Trincão, Gyokeres e Pedro Gonçalves não jogam juntos desde 10 de novembro de 2024 (FOTOS IMAGO)

Rui Borges prepara trio maravilha no Sporting

Trincão, Gyokeres e Pedro Gonçalves todos disponíveis ao mesmo tempo pela primeira vez desde 10 de novembro. Até lá, eram responsáveis por 57% dos golos do Sporting numa dinâmica que está de volta. Pote ainda não vai começar de início com o Santa Clara mas será lançado a pensar na titularidade no curto prazo

Como numa história de banda desenhada, havia na equipa do Sporting um trio de jogadores que vestiam capas de super-heróis numa dinâmica que até à saída de Ruben Amorim para o Manchester United deixava o leão não apenas na liderança incontestada do campeonato mas com uma imagem de invencibilidade que entretanto se perdeu. Como nessa altura o trio perdeu também um dos seus elementos: Pedro Gonçalves. Com o camisola 8 agora de volta, Rui Borges prepara novamente o trio maravilha do ataque para a reta final e decisiva da Liga e com uma missão heróica pela frente: recuperar a liderança perdida para o Benfica. Amanhã com o Santa Clara, provavelmente ainda não de início mas no decorrer do jogo, esta tripla de ataque vai voltar a jogar junta.

Há cinco meses, no dia 10 de novembro de 2024, o Sporting ganhava ao SC Braga, na Pedreira, por 4-2 mas perdia não apenas Amorim para ir treinador o Manchester United, e isso já se sabia nesse dia, mas perdia também Pedro Gonçalves por cinco meses, devido a lesão muscular e recaída num tendão durante a recuperação. Desfazia-se assim uma fórmula usada por Ruben Amorim e que o atual treinador leonino desejou tanto recuperar. Com todos à disposição, não demorará a recuperá-la, como recuperou o 3x4x3 que tinha desfeito quando assumiu a liderança da equipa técnica a 26 de dezembro.

Naquela altura, o Sporting tinha 18 jogos — 16 vitórias, uma derrota na Supertaça com o FC Porto e um empate na Champions com o PSV —, os mesmos que tinham Trincão e Gyokeres. Pedro Gonçalves tinha menos seis, porque pelo meio parou por lesão. Naquela altura, contando com a vitória no Minho, o Sporting tinha 54 golos marcados, 31 da responsabilidade do trio maravilha — Trincão, 3; Gyokeres, 23; Pote, 5. Ou seja, naquela altura a tripla marcava 57,4 por cento dos golos do leão.

Mesmo passados estes cinco meses sem Pote, e sobretudo porque Gyokeres é a máquina goleadora que é, se juntarmos os números da tripla somamos 58 (9 de Trincão, 44 de Gyokeres e os 5 de Pote) dos atuais 108 golos dos leões. Ou seja, ainda 53,7 por cento. Com o regresso de Pedro Gonçalves e a reativação do trio, a média tem tudo para subir.

Também opção para o miolo

Para o jogo de amanhã nos Açores, não se espera ainda a titularidade de Pedro Gonçalves. Mas espera-se ver o camisola 8 a juntar-se a Trincão e Gyokeres durante o jogo, na segunda parte. Junta-se assim aos dois jogadores com quem partilhou o ataque em 11 dos 12 jogos que tem esta época: FC Porto na Supertaça (3-4); Rio Ave (3-1); Nacional (6-1); Farense (5-0); FC Porto (2-0); Arouca (3-0); Lille (2-0); Famalicão (3-0); Estrela da Amadora (5-1); Manchester City (4-1); SC Braga (4-2).

Com esta fórmula, Geovany Quenda pode voltar à posição em que iniciou a temporada, na ala direita, com Geny Catamo a assumir a esquerda. Mas com o regresso de Pedro Gonçalves ganha também Rui Borges mais uma alternativa para poder desenrascar no miolo, isto porque tem jogado Debast ao lado de Hjulmand, numa altura em que Morita ainda recupera de lesão e em que Daniel Bragança e João Simões sabem que só vão voltar a competir na próxima época.

Rui Borges ansiava por Pedro Gonçalves e aí está o craque para se juntar aos outros craques no trio de ataque que mais deu que falar esta temporada. E mesmo ainda a precisar de ritmo, o treinador não vai demorar a lançar Pote, como recentemente explicou: «Claro que a paragem foi longa mas nesta fase ele já está num processo de ganhar alguma forma. Por tudo o que são as características individuais, parece-me que vai acrescentar momentos diferentes. É diferenciado e acredito que em 10 ou 90 minutos será sempre alguém que pode criar um desequilíbrio e fazer a diferença no resultado. Acredito muito que será importante nesta reta final. É diferenciado.»