Rui Costa alvo de queixa-crime de empresário de Mukhtar
Paulo Rodrigues, agente de Hany Mukhtar que exige três milhões de euros pela transferência do alemão para a Luz em 2014, avançou esta quarta-feira com uma providência cautelar no Tribunal Cível de Lisboa contra Rui Costa, tendo também apresentado queixa-crime na Polícia Judiciária e na Procuradoria-Geral da República.
Nos últimos tempos, o conflito entre o agente e o presidente do Benfica agravou-se devido a divergências relacionadas com a organização da Eusébio Cup, o que terá originado uma troca de palavras acesa durante uma conversa telefónica entre Paulo Rodrigues e Rui Costa, segundo o empresário, que terá decorrido na terça-feira, em dia de jogo das águias em Newcastle.
«Foi-me injustamente atribuído o desejo de querer roubar o Benfica. Quero deixar claro que nunca trabalhei para o clube, nem mantive qualquer relação profissional direta com o mesmo como funcionário ou outra qualquer função sem ser a de Agente FIFA, como serviços pelo Sport Lisboa e Benfica assim me os solicitou. O que reclamo é apenas o cumprimento de um acordo contratual legítimo, assinado e assumido pelo próprio Benfica que vendeu o jogador e não me informou e omitiu tudo e eu apenas estou a defender os meus direitos», pode ler-se numa publicação de Paulo Rodrigues no Facebook.
«Informo todos os Sócios e Benfiquistas que deu entrada hoje pelas 17.21h uma Providência Cautelar a apresentar no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, contra o Senhor Presidente Rui Costa, com base em indícios de alegadas irregularidades e eventual enriquecimento indevido ocorridos durante o período em que exerceu funções de Diretor Desportivo e Administrador da SAD. De acordo com os elementos disponíveis e documentos, existem suspeitas de que determinadas operações financeiras poderão ter beneficiado empresas e colaboradores próximos do atual Presidente (funcionários ou prestadores de serviços), em detrimento dos interesses do Sport Lisboa e Benfica. No âmbito desta ação judicial, será ainda solicitado que o clube apresente toda a documentação referente às 13 edições da EUSÉBIO CUP, identificando os destinatários e beneficiários dos respetivos pagamentos quem foram as empresas e nomes dos agentes que pagaram as 13 Edições da Eusébio Cup», continua.
«Para finalizar, informa-se os Sócios do Sport Lisboa e Benfica que o torneio de pré-época, atualmente designado Eusébio Cup, teve, numa fase inicial, a designação provisória de Maestro Cup, em homenagem ao então jogador Rui Costa, amplamente reconhecido como o nosso Maestro. Contudo, na reunião de direção realizada em janeiro de 2008, não houve unanimidade quanto à adoção dessa designação. Foi então apresentada por mim a proposta de atribuir ao torneio o nome Eusébio Cup, sugestão que viria a ser aceite por todos os membros da direção. A referida providência cautelar já deu entrada hoje no Tribunal Cível em Lisboa, seguindo-se queixa crime para a Polícia Judiciária e Procuradoria Geral da Republica», diz o agente.
Quanti ao litígio sobre o pagamento dos serviços prestados na transferência de Mukhtar, então do Hertha de Berlim para o Benfica, refira-se que o processo foi julgado pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) no dia 15 de novembro de 2024, mas ainda aguarda sentença final. Os três milhões de euros reclamados pelo empresário já incluem juros acumulados.