Tadej Pogacar, ciclista da UAE
Tadej Pogacar, considerado o melhor ciclista da atualidade

«Pogacar não me deixaria para trás, e nem chega aos calcanhares de Merckx!»

A antiga glória do ciclismo belga Roger De Vlaeminck tece comentários mordazes às atuais estrelas da modalidade

Roger De Vlaeminck, o eterno pistoleiro das duas rodas, continua com a língua mais afiada do que nunca. Aos 78 anos, o lendário ciclista belga não perdeu o jeito de dizer o que pensa - sem travões. Em recente entrevista ao HLN, De Vlaeminck misturou nostalgia, sarcasmo e um toque generoso de autoconfiança ao falar sobre algumas estrelas do ciclismo atual.

Logo de cara, despachou as comparações entre Tadej Pogacar e Eddy Merckx: «Pogacar nem chega aos calcanhares de Merckx! Quem compara os dois não percebe nada de ciclismo - podem anotar!»

E não ficou por aí: «Se eu tivesse 22 anos hoje, o Pogacar não me deixava para trás, nem pensar! Onde é ele se isolou do Evenepoel na última Volta à Lombardia? Nem era uma subida difícil! Dizer que é tão bom quanto o Merckx… Vá lá, sejamos sérios!»

De Vlaeminck, que ganhou quatro Paris-Roubaix e outras clássicas, também não mostrou contenção a falar de si mesmo: «Sempre disseram que eu podia ter ganho o Tour, mas não acreditei o suficiente. É verdade, mas só estava a ser realista. Ninguém ganhava o Tour com o Eddy Merckx na linha de partida. Eu aceitei isso.»

Depois, retomou as críticas mordazes a outros astros do ciclismo de hoje - e o auto-elogio. «Mathieu van der Poel? É um grande ciclista, sem dúvida. Mas não faz contrarrelógio, não sobe bem, não sprinta… Sobra o quê? Ganhei etapas de montanha, contrarrelógios, sprintava... Fazia de tudo!»

Sobre Remco Evenepoel, mais uma farpa: «Às vezes, acho-o meio arrogante. Cruzar a meta e levantar a bicicleta no ar… para quê? No meu tempo, bastava levantar a mão e pronto!»

Mesmo com todas as críticas e tiradas afiadas, há um nome que continua intocável para De Vlaeminck: «O meu respeito por Eddy Merckx é supremo.»