«Spalletti? É melhor nem falar... foi o pior treinador que tive em Itália»
Antigo jogador de Inter de Milão e Atlético Madrid, Miranda concedeu uma entrevista à La Gazzetta dello Sport a lançar o duelo entre as duas equipas, desta quarta-feira, para a UEFA Champions League.
O ex-internacional brasileiro recordou a dupla que fazia com Diego Godín nos colchoneros, que, defendeu, era a melhor do mundo na altura.
«Incomparável. Vou ser sincero: naquela altura, não havia ninguém como nós. Nem Ramos-Varane no Real, nem a BBC [Barzagli, Bonucci e Chiellini] da Juventus. Individualmente, talvez, mas juntos éramos fortíssimos. Fomos os primeiros soldados de Simeone, e até me dá vontade de rir ao definir-me assim…», começou por dizer.
«Se não fosse jogador de futebol, teria entrado para o exército. Mas connosco lá atrás, ninguém passava», acrescentou.
Miranda trabalhou em Madrid com Diego Simeone, técnico para quem tem só tem elogios: «O Simeone era exatamente como o vemos agora. Era alguém que nos reunia no meio-campo com os seus discursos: 'Se fores o melhor em campo, não me importa que percas'. Embora, quando perdíamos, fosse um drama. Parecia que nos tínhamos despedido de um familiar num funeral. Transmitiu-nos fome e garra.»
«Lembro-me da sua postura no banco: sempre vestido de preto, cheio de adrenalina, sanguíneo. Em campo é uma pessoa, fora dele é outra. Quando o encontrávamos por Madrid, talvez a jantar, abraçava-nos e brincava com todos, mas nos treinos massacrava-nos. Era uma hora e meia de intensidade pura. E tínhamos de dar 100 por cento, senão ele 'comia-nos'», prosseguiu.
«Spalletti vivia com o terror de que alguém falasse mal dele»
Miranda mudou-se depois para o Inter em 2015, onde passou quatro temporadas e foi eleito o melhor defesa da Serie A, em 2018.
E se no Atlético só tem elogios para Simeone, na equipa de Milão confessa que não gostou particularmente de trabalhar com Luciano Spalletti, técnico que assinou recentemente pela Juventus.
«Como treinador, nada a dizer: é um vencedor. Levou o Inter de volta à Liga dos Campeões e lançou as bases para o futuro, mas como homem... é melhor nem falar. Foi o pior treinador que tive em Itália nesse aspeto. Mancini foi um cavalheiro, De Boer não foi compreendido. Mas Spalletti vivia com o terror de que alguém falasse mal dele. Se repararmos, são poucos os jogadores que tiveram uma boa relação com ele», argumentou.
«Discutimos por questões de campo. Ele não gosta de quem o contraria e tem opiniões diferentes. Depois desse desentendimento, que aconteceu no meu último ano no Inter, comecei a jogar cada vez menos», atirou.