Samara Lino: «Nunca imaginei que tudo isto pudesse acontecer tão rápido»

Samara Lino será, entre as 26 pré-convocadas que procuram garantir um lugar na lista final de 23 jogadoras que representarão Portugal no Europeu feminino, quem tem a história mais invulgar – chegou ao nosso país apenas em 2021, como brasileira, e em 2025 poderá disputar um Euro por Portugal… apesar de ainda não se ter estreado como internacional.

A médio de 26 anos pode fazê-lo esta segunda-feira, caso participe no jogo de preparação frente à Nigéria, e também juntar ao currículo uma participação numa fase final de uma grande competição mas, em conversa com A BOLA, admite que em 2021, quando chegou a solo português, para reforçar o Clube Albergaria, estava longe de imaginar que tal pudesse acontecer tão depressa.

Aterrou em Portugal em 2021 e pode representar a nossa seleção num Europeu menos de quatro anos depois. Imaginava, à chegada, que tal poderia acontecer?

- Acho que nunca imaginei que tudo isto pudesse acontecer tão rápido, não sei. Estou muito grata por esta oportunidade e fico muito feliz por ter recebido este convite, mas não imaginava que tudo isto pudesse acontecer tão rápido, nunca.

É brasileira de nascimento, mas é mais uma opção ao dispor da equipa técnica nacional. Tem costela portuguesa? Raízes familiares em Portugal?

- Sim, os meus avós são portugueses, de Viseu, e eu cresci com eles, emigraram para o Brasil e eu vinha a Portugal todos os anos. Então, sempre soube dessa possibilidade, de que podia ser possível representar Portugal ou Brasil, e a partir do momento em que vim jogar para Portugal surgiu essa oportunidade e fiquei muito feliz.

Ainda aguarda a estreia como internacional. Sente ansiedade pelo possível primeiro jogo por Portugal?

- Acho que isso é normal, a ansiedade está lá mas acho que é um sentimento de orgulho e estou muito feliz por poder fazer parte disso e poder ajudar Portugal da forma que for.

A primeira internacionalização pode acontecer já na segunda-feira, frente à Nigéria, opositor frente ao qual parte das jogadoras convocadas vão ser observadas. Como encara essa possibilidade?

- Penso que estou a focar-me mais em cada treino, em cada dia tentar dar o meu melhor, e se for para que a estreia seja agora, ficaria muito feliz. Se não for, tenho paciência e vou continuar a trabalhar para que aconteça noutra altura.

Considera importante ter, a poucos dias do Europeu, um jogo de preparação com uma equipa que, sendo de outro continente é também muito competitiva e defronta frequentemente nações europeias? É importante para Portugal ter um teste com este grau de dificuldade?

- Sim, é muito importante, até para colocarmos em prática o que treinámos esta semana, tentarmos colocar no jogo algumas coisas que fizemos e ganharmos um pouco mais de confiança antes do Europeu.

Cumpre a sua quinta época na nossa Liga, foi destaque no Torreense e diz-se que estará a caminho do Sporting…

- Não sei se posso falar dessas coisas. (sorri, timidamente). Acho que foi incrível conquistar o meu primeiro título profissional pelo Torreense e é óbvio que, depois de ter tido aquele sentimento de conquista, só quero continuar. Seria incrível um dia conquistar a Liga, a Taça da Liga, disputar a Champions, são coisas que quero para o meu futuro.

Ainda vai existir um corte de três jogadoras, antes de se conhecer a lista final para o Europeu. Sente que isso pesa na mente do grupo?

- Sinto que não estamos a pensar muito nisso, acho que estão todas focadas no trabalho e no treino a cada momento. É melhor não pensar nisso durante os treinos e, depois, o que acontecer será melhor para a equipa.