Higor Platiny teve regresso aos relvados para mais tarde recordar: golo decisivo para a vitória dos leões de Lourosa - Foto: Liga Portugal
Higor Platiny teve regresso aos relvados para mais tarde recordar: golo decisivo para a vitória dos leões de Lourosa - Foto: Liga Portugal

Platiny não é Michel, o astro do futebol francês, mas também faz magia

Experiente avançado foi negócio de oportunidade do Lusitânia de Lourosa e teve estreia de sonho um golo e três pontos garantidos. Joseph Séry já fez as apresentações em Penafiel. Miguel Vila Cova respira varzinismo puro. Afonso Pinto a tocar os céus de Belém

Os contos de fadas, por norma, fazem parte do imaginário das crianças, mas não se pode dizer que os adultos não tenham direito a viver momentos absolutamente inolvidáveis e que ficam devidamente perpetuados no percurso de vida. Desta feita, porém, a história não se escreve a cor-de-rosa, mas sim a amarelo. Literalmente à Lusitânia de Lourosa. E bem vivo!

Serve o preâmbulo para contarmos o mais recente episódio do livro de um jovem de 35 anos, de seu nome Platiny. Que não sendo Michel (o eterno astro francês que destilou classe nas décadas de 70 e 80) também faz magia.

O avançado luso-brasileiro estava sem clube desde o final da temporada passada, mas aceitou o desafio do emblema corticeiro e juntou-se ao plantel orientado por Pedro Miguel, passando a ser mais uma das opções de ataque do técnico dos lusitanistas.

Apresentado na passada quarta-feira como reforço do Lourosa, Platiny treinou nos três dias seguintes e foi convocado para o encontro de domingo, diante do Portimonense. Começou no banco, mas foi chamado nos instantes finais, numa altura em que o Lusitânia vencia por 2-1. Os algarvios empatariam já nos descontos, mas o último minuto da compensação elevou Platiny à glória: cabeceamento certeiro para o tento que valeu três pontos à equipa filiada na AF Aveiro e que esta época compete pela primeira vez na Liga 2.

Naquele instante, o ponta de lança fez jus aos predicados que demonstrou em todos os clubes que representou em Portugal ao longo de mais de uma década: Feirense, SC Braga, Aves, Chaves, Casa Pia, Moreirense e Marítimo.

Além do faro pelo golo que sempre o acompanhou, Platiny é um jogador que tem outras qualidades individuais. Não sendo propriamente alto (1,81 metros), o agora dono da camisola 99 do Lusitânia de Lourosa tem um sentido posicional acima da média, como que adivinhando onde a bola vai cair quando o coletivo está em processo ofensivo. Em simultâneo, é também perito em jogar de costas para a baliza, com apoios frontais que permitem aos companheiros desenharem as melhores movimentações no último terço ofensivo e, dessa forma, gizarem jogadas que, por norma, levam perigo às balizas contrárias.

A idade, dirão alguns, já pesa, mas a verdade é que Platiny parece estar em perfeitas condições físicas para escrever ainda mais capítulos a uma história que já vai longa... mas sem fim à vista. Ganhará, com isso, o Lourosa — mérito total à estrutura do clube que aproveitou um negócio de oportunidade e acrescentou qualidade (e golo) ao plantel —, que com o luso-brasileiro fica mais dotado para a sua caminhada. O talento não tem idade. É mesmo sem limites...

É de levá-lo a Séry(o)

Joseph Séry, possante ponta de lança (1,95 metros) deixou a primeira verdadeira imagem de marca em Penafiel: na última jornada da Liga 2, saltou para o estrelato ao apontar o golo da vitória (1-0) da sua equipa diante da UD Leiria.

Mas mais do que o tento que apontou, foi a forma como o conseguiu: recebeu de costas para a baliza, rodou, e ainda de fora da área rematou forte e colocado, de pé esquerdo, para o fundo das redes.

Foi a estreia a marca do francês, que tem ali qualquer coisa que merece atenção. Forte nos duelos aéreos, também sabe ter bola e atacar a profundidade. É para acompanhar...

Genuína raça poveira

São (apenas) 19 anos de vida, 12 dos quais ao serviço do Varzim. Miguel Vila Cova é um produto 100 por cento varzinista e nele emerge a genuína raça poveira.

O defesa-central (que também pode jogar como médio-defensivo) não conhece outro clube na carreira e esta época está a afirmar-se em definitivo na elite do clube da terra.

Ao terceiro jogo na presente temporada conseguiu a estreia a marcar, mas ao de cima têm vindo as suas qualidades na retaguarda. Raçudo (claro está!) nos duelos individuais, é rápido e inteligente nas dobras e sai a jogar com mestria. Há ouro na Póvoa...

Pinto(o) o céu de Belém

É do alto dos seus 195 centímetros que Afonso Pinto vai pintando de azul os céus de Belém.

O jovem (e gigante!) defesa-central, de 21 anos, está a ser uma das boas surpresas do atual líder da Série B da Liga 3 e apesar da posição que ocupa no terreno já leva dois golos em... três jogos.

Com formação dividida por Oeiras, Carcavelos, Linda-a-Velha e Estrela da Amadora, Afonso Pinto cumpre a segunda temporada no Restelo e vai limpando toda a sua zona de jurisdição. Agressivo (no bom sentido) e rápido nas ações com e sem bola, o centralão vai aumentando a passada.