Convite para a nova vida do agora ex-internacional de futsal

Ricardinho deixa a quadra, mas não o futsal: «Fui desafiado a fazer parte da estrutura da FPF»

Melhor futsalista do mundo por seis ocasiões revelou convite para ingressar nos quadros da instituição, no mesmo dia em que anunciou o final da carreira profissional; mostrou-se orgulhoso pelo legado que deixou à modalidade

Ricardinho escolheu, esta sexta-feira, a Cidade do Futebol, perante meia centena de convidados, entre os quais a sua esposa e antigos companheiros de seleção como João Matos e Bruno Coelho, para anunciar o final da sua carreira profissional aos 39 anos. O Mágico, como é conhecido, deixará as quadras, mas não… o futsal.

«Fui hoje, com um pouco de surpresa, desafiado pelo presidente [Pedro Proença] para fazer parte da estrutura da FPF. Por isso, tenho de pensar bem e analisar bem toda esta situação para ter um bocadinho os pés na terra, porque hoje era mais para dar um ponto final à carreira, e receber este convite foi um orgulho enorme. Há que perceber em que posso ser útil», declarou a A BOLA, junto à camisola 10 que envergou por Portugal, a braçadeira de capitão e as primeiras sapatilhas que utilizou.

Ricardinho, eleito melhor do mundo da modalidade por seis ocasiões, ofereceu esses três itens à FPF, que os deixará expostos na Cidade do Futebol, e no decurso do evento o (agora) ex-jogador foi homenageado pelo presidente do organismo, Pedro Proença, e pelo selecionador nacional de futsal, Jorge Braz, com discursos de ambos.

No momento de discursar e responder a perguntas da imprensa presente, o campeão europeu e mundial por Portugal não escondeu a emoção por sentir ter contribuído para a mudança de paradigma no futsal nacional e ter deixado o seu legado.

«Vejo um bocadinho o que o meu pai fala, de Eusébio, de Maradona, todos esses atletas, que foram grandes também, e outras gerações continuam a recordar o nome deles, por isso… não quero obrigar ninguém a recordar o meu nome. Acho que, desde que entrei, usei as sapatilhas nos pés para representar o meu clube e a minha seleção sempre para dar o meu melhor», transmite.

Ricardinho orgulha-se, por fim, por ter ajudado a enraizar o futsal como uma das modalidades mais praticadas no nosso país. «Gostava de hoje, pelo menos, ficar com esse sentimento, de que realmente ajudei em alguma coisa - no aumento dos atletas, na maior prática do futsal e também nas escolas», confessou. E deixou o seu desejo:

«Que não se perca esse bichinho de se jogar nos próprios bairros, nas ruas, meter-se as mochilas no meio da rua, quando saíamos da escola, para poder jogar à bola, hoje em dia já será mais difícil», afirmou, sorridente.

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