igual à temporada atual foi 1995/1996 mas com total de 37 golos, menos um do que os agora registados pelo leão de Rui Borges.

O treinador leonino não podia estar mais satisfeito. Ou se calhar podia... e é por isso que apesar de estar a ver um dos objetivos delineados no início da época a ser comprido, mesmo assim pretende mais e acredita que a equipa, mesmo com as ausências ofensivas das próximas semanas — Geovany Quenda e Pedro Gonçalves estão lesionados, o primeiro só volta em fevereiro e o segundo janeiro adentro, e Geny Catamo vai estar na Taça das Nações Africanas (CAN), que se realiza em Marrocos de 21 de dezembro a 18 de janeiro —, vai corresponder a esse desígnio.

Borges melhor que... Borges

Quando chegou ao Sporting, no dia 26 de dezembro de 2024, está quase a fazer um ano, Rui Borges tinha um desafio imenso pela frente: recolocar os leões na liderança do campeonato e a caminho do título, depois da saída de Ruben Amorim e da vantagem perdida durante a passagem de João Pereira pelo comando técnico da equipa. Começou por mudar o sistema imagem de marca de Amorim, voltou a esse 3x4x3 e com ele rompeu definitivamente esta temporada. O seu 4x2x3x1, com mais variabilidade e mais associativo, menos dependente de um goleador como antes Gyokeres, está a carburar. E muito... Só no campeonato, além de Luis Suárez, com 11 golos, há ainda Pedro Gonçalves com nove em posição de destaque na lista de melhores marcadores do campeonato.

Comparando os seus Sporting, este, em menos número de jogos, já superou os golos que o do ano passado marcou em mais partidas realizadas. Agora são 61 golos marcados em 24 jogos no somatório de todas as competições, na temporada passada o Sporting da era Rui Borges marcou 57 em 29 partidas.

Um Sporting ofensivo e concretizador, com goleadas no registo. Há quase 44 anos que os leões não assinavam duas vitórias por seis ou mais golos na mesma edição da Liga — agora foram as já referidas a Arouca e ao Aves SAD, em 1981/1982 foi a Penafiel e Rio Ave. Este Sporting está avassalador, mas Rui Borges quer mais com o objetivo maior em mira: o tricampeonato.