Pogacar tem mais objetivos, mas agora só pensa em largar a bicicleta: «Não sou tão bom a planear as férias»
Tadej Pogacar venceu sábado a Volta à Lombardia pela 5.ª vez consecutiva e igualou Eddy Merckx como o único ciclista a vencer três Monumentos no mesmo ano, depois das vitórias na Volta a Flandres e na Liège-Bastogne-Líège.
Depois de cortar a meta, a melhor prenda estava reservada: um telefonema do próprio Merckx.
«Foi uma bela surpresa poder falar com ele logo a seguir», confessou o esloveno de 27 anos, em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport. «Quando sonhava em ser profissional, nem sequer sabia o que era um Monumento... Apenas esperava ser forte o suficiente para um dia estar na partida da Volta a França. Nunca imaginei que chegaria tão longe», confessou.
Quando sonhava em ser profissional, nem sequer sabia o que era um Monumento
«Desde sempre que me comparam a ele. Não me incomoda, mas não gosto muito dessas comparações. Prefiro desfrutar de um dia inesquecível. Na última subida, tive pele de galinha a pedalar no meio das pessoas. Que ambiente! Terei isto nos ouvidos e na cabeça por muitas noites», continuou.
Numa época tão dominante, Pogacar foi questionado sobre que objetivos ainda acalenta.
«Procuro encontrar novas inspirações, outros objetivos. É verdade que é difícil andar de bicicleta todos os dias, por vezes treinar com um tempo horrível. Mas quando terminas e chegas ao limite, é nesse momento que vences de verdade. Todos os ciclistas, não apenas eu, estão aqui porque vivem estas sensações. Na próxima época os objetivos são a Milão-Sanremo e a Paris-Roubaix. São um grande desafio, corridas que ainda não venci. Mas não quero pensar nisso agora, prefiro ir para casa e relaxar antes que toda esta confusão recomece no próximo ano. Infelizmente, não sou tão bom a planear as férias como sou a planear a época desportiva...»
Pogacar comentou ainda a época dominante também da sua equipa, UAE Team Emirates, onde tem como companheiros João Almeida, Rui Oliveira, Ivo Oliveira e António Morgado, e que somou 93 vitórias.
«Quando me tornei profissional em 2019, a equipa era completamente diferente. Não diria que não era profissional, mas nos últimos anos crescemos em todos os pormenores. O elemento decisivo foi vencer os dois primeiros Tours. Depois, a Visma e as duas derrotas seguintes levaram-nos a melhorar, e aqui estamos. Sem a minha equipa, nada disto seria possível.»
Desde sempre que me comparam a Merckx. Não me incomoda, mas não gosto muito dessas comparações
E o que responde quando dizem, como o seu diretor de equipa, Mauro Gianetti, que o Tadej é... diferente?
«Não sei, mas todos somos únicos, diferentes à nossa maneira. O importante é estarmos bem connosco próprios. Eu sinto-me apenas o Tadej.»