Platiny não é Michel, o astro do futebol francês, mas também faz magia
Os contos de fadas, por norma, fazem parte do imaginário das crianças, mas não se pode dizer que os adultos não tenham direito a viver momentos absolutamente inolvidáveis e que ficam devidamente perpetuados no percurso de vida. Desta feita, porém, a história não se escreve a cor-de-rosa, mas sim a amarelo. Literalmente à Lusitânia de Lourosa. E bem vivo!
Serve o preâmbulo para contarmos o mais recente episódio do livro de um jovem de 35 anos, de seu nome Platiny. Que não sendo Michel (o eterno astro francês que destilou classe nas décadas de 70 e 80) também faz magia.
O avançado luso-brasileiro estava sem clube desde o final da temporada passada, mas aceitou o desafio do emblema corticeiro e juntou-se ao plantel orientado por Pedro Miguel, passando a ser mais uma das opções de ataque do técnico dos lusitanistas.
Apresentado na passada quarta-feira como reforço do Lourosa, Platiny treinou nos três dias seguintes e foi convocado para o encontro de domingo, diante do Portimonense. Começou no banco, mas foi chamado nos instantes finais, numa altura em que o Lusitânia vencia por 2-1. Os algarvios empatariam já nos descontos, mas o último minuto da compensação elevou Platiny à glória: cabeceamento certeiro para o tento que valeu três pontos à equipa filiada na AF Aveiro e que esta época compete pela primeira vez na Liga 2.
Naquele instante, o ponta de lança fez jus aos predicados que demonstrou em todos os clubes que representou em Portugal ao longo de mais de uma década: Feirense, SC Braga, Aves, Chaves, Casa Pia, Moreirense e Marítimo.
Além do faro pelo golo que sempre o acompanhou, Platiny é um jogador que tem outras qualidades individuais. Não sendo propriamente alto (1,81 metros), o agora dono da camisola 99 do Lusitânia de Lourosa tem um sentido posicional acima da média, como que adivinhando onde a bola vai cair quando o coletivo está em processo ofensivo. Em simultâneo, é também perito em jogar de costas para a baliza, com apoios frontais que permitem aos companheiros desenharem as melhores movimentações no último terço ofensivo e, dessa forma, gizarem jogadas que, por norma, levam perigo às balizas contrárias.
A idade, dirão alguns, já pesa, mas a verdade é que Platiny parece estar em perfeitas condições físicas para escrever ainda mais capítulos a uma história que já vai longa... mas sem fim à vista. Ganhará, com isso, o Lourosa — mérito total à estrutura do clube que aproveitou um negócio de oportunidade e acrescentou qualidade (e golo) ao plantel —, que com o luso-brasileiro fica mais dotado para a sua caminhada. O talento não tem idade. É mesmo sem limites...
É de levá-lo a Séry(o)
Joseph Séry, possante ponta de lança (1,95 metros) deixou a primeira verdadeira imagem de marca em Penafiel: na última jornada da Liga 2, saltou para o estrelato ao apontar o golo da vitória (1-0) da sua equipa diante da UD Leiria.
Mas mais do que o tento que apontou, foi a forma como o conseguiu: recebeu de costas para a baliza, rodou, e ainda de fora da área rematou forte e colocado, de pé esquerdo, para o fundo das redes.
Foi a estreia a marca do francês, que tem ali qualquer coisa que merece atenção. Forte nos duelos aéreos, também sabe ter bola e atacar a profundidade. É para acompanhar...
Genuína raça poveira
São (apenas) 19 anos de vida, 12 dos quais ao serviço do Varzim. Miguel Vila Cova é um produto 100 por cento varzinista e nele emerge a genuína raça poveira.
O defesa-central (que também pode jogar como médio-defensivo) não conhece outro clube na carreira e esta época está a afirmar-se em definitivo na elite do clube da terra.
Ao terceiro jogo na presente temporada conseguiu a estreia a marcar, mas ao de cima têm vindo as suas qualidades na retaguarda. Raçudo (claro está!) nos duelos individuais, é rápido e inteligente nas dobras e sai a jogar com mestria. Há ouro na Póvoa...
Pinto(o) o céu de Belém
É do alto dos seus 195 centímetros que Afonso Pinto vai pintando de azul os céus de Belém.
O jovem (e gigante!) defesa-central, de 21 anos, está a ser uma das boas surpresas do atual líder da Série B da Liga 3 e apesar da posição que ocupa no terreno já leva dois golos em... três jogos.
Com formação dividida por Oeiras, Carcavelos, Linda-a-Velha e Estrela da Amadora, Afonso Pinto cumpre a segunda temporada no Restelo e vai limpando toda a sua zona de jurisdição. Agressivo (no bom sentido) e rápido nas ações com e sem bola, o centralão vai aumentando a passada.
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