Pote a bater à porta, mercado enganador e carinho para Hjulmand: tudo o que disse Rui Borges
— Neste regresso após pausa para seleções diante de um Marinhense que está a passar por um momento difícil, não só pelos quatro jogos sem vencer, mas também pela suspensão do treinador, de que forma olha para este adversário?
— São jogos diferentes, já estive do outro lado, em clubes de escalão inferior, e sei o quão motivante é defrontar uma grande equipa, sobretudo, a campeã nacional. É uma equipa, dentro das suas limitações e qualidades, muito comprometida, que vai tentar ao máximo dificultar-nos a tarefa. Espera-nos exigência máxima no compromisso para o jogo. Temos de focar-nos no que podemos fazer enquanto equipa, para entrarmos fortes, com zero facilitismos, que é o maior respeito por quem defrontamos, independentemente do escalão. Respeito, acima de tudo, e muita seriedade no que será o jogo.
— Sabendo-se que os treinadores não gostam de revelar os onzes iniciais, este é um jogo que pede Salvador Blopa? E como chegaram os jogadores que estiveram nas seleções?
— Nunca digo o onze, não vou fugir à regra. O Blopa e o Luis [Suárez] estão convocados. O Maxi [Araújo] não, por castigo. De resto, dentro do que podemos fazer e dos condicionamentos de alguns jogadores, vamos com os disponíveis mais fortes para defrontar o adversário. É o maior respeito que podemos ter pelo adversário, ser o que somos. O Blopa e o Luis estão dentro da convocatória.
— A janela de mercado de transferências de inverno está a chegar, decerto tem um plano delineado. Para si qual é a prioridade? Não perder ninguém ou contratar a pensar já nas perdas que se adivinham no defeso?
— Muito sinceramente, e vocês começam a conhecer-me, penso eu e espero eu, um pouco, não penso mesmo no mercado de janeiro. Penso sim naquilo que são os jogos que vou ter. Vamos ter um mês bastante intenso, com muitos jogos. Por isso, o meu foco é apenas e só naquilo que são os próximos jogos. Vamos ter jogos de Champions importantes, que podem definir ou não aquilo que é a continuidade na prova. Estou muito focado nisso, jogos importantes para o campeonato, queremos ser primeiros e para ser primeiros temos de ganhar os nossos jogos, que controlar aquilo que são os nossos jogos, e temos jogos difíceis até ao final do ano, estou muito focado nisso. Sou honesto, não estou a dizer isto com tangas, nem para não falar do mercado. Neste momento não penso mesmo nisso. Até porque, já disse várias vezes, o Sporting tem uma estrutura muito grande, muito forte, e isso é bem demonstrativo e tem sido demonstrativo ao longo dos anos. Estou super tranquilo em relação a isso, porque dentro daquilo que são os nossos departamentos, estaremos, com toda a certeza, preparados para aquilo que será o mercado de janeiro, seja depois o mercado do início de época. Por isso, estou muito focado naquilo que nós controlamos. Ter a malta toda disponível. Estou feliz pelo plantel que temos, feliz pela resposta que a malta está a dar também. Estou muito focado apenas e só nisso.
— Pode fazer um ponto de situação em relação a Pedro Gonçalves, Ioannidis e João Simões, que estão lesionados?
— O Pote penso que é mais curto. O Ioannidis é um pouco mais longo. Não posso precisar o tempo, mas acredito que o Pote pode, nos próximos dias, estar apto. O Ioannidis, talvez não. O Simões está fora do jogo de amanhã.
— Ainda em relação ao mercado de inverno, fala-se do interesse do Besiktas em Morita e como encara a possibilidade de perder Diomande se for convocado para a CAN?
— Para ser o mais honesto... Não vou falar do mercado, não penso nisso. O mercado de janeiro, às vezes, é muito enganador, porque ninguém vende, os melhores não saem de lado nenhum. Irmos buscar jogadores para a adaptação? Temos cá. Não estou focado nisso, mas no crescimento dos que temos. O Diomande fez um bom jogo, representou e bem a sua seleção. Ir ou não ir será decisão do selecionador. O Morita... É natural, é um bom jogador, está em final de contrato, por isso, é natural que falem dele para muitos sítios. É algo com que o jogador tem de conviver e saber lidar. Não mexe em nada, tem melhorado no crescimento, na forma física, vejo-o muito feliz, no dia a dia. É um jogador que admiro muito, disse-o desde que cheguei, e acho que nos vai ajudar imenso até ao final da época. Acredito que fará um resto de época muito bom.
— O que pensa da reunião que existiu entre os presidentes dos quatro grandes com Pedro Proença, presidente da FPF?
— Desfoco-me totalmente das polémicas, se não, estava feito. Não olho nem quero dar palpites sobre essa reunião, são coisas mais administrativas do que técnicas e táticas. Não me compete comentar.
— Em relação a Morten Hjulmand, sendo um jogador tão influente na equipa, vai ter cuidado especial na gestão física do jogador, após dois jogos pela seleção da Dinamarca?
— Amanhã não estará. Tem de haver alguma gestão, é um jogador que tem sido muito importante, com um crescimento fantástico. Está numa forma muito boa e é bem explícito no crescimento da equipa. É um jogador importante, não podemos fugir a isso. Tendo em conta, também, os jogos de seleção, optámos por precaver um bocadinho e gerir a parte física, até porque vem aí mês e meio muito exigente de jogos e precisamos dele ao melhor nível.
— Ainda em relação a Pedro Gonçalves, pode quantificar o tempo que ainda estará afastado? Conta com ele para o jogo o Estrela da Amadora ou com o Benfica? Alisson está preparado para assumir a posição?
— Não consigo quantificar, não sou médico. Dentro do que sei, acredito que nos próximos dias estará no relvado e apto. Não sei especificar para que jogo, mas espero que esteja disponível o mais rapidamente possível, porque tem sido um jogador com um início de época fulgurante. Se calhar, o melhor início de época dele e é importante para a equipa. Espero que volte rápido, para ajudar a equipa no seu melhor. O Alisson está preparado, tal como outros. Alisson, Quenda, Geny... O próprio Rodrigo [Ribeiro], que tem treinado nessas zonas. São jogadores que estão preparados para dar resposta. Na época passada, jogámos com Quenda e Geny durante três ou quatro meses e fomos campeões. O Pote voltou no final da época, apenas a sessenta por cento, foi importante. Deu-nos alguma capacidade, mas, até chegar, quem deu resposta foi Quenda e Geny. Este ano temos o Alisson, com características diferentes, está a ter o seu crescimento, mas tem dado uma resposta enorme e poderá ter a sua oportunidade.
— Sente que Hjulmand precisa de algum carinho depois de ter estado envolvido, não diretamente, nos lances que valeram golos da vitória da Escócia, obrigando a Dinamarca a ir ao play-off de apuramento para o Mundial?
— Ele tem sido regular, principalmente nos últimos jogos, teve um ou outro mais difícil, mas tem estado muito bem. É um jogador muito importante e é o nosso líder, está num momento muito bom e sabe bem da importância dele no seio do grupo. Sobre o jogo da Dinamarca é normal que esteja desiludido, mas agora já está focado naquilo que é a exigência Sporting. Também é alguém que tem uma mentalidade muito positiva, por isso é que já é campeão numa idade tão jovem e já está focado para os nossos jogos e depois para o play-off da seleção para chegar ao Mundial.
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