Rivellino, antigo internacional brasileiro, em 2014 na apresentação do seu busto
Rivellino, antigo internacional brasileiro, em 2014 na apresentação do seu busto - Foto: IMAGO

Rivellino queria um português em vez de Ancelotti ao leme da seleção do Brasil

Antigo campeão do mundo, em 1970, preferia Abel Ferreira na canarinha

Roberto Rivellino não hesitou sobre quem gostaria de ver no comando técnico da seleção do Brasil, apesar de respeitar o atual selecionador Carlo Ancelotti.

«Ele já está integrado aqui e conhece o futebol brasileiro. [Por isso,] eu daria uma oportunidade ao Abel. Nada contra o Ancelotti, pelo contrário, mas o Abel já cá estava, conhece melhor o futebol brasileiro e também demonstrou a sua competência. Hoje, é um dos melhores treinadores que temos no futebol brasileiro», afirmou à ESPN.

Ancelotti assumiu o banco da seleção do Brasil em maio de 2025, depois de deixar o Real Madrid. E, para o campeão do mundo em 1970, a escolha além de errada, foi tardia.

«Ancelotti chegou tarde para preparar esta equipa. Se olharmos para trás, a maioria dos selecionadores acompanhava a equipa desde a fase de qualificação até ao Mundial», defendeu antes de abordar as diferenças culturais entre Itália e Brasil.

«Ele pode pensar à sua maneira, mas não pode fugir ao nosso estilo de jogo»

«Nós temos o nosso ADN. Podemos ter as nossas falhas, mas o nosso ADN é muito mais ofensivo do que defensivo. Sempre foi. Acontece que ele é italiano. A defesa sólida é uma cultura do futebol italiano e desde a minha época que era difícil jogar contra eles. Ele pode pensar à sua maneira, mas não pode fugir ao nosso estilo de jogo», sublinhou.

Nos primeiros oito jogos, o técnico italiano conseguiu 4 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Antes disso, em março, ainda sem Ancelotti, o Brasil perdeu um jogo e venceu outro.

Por isso, venceu metade dos seus jogos em 2025 — 5 em 10 —, um registo «péssimo» para a lenda do Corinthians.

«Não temos bons jogadores»

«Este ano foi péssimo. Agora trouxeram um treinador de peso, mas por vezes não vejo que o problema seja o treinador. O problema é que estamos a passar por um momento difícil em termos de jogadores diferenciados, de craques. Não temos bons jogadores», continuou, antes de abordar os amigáveis que a Canarinha tem realizado.

«No meu tempo, quando fazíamos amigáveis, jogávamos contra uma Alemanha, uma Inglaterra... Não estou a desmerecer o Senegal ou a Tunísia, mas vejo um grande atraso. Agora temos um treinador que é competente, sem dúvida, mas ele não joga», concluiu.

Importa referir que, em março, o Brasil irá defrontar as seleções de França e Croácia.