Quaresma: «Fico feliz por ver o Porto a ser Porto»

Antigo jogador de Sporting e FC Porto, Ricardo Quaresma não esconde que prefere ver o Benfica atrás dos rivais, mas deseja sorte a José Mourinho, que negoceia o regresso à Luz para substituir Bruno Lage. 

«O futebol vive de resultados. Vamos ver o que o mister Mourinho vai conseguir fazer no Benfica. Plantel tem, jogadores tem, qualidade tem. Com a experiência que ele tem, pode ser que consiga fazer um grande trabalho. Desejo-lhe a maior sorte do mundo. Obviamente que não quero que o Benfica passe por cima dos outros, mas desejo-lhe sorte», respondeu, em conversa com A BOLA, o antigo internacional português, que trabalhou com o ‘Special One’ no Inter de Milão.

Relativamente ao FC Porto, clube pelo qual somou 225 jogos, Quaresma afirmou que «tem uma equipa que pode lutar pelo título». «É importante termos os três grandes bem, para termos essa disputa. Fico feliz por ver o Porto a ser Porto», acrescentou, à margem da SBC Summit, em Lisboa, numa iniciativa da Betano, já depois de sido solicitado por um visitante para autografar uma camisola dos dragões. «Fico orgulhoso, é sinal de que fiz bem o meu trabalho, deixei uma marca importante num grande clube. As pessoas admiram-te e respeitam-te por tudo aquilo que tu dás. Também fui assobiado, mas sabia que tinha o apoio dos adeptos, que acreditavam em mim. Há dias em que sais de casa, queres dar o melhor, e as coisas não saem. Faz parte, mas felizmente tive mais jogos que saíram bem», recordou.

Prestes a festejar o 42.º aniversário, Ricardo Quaresma ainda mantém uma condição física invejável, como mostrou na passada segunda-feira, ao participar no Legends Charity Game, jogo solidário disputado no Estádio José Alvalade, no qual uma equipa de Lendas de Portugal derrotou uma formação de Lendas do Mundo. 

«Fisicamente sinto-me bem, e depois o carinho dos adeptos ainda dá mais forças. Muitas vezes perguntam-me se eu não estava ainda pronto para continuar a jogar. São situações diferentes, uma coisa é jogar a brincar, outra é jogar a sério. Não sei se tinha paciência para voltar a essa rotina, estou feliz assim. Agora o mais importante é acompanhar os meus filhos, até porque tenho um filho que joga no Sporting, e tento acompanhá-lo o mais possível», explicou. 

«Não entro em Alcochete. Deixamos os miúdos em Alvalade e têm o autocarro para os levar. Não entro em Alcochete pois os jogadores que vivem em Lisboa seguem de autocarro do Estádio José Alvalade para Alcochete, mas fico feliz porque olho para o meu filho e vejo a felicidade que há nele em representar o Sporting», acrescentou ainda o antigo extremo falando da carreira do filho Rcardo Quaresma, que esta época passou a integrar a equipa de sub-14 do Sporting, partilhando ainda a opinião de que «o futebol mudou muito». «Hoje falamos mais de tática do que falamos de espetáculo. Gosto mais de falar do tempo da minha geração, quando o futebol era mais divertido. Não perco muito tempo a ver futebol, pois não me dá essa alegria de estar agarrado à televisão», justificou o Rei das Trivelas, que, ainda assim, garantiu que estará sempre ligado ao futebol, e que, por isso, tem alguns projetos em cima da mesa.